Por mais que a chegada de Filipe Luís como treinador do time principal do Flamengo tenha proporcionado uma injeção de ânimo nos torcedores rubro-negros em relação à Gabigol, fato é que o desempenho ruim do atacante não mudou sob o comando do ex-colega de vestiário. Se na era Tite o camisa 99 praticamente não teve sequência como titular, seja por lesões, pela suspensão por tentativa de fraude em exame antidoping ou por escolha do treinador, com o atual técnico já são três partidas consecutivas (Fluminense, Bahia e Corinthians) entre os onze iniciais. Mas a verdade é que, dentro desse recote, só a minutagem do centroavante mudou. No que diz respeito à produtividade ofensiva, os números seguem baixos e passíveis de críticas da torcida.
Entre as estatísticas, a que melhor exemplifica o desempenho ruim de Gabigol como titular do Flamengo é a de que o atacante soma, nas três partidas consecutivas como titular, mais impedimentos do que finalizações. São sete contra apenas cinco — duas no gol, duas bloqueadas e uma para fora, de acordo com o Sofascore. Além disso, o site especializado em dados do futebol aponta que o centroavante também desperdiçou duas grandes chances.
— O que mais peço para o Gabi é que ele se posicione de um jeito onde seja produtivo, que ele possa conseguir atacar bem os espaços, que é o que ele faz de melhor. Obviamente, cair no impedimento é uma leitura, um timing que às vezes ele não está tendo. Mas, para mim, o impedimento é menos pior do que vir buscar a bola no pé como vi ele fazer em anos anteriores — analisou Filipe Luís.
Outro número que chama a atenção é o de perdas da posse de bola. A média é de quatro por partida, totalizando 12. Só no clássico contra o Fluminense, na última quinta-feira, Gabigol foi desarmado oito vezes. Além disso, na soma dos três jogos como titular, o atacante acertou 31 passes em 36 tentados.
Dor de cabeça
Mas mais do que os números ruins, o desempenho em campo, de maneira geral, também deixa claro que Gabigol está longe de voltar a ser o atacante goleador e letal que o fez se consagrar entre os principais ídolos da história do Flamengo. Mais lento, o centroavante não tem conseguido alcançar a explosão que o fazia levar vantagem contra as defesas adversárias no tradicional movimento do facão, que consiste em atacar o espaço nas costas dos zagueiros.
Com o Flamengo às vésperas de disputar a semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians, domingo, na Neo Química Arena, a sequência ruim de Gabigol começa a criar uma dor de cabeça para Filipe Luís. A única opção da opção que o treinador tem no elenco é Carlinhos, mas o centroavante não está apto para disputar o torneio. Dessa forma, mesmo em fase péssima, é provável que o camisa 99 siga como titular no jogo em que está depositada a esperança rubro-negra de salvar a temporada.
— O mais importante é que ele (Gabigol) guarde a posição dele e entenda os movimentos que tem que fazer. E, obviamente, um cara que estava há bastante tempo sem jogar, esse timing não está nas melhores condições, mas a tendência é que melhore — apostou o ex-lateral.
Veja os números de Gabigol nas últimas três partidas
Flamengo x Fluminense:
- 78 minutos jogados
- Uma finalização (bloqueada)
- 16/18 passes certos
- Oito perdas de bola
- Dois impedimentos
Flamengo x Bahia
- 75 minutos jogados
- Duas finalizações (uma no gol e uma para fora)
- Uma grande chance perdida
- 5/6 passes certos
- Duas perdas de bola
- Dois impedimentos
Flamengo x Corinthians
- 86 minutos jogados
- Duas finalizações (uma no gol e uma bloqueada)
- Uma grande chance perdida
- 10/12 passes certos
- Duas perdas de bola
- Três impedimentos
Total:
- Três partidas como titular
- 239 minutos jogados (média de 79 por jogo)
- Cinco finalizações (duas no gol, duas bloqueadas e uma para fora)
- Duas grandes chances perdidas (0,67 por jogo)
- 31/36 passes certos (10/12 por jogo)
- 12 perdas de bola (quatro por jogo)
- Sete impedimentos (2,1 por jogo)