Gabigol perde protagonismo e vive cenário inédito no Flamengo

Rindo de nervoso? A foto postada por Gabigol um dia depois da expulsão no Fla-Flu do Brasileiro é só mais um dos comportamentos que demonstram que o atacante parece viver em outra realidade. Ídolo incontestável após três gols que deram uma Libertadores à equipe após 38 anos, em 2019, e outra em 2022, Gabriel Barbosa deixou de viver, desde o começo deste ano, a rotina de jogador intocável. E não soube lidar com isso, segundo relatos de fontes do clube.

Reserva há nove partidas, há 13 sem marcar um gol, caiu em desgraça desde a saída de Dorival Júnior no ano passado e a chegada dos estrangeiros Vitor Pereira e Jorge Sampaoli. Com Tite, porém, não teve uma chance sequer como titular. A nova realidade se deu depois de, no fim de 2022, Gabi receber a camisa 10 que já foi de Zico, e nutrir entre torcida e diretoria a expectativa de chegar a um novo status, com perspectiva de renovação contratual que o faria completar 10 anos de Flamengo. Agora, as tratativas estão congeladas.

Internamente, o que se comenta é que Gabigol não reagiu bem ao peso colocado sob seus ombros, dentro e fora de campo, e passou a esboçar falta de confiança ao ser preterido. A realidade começou a mudar em 2023, quando o atacante se transformou de vez em reserva de Pedro. Ao longo da temporada, coleciona atitudes questionáveis e pouco futebol. O esperado papel de liderança foi visto em raras oportunidades, dando lugar a um comportamento muitas vezes infantil e mimado.

Mas se engana se Gabigol está, digamos, nem aí como a foto publicada fora de contexto sugere. O jogador reconhece internamente que está em uma fase horrorosa e sem confiança. Mas não se entrega. Nos treinos, mantém comportamento competitivo, prejudicado por uma sobrecarga no músculo adutor das coxas que o obrigam a fazer complementos em casa, com uma equipe particular. Em meio à queda livre de desempenho, o atacante viu outros concorrentes pedirem passagem com Tite, casos de Luiz Araújo e Cebolinha. Pedro também correspondeu nos últimos jogos. Nos últimos 10, Gabi nem chutou a bola no gol.

Sem abalo aparente

Para o público, o ídolo ainda tenta passar a imagem de que não sentiu o golpe. Nos últimos dias, interagiu com a torcida na concentração do Ninho do Urubu, com fotos de seu quarto publicada nas redes. Nas saídas de jogos, vez por outra brinca com um jornalista, mas nunca para e dá explicações sobre o mau momento, minimizando-0. Ciente de que está devendo, prefere demonstrar força, indicar que a má fase não lhe abala. Entre os demais jogadores, a percepção é de maior isolamento. Há união e motivação entre si para que os que não estão jogando consigam se ajudar. Agora reserva, Gabriel tem que viver uma nova rotina no dia a dia.

A impressão no Ninho do Urubu é que o camisa 10 não tem sabido como lidar com essa situação no Flamengo. Por isso, tem tido reações pouco coerentes e até desesperadas. Depois da expulsão, publicou questionamentos à CBF pelo cartão vermelho. A diretoria encampou o protesto, mas reconhece que o momento é ruim. A quatro jogos para o fim do Brasileiro, a esperança é que haja uma evolução física e que Gabigol consiga ser decisivo em algum momento, mais pela mística que carrega com a camisa do Flamengo ao longo dos últimos anos, do que pelo que tem apresentado quando é acionado nas partidas.

O próximo compromisso é contra o Bragantino, dia 23, após a data Fifa, e sem Gabigol, suspenso. Ontem, o time se reapresentou para os treinos, e Allan e David Luiz estão integrados após se recuperarem de lesão.

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Fonte: Extra