O Flamengo vista o Palmeiras neste domingo (21), às 16h, pelo Campeonato Brasileiro , num duelo que já virou clássico nacioal e tem tudo para pegar fogo dentro e fora dos gramados.
Para a equipe treinada por Tite, o confronto vale a invencibilidade no Brasileirão e é a chance de retomar a consistência defensiva que fez o time bater recordes no Campeonato Carioca.
Dos quatro gols sofridos no ano até o momento, três deles se deram no último mês. Não chega a ser um sinal de alerta, até pelo nível de exgiência maior que a temporada indica. O desafio é fazer o time sofrer menos, especialmente em meio à maratona de jogos a partir de agora.
O duelo contra o São Paulo é o balizador de desempenho para a comissão técnica de Tite. Foi um confronto de total controle e equilíbrio. Um dos principais fatores táticos da vitória foi a pressão alta que o Flamengo exerceu na saída do Tricolor. Deu certo durante todo o primeiro tempo, no qual o adversário chutou apenas uma vez na meta de Rossi.
Jogando num 4-2-3-1 com De La Cruz como meia central no lugar de Arrascaeta e Luiz Araujo e Bruno Henrique pelos lados, o time sufocava a construção inicial e obrigou Rafael a "rifar" várioas bolas. A pressão se dá sempre com um jogador correndo o máximo que pode para encurtar o jogo de quem tem a bola nos pés. Quem não participa precisa, necessariamente, se deslocar para acompanhar quem está por perto e fechar as linhas de passe que o adversário tem para jogar.
Veja o exemplo: De La Cruz decide pressionar a bola. Os pontas e Pedro cercam para fechar as possíveis saídas que esse adversário tem para jogar curto. O papel de Pulgar, talvez o mais constante jogador do ano, é fundamental: é ele quem fecha o passe para o meia, normalmente mais habilidoso, e obriga a bola a voltar para trás.
Tite treina essa pressão e orienta: a responsabilidade é conjunta! Tem que pressionar para o passe não ir para frente. Sempre buscando atrasar, gerar desconforto e uma bola perdida do adversário. Acontece no meio-campo e na saída curta do goleiro.
É tudo bem organizado até quando a primeira pressão não dá certo. Na imagem, Pedro pressiona o zagueiro do São Paulo alguns segundos antes. Não dá certo e o passe foi para frente. Quem está no setor no caso Bruno Henrique) corre o máximo que pode para novamente pressionar quem está com a bola e o time inteiro vai se ajustando para fechar as linhas de passe.
Parece até que as posições se invertem: Luiz Araújo junto de Pedro, De La Cruz mais recuado. Tudo porque eles estão focados em acompanhar as possíveis alternativas até o São Paulo rifar a bola.
Todo esse trabalho dos atacantes e meias tem o propósito de fazer o Flamengo voltar a ter a posse lá atrás. Os movimentos são induzidos a gerar um chutão. E depois do chutão? O que acontece?
Tite é adepto, há muitos anos, de uma linha de quatro defensores que joga por zona. Sempre compacta e próxima. Nos momentos de pressão alta, essa linha de defesa avança e se mantém em conjunto, andando para frente e para trás na mesma hora. Quando a bola alta vem, alguém recupera e o time se reorganiza para jogar.
Manter a linha defensiva organizada é uma forma de evitar que o adversário consiga segurar o chutão com um camisa nove mais fixo. Afinal, são quatro jogadores prontos para marcar a bola, uma superioridade numérica imensa.
A pressão na bola é um dos fatores que Tite chamou a atenção após os gols sofridos de cabeça nas duas rodadas iniciais do Brasileiro. Para o treinador, faltou fôlego para acompanhar até o fim e cumprir o objetivo tático de manter a bola sempre pressionada.
Após o duelo contra o Palmeiras, o Flamengo tem uma sequência dura pela frente: joga na altitude contra o Bolívar, pela Libertadores, e enfrenta o Botafogo em clássico válido pelo Campeonato Brasileiro.
Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv