O tropeço na segunda rodada da fase de grupos da Libertadores no Maracanã fez o Flamengo dar maior prioridade à competição esta semana, em jogo contra a LDU, hoje, às 19h, na altitude de 2900 metros de Quito, no Equador. Depois da derrota para o acanhado Central Cordoba no Rio, o técnico Filipe Luis deixou claro que o torneio é tão importante quanto o Brasileiro, indo de encontro ao que projetou a diretoria no começo do ano.
A reportagem ouviu de fontes da direção rubro-negra que a Libertadores sempre foi uma prioridade, junto com o Campeonato Brasileiro. "Todos aqui dentro sabem disto", reforçou um alto dirigente. A verdade é que o resultado negativo pelo grupo C deixou o Flamengo fora da zona de classificação. E a prioridade maior do clube, inquestionavelmente, é não ficar pelo caminho antes da fase eliminatória
O Flamengo tem apenas três pontos conquistados em dois jogos e ocupa a terceira colocação. Após estrear vencendo fora de casa o Deportivo Táchira (Venezuela), foi derrotado no Maracanã por 2 a 1 pelo Central Córdoba (Argentina). Por isso, terá que se recuperar fora de casa.
Elenco administrado
Filipe Luís começou a dar indicações de que vai seguir preservando algumas peças já no duelo contra o Vasco, no fim de semana. O capitão Gerson deixou o campo mais cedo já de olho no confronto com a LDU, enquanto Arrascaeta atuou os 90 minutos, e pode ser preservado, pois reage muito mal à altitude, com baixa capacidade de recuperação.
— Jogo a cada três dias é desgastante, as lesões começam a aparecer. Quando não tem a diferença de quatro dias é muito pior. O jogador que joga hoje, recupera amanhã, mas depois de amanhã, que é um dia de recuperação, já tem que ir pro campo se preparar pro jogo. A longo prazo é muito complicado, mas é igual para todo mundo. Não podemos reclamar, temos que nos adaptar — disse o treinador.
Além de Allan e De La Cruz, que ficaram no Rio pelo mesmo motivo, Arrascaeta tem uma recuperação lenta nesse tipo de jogo, e é um dos que deve ser dosado pela comissão técnica. A definição deve sair horas antes da partida, depois de mais uma dose de avaliações que o clube fará para calcular o desgaste de cada atleta. Os testes iniciais não indicaram jogadores com essas questões antes da atividade da véspera da partida. E todos que viajaram treinaram normalmente.
No jogo a opção novamente deve ser por atletas com bom nível de intensidade e mais físicos, como Bruno Henrique, Plata e Michael. Sem Alex Sandro, lesionado, Varela e Ayrton Lucas disputam posição pelo lado esquerdo. Filipe Luis também indicou que pretende utilizar o sistema com três zagueiros, já que Danilo se recuperou de lesão e está à disposição. Mas não necessariamente vai mandar ele a campo na altitude de Quito.
— Com certeza, é uma possibilidade que eu contemplo, com três zagueiros. Usar Léo (Ortiz), Léo (Pereira) e Danilo, como também usar algum lateral como zagueiro, tanto Varela como Alex Sandro, Ayrton Lucas, para fazer essa função e adaptá-la. Depende do que o jogo pede.
Retrospecto ruim
A última alegria do Flamengo na altitude contra a LDU foi há quase quatro anos. Em maio de 2021, o time dirigido por Rogério Ceni teve a revanche contra a LDU e venceu por 3 a 2, no estádio Casablanca. O Flamengo abriu 2 a 0 no primeiro tempo com uma boa atuação de Gabigol e Bruno Henrique, autores dos gols. Mas sofreu um apagão na segunda etapa e levou dois gols. O então camisa 9 foi quem decidiu, ao converter o pênalti sofrido por Arrascaeta.
Nos outros três duelos com a LDU, um em 2021 no Rio e dois em 2019, uma vitória, um empate e uma derrota. Em jogos disputados acima de 2.500 metros de altitude em torneios sul-americanos, o desempenho do Flamengo é ruim. Foram 17 partidas, com quatro vitórias, quatro empates e nove derrotas, aproveitamento de 31,37%.