Flamengo x Internacional: rubro-negro precisa ser mais letal se quiser manter este nível de intensidade; leia análise

O Flamengo derrotou o Internacional por 3 a 2 , neste domingo, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Em duelo de tempos distintos, o resultado construído na etapa inicial foi o suficiente para garantir a vitória contra uma das equipes mais complicadas de se enfrentar — no momento. Porém, a sofrência dos donos da casa nos minutos finais traz uma grande reflexão sobre um plano de jogo que exige muito física e mentalmente: é necessário ser mais letal.

O primeiro tempo foi de um time só. Com uma atuação de almanaque, o rubro-negro concretizava absolutamente tudo que Filipe Luís tinha planejado para partida. Linhas altas de marcação encaixadas, pressão na saída de bola do adversário, muita movimentação dos homens de ataque para criar jogadas. Tudo foi feito com perfeição. Não a toa, foi para o vestiário com um 3 a 0 a favor no placar.

Os donos da casa não tomaram conhecimento de um Internacional irreconhecível e foram dominantes do apito inicial ao último minuto, para praticamente liquidar a vitória. Quem abriu os caminhos para o massacre foi Léo Ortiz, que completou cobrança de escanteio de De la Cruz e, de cabeça, encobriu Rochet. O zagueiro que vive fase extraordinária "passou a borracha" na última impressão que havia deixado no Maracanã, quando falhou no gol sofrido contra o Atlético-MG na ida da final da Copa do Brasil.

O gol parecia ter animado ainda mais o rubro-negro, que sendo fiel ao estilo do seu comandante não se dava satisfeito com a vantagem no marcador. Não demorou muito para o segundo ser marcado: Gerson cruzou de trivela para Plata cabecear no travessão. No rebote, Alex Sandro evitou a saída pela linha de fundo e tocou na medida para Michael antecipar a marcação e concluir para o fundo das redes.

O terceiro golpe veio logo em seguida, apenas quatro minutos depois, de novo com o camisa 30. Wesley disparou em velocidade pela direita e cruzou rasteiro para o meio da área. Michael chegou finalizando forte e marcou seu segundo no jogo.

Seria até injusto ver defeito em um time que marca três gols e não sofre nenhum, contra uma equipe que não perde há 16 jogos. Mas a quantidade de grandes chances desperdiçadas é um fator que tem chamado atenção, e desta vez não foi diferente. As 11 finalizações indicam que a vantagem aberta na etapa inicial poderia ter sido ainda maior.

Na volta do intervalo, os papéis se inverteram. A equipe Roger Machado enfim apareceu no Maracanã e conseguiu tirar dois gols de vantagem, antes da metade do segundo tempo: primeiro com belo chute de Wesley, e em seguida em cabeçada de Enner Valência. Depois do susto, o rubro-negro conseguiu frear a pressão do adversário. Mesmo assim, cedeu duas boas oportunidades, ambas a partir da bola aérea.

Assim como nos outros jogos, a alta intensidade exigida por Filipe Luís exige muito dos seus jogadores. Mante-lá durante os 90 minutos é quase impossível. Por isso, a equipe tem demonstrado cansaço no último quarto das partidas. É aí que entra o ponto de matar o confronto na primeira chance que tiver. Para se debruçar em cima deste desgate, é necessário abrir uma "gordura" para poder ser gastada no período, algo que o Flamengo está tendo dificuldade.

Apesar da ineficiência à frente do gol ser marca registrada sob novo comando, se as chances estão sendo perdidas é porque o sistema de criação funciona muito bem. É natural que as arestas sejam aparadas conforme o treinador tiver mais tempo de trabalho. A falta de um "homem gol" no rubro negro também tem influência direta nesta carência. Com Pedro lesionado e Gabigol sem sequência, Bruno Henrique tem sido escalado para assumir um papel que não consegue executar com o que apresenta atualmente.

Sem pretensões mais no Campeonato Brasileiro, o Flamengo tem mais dois desafios pela competição até o término da temporada. O próximo é contra o Criciúma, na quarta-feira, às 20h, no Heriberto Hülse.

Fonte: O Globo