Flamengo x Corinthians: Rubro-negro reage bem à pressão, e Lorran assume responsabilidade no meio; leia a análise

O principal sentimento que a vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians gerou no torcedor do Flamengo foi o de esperança. Em dose dupla. Primeiro, de ver a boa atuação se tornar uma guinada na temporada após período de oscilações e maus resultados. Além disso, de ver Lorran se firmar como mais uma prata da casa que explode no profissional.

O jovem de 17 anos não sentiu o peso do clássico nacional e da crise dos últimos dias. Assumiu a responsabilidade no meio e gerou a expectativa de ser uma boa opção nas ausências de Arrascaeta.

O Flamengo voltou a vencer após três rodadas e agora soma 11 pontos. Ganhou força na disputa do Brasileiro e resgatou a confiança do torcedor para o jogo contra o Bolívar, quarta, pela Libertadores, de novo no Maracanã.

Antes mesmo da bola rolar, o cenário era de pressão. Os jogadores foram recebeidos com faixas de "Viemos pelo manto, não por vocês" e "Respeitem a nação". Gerson e, especialmente, Tite, foram muito vaiados no anúncio da escalação pelo locutor. Entre as músicas, o tradicional pedido de raça e o aviso de que "para jogar no mengo tem que ter disposição".

Logo nos primeiros minutos, a impressão era de que o time havia sentido. Numa saída com os pés de Rossi, Fabrício Bruno trombou com Garro e quase entregou o gol de bandeja. No escanteio, Paulinho desviou na primeira trave e obrigou Rossi a fazer grande defesa.

Mas foi só impressão. O Flamengo atropelou o Corinthians de forma que o 1 a 0 no intervalo pareceu pouco. O 4-2-3-1 de Tite deu certo. O time apresentou uma troca de passes mais ajeitada do que nos últimos jogos, teve boa saída de bola, verticalidade e levou perigo pela esquerda e pelo centro. Gerson pela direita destoou no primeiro tempo, mas ficou mais à vontade no segundo.

Por outro lado, Lorran deu conta do recado ao receber a função de ocupar a função de meia mais centralizado (e sabendo usar a liberdade). Com boa visão de jogo, decisões rápidas e noção de onde deveria estar em cada lance, foi o grande nome da partida.

O primeiro gol nasce de uma bola enfiada por ele para Pedro. Numa bonita jogada aos 20 minutos, o camisa 9 cortou Cacá e concluiu na saída de Carlos Miguel. Foi premiado com o frango do corintiano.

No segundo tempo, quando passou a flutuar ainda mais, Lorran foi premiado com o gol. Aos 17, ele e Gerson pressionaram Cacá. A bola ficou com o camisa 8, que avançou até a área e tocou para o cria do Ninho, livre, finalizar tirando do alcance de Carlos Miguel.

O segundo gol veio a calhar, já que o Corinthians voltara mais incisivo na frente e quase empatara poucos minutos antes. num bobardeio na área, Rossi mostrou reflexo apurado ao pegar duas conclusões de curta distância. Lance que deu mais confiança ao goleiro, mas expôs as falhas da defesa rubro-negra.

Com o 2 a 0, o ritmo da partida naturalmente diminuiu. Em campo desde a volta do intervalo no lugar de Pedro, Gabigol mais uma vez teve dificuldade de jogar tão centralizado. Praticamente não levou perigo.

E o foco dos holofotes passou para a arquibancada. A tarde que começou com cobranças, quem diria, terminou em festa.

Fonte: O Globo