Flamengo vê média de público cair quase pela metade em relação a 2024

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Além do bom futebol exibido pelo Flamengo, a conquista da Taça Guanabara ficou marcada por espaços vazios na arquibancada do Maracanã e pela falta da bateria e dos cantos das organizadas. O protesto contra os preços dos ingressos fez com que a goleada sobre o Maricá, no sábado, tivesse menos de 30 mil torcedores no estádio. Um cenário que tem sido comum nos jogos do rubro-negro neste início de ano.

O boicote jogou os holofotes para uma questão que já vinha aparecendo. A média de pagantes do clube na Taça GB foi de 21.176, bem abaixo dos 39.248 registrados no mesmo torneio no ano passado.

“Nos assusta que, já no Campeonato Estadual, esses valores estejam sendo praticados. O que será que nos espera nas competições mais importantes?”, diz trecho do comunicado divulgado por oito organizadas antes do jogo contra o Maricá, que teve ingressos cujo valor inteiro variou de R$ 80 a R$ 140.

O presidente Luiz Eduardo Baptista culpou a inflação do futebol. Segundo Bap, não é possível cobrar menos sob o risco de ter prejuízo com a manutenção do Maracanã e do time.

— Os custos do Maracanã, do Rio de Janeiro, do time do Flamengo e do futebol hoje em dia estão inflacionados. Não dá para praticar menos do que isso. Menos do que isso, a gente perde dinheiro. Aí você não pode ter um time como o que a gente tem hoje aqui, alegrando o coração de 45 milhões — disse o dirigente no último sábado.

Das 11 partidas do Flamengo pela Taça GB, três tiveram menos de 4 mil pagantes (as três primeiras rodadas, fora do Rio, quando o rubro-negro jogou com time alternativo). Em outras três, a venda de ingressos não chegou a 25 mil. O maior público foi registrado no clássico contra o Vasco (41 mil), pela 10ª rodada.

Em que pese a perda de valor da Taça GB, no ano passado, 60.292 pagaram para ir ao jogo do título (3 a 0 sobre o Madureira, no Maracanã), com o valor inteiro do ingresso variando de R$ 50 a R$ 120. Foi mais que o dobro dos 27.151 pagantes registrados no último sábado, em partida com o mesmo peso. A bilheteria também foi maior: R$ 2,3 milhões em 2024 contra R$ 1,6 milhão.

Apesar disso, o Flamengo não teve prejuízo este ano. Graças aos duelos em que vendeu o mando para fora do Rio, nos quais o clube recebeu um valor pré-combinado com a empresa responsável pela organização da partida. Até a 10ª rodada (o boletim financeiro do último jogo ainda não foi divulgado), já havia faturado R$ 6,6 milhões. Nesta conta, só quem perdeu foi o torcedor que não pôde ir.

Fonte: Extra