O Flamengo voltará ao Brasil com três pontos na Conmebol Libertadores depois de sofrer com um surto de COVID-19 na delegação e até um vulcão em Guayaquil. Tudo depois de encarar um turbilhão com a goleada sofrida diante do Independiente Del Valle, também no Equador.
A vitória sobre o Barcelona, por 2 a 1 , nesta terça-feira, fez com o que o atual campeão sul-americano chegasse aos nove pontos, mesma marca do Del Valle, líder do grupo A. Mas não encaminhou tão bem a classificação, já que o Junior-COL fez 4 a 1 nos equatorianos.
Agora, o Flamengo encara o Del Valle no que será um duelo direto pela liderança, mas ainda não dará a vaga na segunda fase ao vencedor – isso dependeria de o Junior não vencer o Barcelona, em casa, na Colômbia. A definição deve ficar mesmo para a última rodada.
Batendo o Del Valle no Maracanã, na próxima quarta, o Flamengo faz 12 pontos e só não se classificaria sendo derrotado pelo Junior, novamente em casa, e com os equatorianos batendo o Barcelona. Nesse cenário, três times chegariam aos 12, e a definição seria no saldo de gols – hoje o dos rubro-negros é 0, assim como o dos colombianos, enquanto os líderes tem 8.
Aconteceu de tudo no Equador
O Flamengo embarcou para o Equador na última terça-feira. Não imaginava o que aconteceria na quinta, reestreia na Libertadores, goleada de 5 a 0 para o Del Valle que sacodiu o ambiente.
O desagrado com a atuação do time e o resultado, claro, foi geral em Quito, onde a cúpula da diretoria rubro-negra estava com a delegação. Expressões fechadas, pensamentos afoitos para uma mudança imediata ocorreram nas horas seguintes à partida, mas abrandaram um pouco na sexta já em Guayaquil, onde o Flamengo enfrentaria o Barcelona.
Se Domènec Torrent balançou no cargo, no sábado, Marcos Braz, vice-presidente de futebol, fez questão de dar apoio ao treinador, em entrevista coletiva, apesar da pressão. O técnico, porém, deixou claro o incômodo com a situação, em desabafo após a vitória desta terça.
No domingo, só más notícias para o Flamengo: os exames para COVID-19 realizados no sábado retornaram com a confirmação de seis casos no elenco – Isla, Filipe Luís, Diego, Bruno Henrique, Michael e Matheuzinho. O treino que seria realizado à tarde precisou ser cancelado, por conta do impacto das cinzas do vulcão Sangay em Guayaquil.
A situação não melhoraria: na segunda, Vitinho também teve confirmado o teste positivo para a doença e, na terça, mais dois casos, do médico Márcio Tannure e de Juan Santos.
O surto levantou a preocupação das autoridades equatorianas que, na própria terça, horas antes do jogo, enviaram uma delegação de médicos para o hotel rubro-negro. Após uma inspeção no local e conversa com os dirigentes rubro-negros, uma entrevista coletiva que gerou aglomeração. Ali, chegou-se a anunciar que o estádio do Barcelona seria interditado .
Braz, que tomou a frente nas conversas com os equatorianos, aguardou uma posição oficial da Conmebol sobre um possível adiamento, o que não aconteceu. Jogo, então, confirmado.
Enquanto isso, o Flamengo ainda tentava fazer chegar ao Equador seu avião fretado com quatro jogadores, para reforçarem o grupo de Dome – João Lucas, Guilherme Bala, Nathan e Rodrigo Muniz. A aeronave ficou presa em Manaus, depois de não receber autorização para sobrevoar o Peru rumo a Guayaquil. Foram horas para a resolução do impasse.
Quando a bola, enfim, rolou, Domènec preferiu apostar em Thuler improvisado na lateral. João, após horas de viagem, foi opção no banco. O Flamengo fez um bom primeiro tempo, abrindo 2 a 0, com gols de Pedro e Arrascaeta. No segundo tempo, o Barcelona diminuiu e até chegou a ameaçar, mas nada empate. Vitória rubro-negra com ares de epopeia.