Flamengo vai contratar após lesão de Pedro? Veja o que pensam os dirigentes

O Flamengo vai repor a ausência de Pedro? Este foi o principal assunto da entrevista coletiva dos dirigentes do Rubro-Negro nesta quinta-feira.

Após a apresentação oficial de Alex Sandro , segundo reforço na janela, Marcos Braz, vice-presidente de futebol, disse que o clube estuda voltar ao mercado para contratar um atacante - Pedro sofreu uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e não joga mais essa temporada . A janela de transferências fechou na última segunda-feira, mas jogadores que estão sem clubes ainda podem ser contratados.

- Em relação ao problema com o Pedro, dizer que a gente lamenta, fica triste pelo atleta que é, ser humano que é. Mas temos mais três centroavantes no elenco: Carlinhos, Gabigol e o próprio Bruno Henrique. Isso não quer dizer que quando soubemos do Pedro não ficamos atentos, começamos a conversar sobre possibilidade e necessidade de trazer outro jogador. A perda é irreparável em um primeiro momento, era o titular da posição, mas a gente confia nos que estão aqui. Sempre confiou. O próprio Gabigol em três finais de Libertadores fez gol em todas, nos deu dois títulos, claro, com os companheiros. Mas é de extrema confiança nossa tanto o Gabigol quanto os outros. Mas ficamos atentos, começamos a ouvir, 300 pessoas ligam para nós e depois passam para vocês (imprensa), é do jogo. Mas a gente vem avaliando algumas situações, essa decisão vai ser um pouquinho mais para frente, com calma, caso de fato entenda que vá fazer uma contratação - afirmou Marcos Braz.

Braz e Spindel participaram de apresentação de Alex Sandro — Foto: Letícia Marques

Bruno Spindel, diretor executivo de futebol, também participou da coletiva. Ao ser perguntado sobre o orçamento para uma eventual nova contratação, o dirigente respondeu:

- Temos mais três centroavante para o Tite. O Flamengo está sempre atento ao mercado. Mal saiu a notícia ontem, e nosso telefone não parava de tocar. Estamos atentos ao mercado, mas vamos tomar decisões com responsabilidade financeira.

Spindel também se posicionou sobre qual o prazo que a direção trabalha para achar a peça de reposição:

- Libertadores tem o prazo para as quartas e depois para a semi. A Copa do Brasil até dia 9, e Brasileiro você já disse (dia 20). O prazo é a última delas, mas na nossa visão o elenco hoje tem três centroavantes que vão fazer a posição do Pedro, de altíssimo nível, que a gente confia muito. Mas estamos atentos ao que estão nos oferecendo e aos que a gente já monitora. Vamos fazer com muita frieza, muita calma, e tomar as decisões que tiver que tomar.

Flamengo vai priorizar competição?

Spindel: - O Flamengo não prioriza competições, a questão das lesões gravíssimas do Viãa e Cebolinha nos fizeram abrir o olho para o massacre que o calendário estava impondo aos nossos atletas. Dado nossos objetivos, óbvio que ninguém controla resultado, tem outras equipes muito fortes, mas nossos objetivos são lutar e vencer todos os títulos em que estamos competindo. Nesse sentido a gente julgou, pelo massacre do calendário... As pessoas se esquecem que durante a Copa América tivemos uma série de atletas convocados, o que acaba desgastando mais ainda o elenco reduzido, acumula, traz danos físicos. Foram cinco ou seis convocados, para rotação do elenco e descanso é muita coisa. Além das reposições, trouxemos mais atletas: Alcaraz, Plata, Michael e Alex Sandro. A gente vai fazer de tudo aqui, sem priorizar competição, para seguir vivo e lutar pelos três títulos. Já fomos campeões cariocas, e quem sabe lutar pelo Mundial no final do ano.

A decisão de não priorizar competição é de Tite ou da diretoria?

Spindel: - O direcionamento é sempre decisão do clube. Por exemplo, quando se fez o planejamento desse não, colocou-se para o Tite que o Carioca era uma competição que o Flamengo priorizava e desejava vencer, e assim foi feito. O que a gente tentou fazer agora na janela, trazendo esses quatro atletas, é para o nível competitivo se elevar ainda mais, o Tite ter ainda mais alternativas durante os jogos e possa ter um elenco suficientemente grande para brigar pelas três competições. Tem clubes qualificados que vão brigar também pelos títulos, mas nós de forma alguma vamos priorizar competições. O treinador coloca sempre em campo a melhor equipe possível disponível. Quando joga três jogos em seis dias, o desempenho do atleta na terceira partida é levado em conta para tomar a decisão da escalação. É um fator que o calendário traz, e o treinador tem que tomar a decisão. A gente é muito grato, elogia muito o comprometimento dos atletas que no momento que se fez necessário, pelo massacre do calendário e demanda de seleções, para executarem outras funções.

Prazo para nova contratação?

Braz: - Deixar claro que a possibilidade de contratação só pode de jogadores que não estejam sob contrato, que está livre no mercado. Isso aí gera impossibilidade enorme de opções, você fica um pouco engessado. Não teve erro de planejamento, as lesões foram uma fatalidade. Tivemos uma série de lesões que infelizmente temos que nos submeter a elas. Enquanto tivemos tempo, fizemos as contratações correndo. Nesse momento não temos tantas opções.

Já deram entrada na Fifa para indenização pelo Pedro?

Braz: - Posso informar que já solicitamos que o departamento jurídico entrasse no caso, estamos recortando algumas informações que vão estruturar a parte jurídica do que o Flamengo vai pedir. Não é de uma hora para outra que se apresenta os relatórios médicos e outros processos para que isso seja inserido e fazer o requerimento na CBF. Claro que não é uma decisão rápida, mas como a gente acredita no bom senso da CBF, ela vai entender a perda do Flamengo . Não pode contribuir com reposição esportiva, de deixar um jogador com a gente, mas pode, sim, fazer reparação financeira. Acredito que a CBF vai antecipar e junto com o jurídico encontrar um valor para repor e dar ao Flamengo .

Há espaço no orçamento para nova contratação?

Spindel: - Óbvio que a questão dos recursos financeiros a gente é super responsável, conservador, Landim é super rígido quanto a isso. Ano passado tinha colocado R$ 60 milhões de receitas, fizemos R$ 303 milhões. Na pandemia vendeu Reinier, Gerson, Yuri César, uma série de atletas compensaram todas as perdas e até superaram. Até um pouquinho depois da pandemia, com uma situação de caixa maior. Estou falando tudo isso para explicar que é óbvio que nossos objetivos são esportivos, conquistar títulos, mas sempre dentro da maior responsabilidade financeira possível. O mercado sabe que todas as negociações com Flamengo são muito duras. A partir do momento que assinou contrato, se o débito vence domingo vai cair sexta-feira (na conta). Tem clube que não paga imagem, luva, comissão... No Flamengo isso não existe. Flamengo não tem esse tipo de fonte de financiamento para montagem de elenco e não vai cometer irresponsabilidade mesmo pressionado pelo massacre que o calendário impõe ao elenco e pelas lesões que aconteceram. Estamos atentos ao mercado, mas vamos tomar decisões com responsabilidade financeira.

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Fonte: Globo Esporte