Flamengo tenta o bi da Libertadores com ex-campeões e experientes

Em sua primeira participação na Copa Libertadores, em 1981, com o time mais emblemático da história rubro-negra, que tinha Zico como seu principal jogador, o Flamengo ergueu o troféu de campeão. Desde então, foram onze edições de expectativa, esperança e, com maior ou menor intensidade, a frustração de ser eliminado. Hoje, às 21h45m, no Maracanã, pelo Grupo 4, contra o argentino San Lorenzo, o Flamengo inicia nova campanha com um elenco forte, experiente e entrosado. Ao seu lado, uma torcida empolgada e que lotará o estádio, apesar da perda da Taça GB.

A confiança no segundo título passa por um elenco que se fortaleceu nos últimos dois anos e que chegou a sonhar quase até o fim do Brasileiro passado com o título nacional que não veio. Entre os reforços está o atacante colombiano Orlando Berrío, atual campeão do torneio com o Atlético Nacional. Ele se junta a um time que tem ainda Leandro Damião, campeão com o Internacional em 2010; Pará, campeão com o Santos em 2011, e Réver, campeão com o Atlético-MG em 2013. Willian Arão estava no elenco do Corinthians em 2012, mas não chegou a entrar em campo na campanha do título continental.

Embora não seja campeão do torneio, Diego, de 32 anos, é quem tem maior rodagem internacional. Além de jogos pela seleção brasileira, em que está no grupo mais uma vez, ele tem no currículo um Mundial com o Porto, uma Liga Europa e um vice-campeonato da Liga dos Campeões com o Atlético de Madrid. Em 2003, foi vice da Libertadores com o Santos, que caiu para o Boca Juniors. O meia tem 23 jogos e oito gols marcados em duas edições da competição. No meio-campo, Rômulo, Mancuello e Cuéllar têm jogos pelo torneio.

Outro com histórico na disputa é o peruano Paolo Guerrero, que disputou duas vezes pelo Corinthians, em 2013 e 2015. Ele tem oito gols marcados em apenas 12 jogos na competição. No ataque, junta-se a Berrío, Damião e Gabriel, todos com participações em edições anteriores. Na defesa, Pará, Réver, Juan e Donatti têm experiência na disputa.

Ter jogadores que conhecem a realidade da Libertadores pode ser um trunfo para mudar um histórico recente de fracassos. Nas duas últimas participações, em 2012 e 2014, o Flamengo não resistiu à fase de grupos. Antes, em 2010, fez bom papel, eliminando o Corinthians nas oitavas e caindo nas quartas, diante do Universidad de Chile. No entanto, o clube vinha de outras participações frustrantes: em 2008, a queda nas oitavas de final diante do América do México, por 3 a 0, em pleno Maracanã; em 2007, outro tropeço nas oitavas, diante do modesto Defensor, do Uruguai; e, em 2002, uma eliminação na fase de grupos. Esta será a 13ª vez que o Flamengo joga a Libertadores.

NOVA ESTREIA PARA ZÉ RICARDO

Apesar de toda a experiência, o sorteio não foi dos mais favoráveis ao rubro-negro, que terá adversários fortes já na fase de grupos: além do San Lorenzo, atual vice-campeão argentino e dono de um título da Libertadores, o Universidad Católica, vencedor dos últimos dois Campeonatos Chilenos, e o Atlético-PR, sempre um adversário difícil.

— É a competição mais importante do continente. A gente sabe que vencer em casa é fundamental na fase de grupos da Libertadores. Temos que ser ofensivos contra o San Lorenzo, mas não dando espaço como aconteceu no Fla-Flu. O primeiro tempo que a gente não fez (no domingo) será de grande valia para a quarta-feira. Foi uma lição — comentou o técnico Zé Ricardo, após o empate por 3 a 3 no Fla-Flu. — Espero que nosso trabalho esteja à altura da competição. Vamos enfrentar grandes adversários.

Por Zé Ricardo passa também parte do otimismo rubro-negro — apesar da derrota nos pênaltis na final da Taça Guanabara. Treinador que se desenvolveu na base do clube, assumiu o time na parte inicial do Brasileiro passado e fez a equipe sonhar com o título. O rubro-negro ganhou uma identidade de jogo, que foi um pouco modificada com a chegada de novos nomes este ano.

Os principais reforços vieram do exterior. Na lateral-esquerda, o peruano Miguel Trauco ganhou a posição que era de Jorge, vendido para o Monaco, da França. No meio-campo, Rômulo barrou Márcio Araújo. Nesta Libertadores, o treinador pode contar com uma nova realidade. Se no Brasil pode escalar no máximo cinco estrangeiros, na Libertadores ele pode usar todos os seus sete gringos.

Fonte: O Globo