Flamengo se torna especialista em gols perdidos e tenta acabar com sina no Brasileiro; veja retrospecto

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Passam os técnicos e os jogadores, mas um problema parece crônico no Flamengo : a falta de pontaria. Apesar do elenco com alta vocação para criar oportunidades, o rubro-negro vê coexistir a dificuldade para transformá-las em gols, como na estreia do Brasileirão, contra o Internacional. “Vencedora” por 19 a 5 em finalizações, a equipe ficou apenas no 1 a 1. E, neste domingo, às 18h30, visita o Vitória, pela segunda rodada, para tentar melhorar esse retrospecto.

Naturalmente, os adversários recuam diante do Flamengo, em especial no Maracanã. A última partida do campeonato se torna didática ao mostrar Roger Machado aplicando uma linha de cinco defensores para frear um adversário de ímpeto crescente, que teve chances para vencer com Juninho, Alex Sandro, Bruno Henrique, Wallace Yan... Na estreia da Libertadores, na quinta-feira, Filipe Luís se disse surpreso com a estratégia do Deportivo Táchira (Venezuela), "que vendeu caro" a derrota por 1 a 0.

Mas, assim como a dificuldade não é nova, seus impactos também se repetem. Essa vem sendo a tônica ao menos desde o heptacampeonato de 2019. A edição anterior foi a última em que o time não terminou no top 5 de chances claras desperdiçadas. Em 2020, quando levou o octa, foi líder disparado no quesito, com mais de 30 à frente do vice Atlético-MG (87 a 55).

Já nas últimas quatro edições, que representam um incômodo jejum dentro da competição, esteve ao menos no top 3, sendo líder em 2021 (56) e 2022 (62). Em 2023, foi o terceiro (49) e, em 2024, o segundo (64). A recorrência é um dos principais fatores que vêm prejudicando a capacidade do clube em sequer competir pelo título nesse período.

Os líderes em chances desperdiçadas nas últimas edições do Campeonato Brasileiro — Foto: Editoria de arte/O GLOBO
Os líderes em chances desperdiçadas nas últimas edições do Campeonato Brasileiro — Foto: Editoria de arte/O GLOBO

Segundo o site SofaScore, na primeira rodada deste ano, foram três grandes chances perdidas, o que já faz a equipe figurar no segundo lugar do ranking do Brasileirão, junto de Palmeiras, Vasco e Bahia, todos atrás apenas do Atlético-MG (seis).

— Os atacantes vivem de números, de gols durante a temporada, e passam por altos e baixos. Faz parte do futebol — comentou Filipe Luís após o empate com o Inter. — Tem atacante que termina o ano com 50 gols, e outros com dez. Como treinador, posso levá-los a essa zona, e dar treino para eles para que possam melhorar. Mas não me preocupo.

Falta de Pedro

Principal rival nacional, o Palmeiras o acompanhou no top-3 em todas as oportunidades nos últimos quatro, mas faturou dois títulos. A equipe de Abel Ferreira é conhecida por ter mais solidez defensiva e apostar nas transições, sendo mais letal quando aparece diante do gol.

Com Filipe Luís, a partir do final do ano passado, o Flamengo continuou tendo muito poder de fogo. Sua falta de preocupação, como afirmou na coletiva após o empate com o Inter, se dá pelo time ainda ter tido o melhor ataque, com 61 gols, e sido o que mais criou chances, com 103.

Isso tudo na falta de Pedro, que está em fase final de aprimoramento físico após ter rompido o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo há sete meses. Com seu esperado retorno neste mês — ele já treina com bola junto do restante do elenco —, também volta a esperança de que o clube diminua a quantidade de gols perdidos, e possa fazer jus ao seu potencial para conquistar o Brasileirão. Por ora, voltam à equipe os meias Gerson e Arrascaeta, o lateral-direito Wesley e o atacante Plata.

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Fonte: O Globo