Flamengo se irrita com arbitragem, e Braz acusa: "Interferências entram pelos telefones"

O Flamengo protestou muito contra a arbitragem depois do empate por 1 a 1 com o Bragantino, no estádio Nabi Abi Chedid, nesta noite de sábado. Primeiro, Bruno Henrique, autor do gol rubro-negro, reclamou. Depois o diretor de futebol Bruno Spindel subiu o tom em entrevista ainda no campo.

Após a partida, em pronunciamento - o técnico Tite não foi à sala de imprensa -, Spindel e o vice de futebol Marcos Braz fizeram críticas duras à arbitragem e à CBF. O Flamengo reclama da anulação da expulsão de Luan Cândido, do Bragantino, e de possível pênalti não marcado em Luiz Araújo.

Marcos Braz disse acreditar que os árbitros na cabine do VAR sofrem pressão externa durante os jogos.

- As interferências entram pelos telefones. Interferência que fala se foi ou não foi, o que acha. Essa interpretação tem que ser da pessoa que está ali na hora. Vou dar até uma sugestão: entrou no VAR lá, não pode ter celular, não pode ter nenhuma comunicação lá dentro que não for a comunicação pertinente ao trabalho.

Bruno Spindel pediu para falar no Premiere, no fim da transmissão da partida, para questionar a CBF sobre o que enxerga como prejuízos constantes ao Flamengo no Brasileiro.

Ele disse que a direção rubro-negra vai analisar o envio de novos ofícios à CBF e à Comissão Nacional de Arbitragem, mas lembrou que tal expediente não tem efeito. E citou indiretamente adversários recentes que fizeram queixas públicas, como John Textor, dono do Botafogo, e Adson Batista, presidente do Atlético-GO.

- A gente já enviou ofício em outros momentos e não adianta. Só o que adianta é chamar para CPI, expor publicamente, dizer que é ladrão, dizer que tem assalto. Para eles respeitarem o clube, só desse jeito. Se não fizer desse jeito, não adianta. É um absurdo. O que aconteceu hoje aqui é um absurdo. A gente precisa desempenhar, merecer vencer. Eu acho que a gente mereceu um resultado melhor hoje. Se tivesse a expulsão no início do jogo, mudava completamente o jogo. O pênalti do Luiz Araújo também. Se o critério ali foi de anular a expulsão, tinha que ter dado o pênalti lá (com revisão do VAR).

- A gente está sendo prejudicado jogo a jogo, porque os outros clubes dizem que tem assalto, que tem roubo. O ofício não adianta, porque eles não respeitam desse jeito. Quer respeito, é só chamar para CPI lá em Brasília, expor, dizer que é ladrão, dizer que tem assalto, é só assim que é respeito. Não tem outro jeito de ser respeitado - afirmou o dirigente.

Na sala de imprensa, Marcos Braz manteve a temperatura alta contra a Comissão Nacional de Arbitragem. Disse até que não reclamou no campo por "pena" dos árbitros.

- É uma vergonha o que está acontecendo. Quero entender o seguinte: é quem bate mais forte na mesa, quem briga mais que está levando? É (para) isso que a CBF tá se ajoelhando? É quem dá porrada na mesa, quem bate, quem faz ilações perigosíssimas? A gente tem que ver como vai fazer, porque o campeonato não vai acabar bem - disse o vice do Flamengo .

Braz disse que "se a gente entender que vai ter que pressionar, não tenha dúvidas de que o Flamengo vai fazer isso também." Mas afirmou que não considera o melhor caminho.

- O que a gente viu hoje aí é digno de pena. De não chamar o VAR em dois, três lances em análises que eram perfeitamente fáceis de você interpretar se chamasse o VAR, se usasse a tecnologia - comentou.

O vice de futebol do Flamengo lembrou do afastamento do árbitro André Luiz Skettino. Ele apitou a vitória sobre o Atlético-GO na primeira rodada por 2 a 1, com gol de Pedro de pênalti no fim do jogo. Considerou também as falhas de Raphael Claus contra o Botafogo e chamou o árbitro de frouxo por não aplicar a regra pela máscara usada por Luiz Henrique em gol no clássico.

- Contra o Botafogo, em que perdemos o jogo, o jogador (Luiz Henrique) botou uma máscara dentro de campo, na frente do juiz. O juiz vai e amarela, frouxo, sequer dá amarelo. Ele deveria ter dado amarelo, mas esse deveria não é interpretação, é regra. Não deu amarelo. Na jogada subsequente, o mesmo jogador tomou o amarelo - disse o dirigente.

Bruno Spindel é citado na súmula de Bragantino x Flamengo, pelo Brasileirão — Foto: Reprodução

No fim da partida, o técnico Tite e o auxiliar Matheus Bachi levaram cartões amarelos. Foram dois dos muitos rubro-negros que reclamaram das decisões do árbitro mineiro Paulo César Zanovelli e de toda a equipe de arbitragem, o que inclui a atuação do VAR.

Após a partida, ainda no campo, Spindel citou a pressão de clubes contra a arbitragem e a CBF. Para ele, "os árbitros estão acuados" por estas entrevistas e manifestações públicas de adversários do Flamengo . No caso do Atlético-GO, o pênalti marcado para o Rubro-Negro carioca pouco antes do apito final, que Pedro converteu e deu a vitória na primeira rodada do Brasileiro.

- A gente acha que o que está acontecendo é um acinte. Um presidente de um clube diz que tem roubo, que tem fraude, que tem manipulação. O outro diz que tem assalto, o outro diz que tem roubo. E jogo após jogo, com os árbitros acuados, eles vão prejudicando o Flamengo . O que é mais acintoso é a falta de critério e sempre contra o Flamengo . Eu não consigo achar que isso é normal, que não tem alguma coisa por trás - disse Bruno Spindel.

O dirigente, que foi citado na súmula pelo árbitro da partida deste domingo contra o Bragantino, também citou a reclamação de falta em cima de Fabrício Bruno no clássico com o Botafogo, no segundo gol marcado pelo Alvinegro na derrota do último domingo.

- Como é que os árbitros vão trabalhar desse jeito? Só vão errar contra o Flamengo e para quem grita mais? A gente vai ter que dizer que tem roubo também, que tem manipulação, que tem ordem de cima para os árbitros errarem contra um ou contra outro, que é manipulado, que tem fraude, que eles são ladrões. A gente vai ter que falar isso também para começarem a respeitar o Flamengo ? É isso que tem que ser feito? A CBF precisa esclarecer, porque não acontece nada. Quem diz que tem assalto, que tem roubo, que tem o caramba, não acontece nada. E o árbitro entra completamente acuado em todos os jogos que vai jogar contra o Flamengo .

- E o que acontece é que quem não reclama, quem não grita, quem não diz que tem roubo, quem não diz que tem assalto é prejudicado, como o Flamengo já foi em dois jogos. Hoje com uma expulsão no início do jogo mudaria tudo. Depois, se você quiser dizer que ele acertou, ele tinha que ter dado no lance do Luiz Araújo. Se ele acertou em anular a expulsão, tinha que ter anulado o lance do Fabrício Bruno lá e o gol do Botafogo lá no Maracanã, quando o Flamengo estava melhor no jogo e tentando empatar. A gente não consegue entender como é que a CBF não toma uma atitude e cada um fala o que quer.

Antes de Braz e Spindel, o atacante Bruno Henrique, autor do gol de empate do Rubro-Negro, também reclamou bastante das decisões da arbitragem no empate. Também citou o lance de Fabrício Bruno contra o Botafogo e disse que os erros, na visão dele, estão sendo sempre contra o Flamengo .

- A gente não quer ficar falando de arbitragem. Mas não tem como não falar. Aí vão falar que é mimimi, Mas quando tem Flamengo , tudo é diferente. Há poucos dias, o Léo Pereira fez um pênalti e eles marcaram. Hoje tivemos um lance aqui, que não foi falta e ele voltou no VAR e tirou o cartão vermelho. Aí agora no final, um lance duvidoso também. Ele não marcou e o VAR não chamou. A gente não sabe qual é o critério que a arbitragem está fazendo no futebol. Semana passada, no Fabrício, não deram falta. O futebol está cada vez pior. Eles colocam profissionais para ajudar. E os profissionais que estão vendo o jogo muito melhor do quem está dentro de campo não conseguem fazer o simples. Então é lamentável - comentou Bruno Henrique.

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Fonte: Globo Esporte
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