Por alguns minutos, o Flamengo deu saudade. E esperança à sua torcida na briga pelo título do Brasileirão. Em jogo de dois tempos muitos distintos contra o Grêmio, reviveu seus melhores momentos por alguns instantes. E provocou uma viagem no tempo nos rubro-negros.
O desempenho foi suficiente para uma vitória de virada, por 4 a 2, com atuação muito boa de Gabigol, que marcou uma vez e deu duas assistências. Éverton Ribeiro, Arrascaeta e Isla completaram.
Os gaúchos saíram na frente e tentaram reagir com Diego Souza, mas não suportaram uma versão do Flamengo desconhecida até aqui na temporada. Sobretudo sob o comando de Rogério Ceni, que quando não atrapalhou, viu a equipe crescer de rendimento.
Com o resultado, o Flamengo volta à vice-liderança da tabela, com 58 pontos, quatro a menos que o Internacional, com um confronto direto pela frente. E sem mais jogos pendentes. Na segunda-feira, o adversário é o Sport, em Recife.
Agora, faltam seis partidas para o fim do campeonato. E a máxima do "deixou chegar" volta à tona, diante de uma equipe irregular até aqui, mas que através de seus principais talentos só depende de si, e, claro, de um tropeço do Inter, para chegar ao bicampeonato.
No jogo atrasado com o Grêmio, o Flamengo deu sinais de que escreveria um roteiro repetido em relação às últimas atuações. Teve o controle inicial da partida, criou chances, desperdiçou algumas, e sofreu o gol em desatenção de Arão e Gustavo Henrique.
Mas em nove minutos da etapa final tudo mudou. Nove, de Gabigol, que jogou mais próximo de Bruno Henrique, como na formação de Jorge Jesus. Nesse momento o time pressinou e conseguiu a virada.
A conjunção de boas atuações em um curto espaço de tempo chamou atenção. Gerson, que sofria para fazer uma boa transição, conseguiu dar melhor dinâmica ao ataque. Éverton Ribeiro, com o futuro em jogo esta semana, empatou o jogo depois de boa trama entre Bruno Henrique e Gabigol.
A virada veio dos pés de Gabigol. Não enfiado na área. Mas recuando para buscar jogo. O atacante chamou a responsabilidade desde o primeiro tempo. Insistiu, lutou, e foi recompensado. Chapo no canto de Vanderlei, sem chances, para fazer o 2 a 1.
O terceiro gol foi de video-game. E foi o que mais lembrou o quarteto mágico de 2019. Gerson, Bruno Henrique, Gabigol, Arrascaeta, gol. De pé em pé, como nos bons tempos que não voltam mais. Depois do susto com o gol de falta de Bruno Henrique, e mexidas de Ceni para segurar na marcação, Isla deu números finais, de novo com o Flamengo penetrando na defesa adversária como queria.
Não foi o 5 a 1 no Maracanã pela Libertadores de 2019. Mas o elenco campeão que se mostra irreconhecível em algumas partidas desde o ano passado lembrou ao torcedor que a chama está ali, basta que alguém a acenda novamente. E foi o que fez Gabigol. Não em três minutos, como na final com o River Plate. Em nove.