Flamengo retomaria acordo de compra do Leixões em caso de vitória de Dunshee. 'Inaceitável', diz Bap

A atual administração do Flamengo, comandada por Rodolfo Landim, tinha um acordo de compra das ações do Leixões engatilhado em caso de vitória de Rodrigo Dunshee nas eleições.

André Castro, presidente da SAD da equipe portuguesa, já estava com tudo pronto para dar continuidade à operação, mas aguardava o resultado do pleito.

Ele esteve no Brasil para assistir a final da Copa do Brasil entre Flamengo e Atlético-MG. Recentemente, o Leixões realizou uma assembleia e indicou que o Flamengo compraria 35% da SAD do clube.

O valor estimado era de 10 milhões de euros, cerca de R$ 60 milhões. Mas segundo o Flamengo, o acordo e o pagamento só aconteceriam mediante apresentação da proposta ao Conselho Deliberativo.

- Inaceitável. Nada foi aprovado no clube . Aliás, sequer discutido - disse o presidente eleito, Luiz Eduardo Baptista, ao blog.

Procurado, o candidato Rodrigo Dunshee informou que não há nenhum documento assinado pelo Flamengo, e que as declarações de Bap afugentaram o interesse do Leixões.

- A gestão atual tinha interesse , apenas dependeria de levar ao Conselho Deliberativo e terminar a negociação - esclareceu o ainda vice-presidente de Rodolfo Landim.

Bap deixou claro que a nova diretoria não levaria a negociação adiante. E que se isso fosse a frente seria desfeito no primeiro dia após a sua vitória nas eleições.

— Então, para quem está na outra ponta e acha que vai fazer um grande negócio no apagar das luzes desta gestão, se a gente ganhar, isso será desfeito. Falo para que fique claro para todo mundo, para que depois as pessoas não digam que não sabiam no que estavam se metendo — afirmou, ainda durante a campanha.

Em agosto, Landim teve reuniões com conselheiros e encaminhou o acordo. Antes das eleições, a diretoria deixou o assunto cair no esquecimento, focada no projeto do novo estádio.

Em nota em setembro, o Flamengo afirmou que a parceria negociada colocaria o clube como administrador do Leixões por três anos, sem a aquisição imediata de participação societária, o que evitaria o direcionamento de eventuais prejuízos ou passivos e dispensaria o pagamento imediato para a compra das ações.

"Este contrato para a possível parceria, que será apresentado ao Conselho Deliberativo (“CODE”) para aprovação, dará ao Flamengo uma possível opção de compra após um período de operação (três anos). De igual maneira, o exercício desta opção de compra do Leixões poderá ou não ser levada ao CODE, pelo próximo presidente do Clube, após a análise dos resultados e das diligências que serão realizadas durante o período de gestão do Leixões pelo Flamengo", afirmou o comunicado.

Fonte: O Globo