Em um julgamento que se estendeu por toda a quinta-feira (4), o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, recebeu uma pena de 12 jogos de suspensão e uma multa de R$ 60 mil. A decisão foi tomada em decorrência de um incidente ocorrido em 2023, quando o jogador foi acusado de forçar um cartão amarelo durante uma partida contra o Santos. No entanto, a defesa do atleta, liderada pelo advogado Michel Assef Filho, já anunciou que irá recorrer da sentença.
Entendimento da Justiça e defesa do jogador
A Justiça considerou que Bruno Henrique não teve a intenção de beneficiar apostadores ao forçar o cartão. O jogador, que estava pendurado com dois cartões amarelos, buscou cumprir suspensão em um momento mais conveniente, uma prática comum no futebol. O cerne da questão, segundo a defesa, foi o fato de que Bruno Henrique avisou seu irmão, Wander, sobre a situação, o que gerou uma série de apostas relacionadas ao cartão que ele recebeu. Contudo, a defesa argumenta que o jogador não estava envolvido em nenhum esquema de apostas e não obteve vantagens pessoais com sua ação.
Michel Assef Filho, advogado do Flamengo, expressou sua insatisfação com o julgamento, afirmando que o processo não deveria ter ocorrido. “Esse processo nem deveria ter sido julgado, e isso vai ser enfrentado em grau de recurso. E também em relação ao mérito. O Flamengo, obviamente, respeita a decisão da justiça desportiva e vai recorrer dela”, declarou logo após a decisão.
Controvérsia sobre a prescrição do caso
Durante o julgamento, um dos pontos mais debatidos foi a questão da prescrição. A defesa sustentou que o caso não deveria ser analisado, uma vez que não houve denúncia formal nos 60 dias seguintes ao incidente. No entanto, essa argumentação foi rejeitada pelo tribunal. A decisão final indicou que a ação de forçar o cartão amarelo não tinha como objetivo o lucro, mas sim uma escolha tática, uma decisão que, segundo a defesa, deveria inocentar o jogador.
“Se faz parte da regra do jogo, como pode ser atitude ilegal, do ponto de vista que chega a condenar um atleta? O que sobra é uma suposta informação privilegiada, que o Flamengo entende que não houve. Qualquer um que saiba de futebol e de aposta entenderia que Bruno Henrique forçaria esse cartão”, enfatizou Assef.
Próximos passos e a posição do Flamengo
Ao final do julgamento, Michel Assef Filho reiterou que Bruno Henrique não deveria ter sido julgado. No entanto, com o processo avançando para o mérito, ele acredita que a absolvição do jogador seria a decisão mais justa. “O Flamengo entende que ele deveria ser absolvido. Primeiramente, o processo nem deveria ter existido por conta da prescrição e, quando pena, uma aplicação da pena no artigo 191, inciso 3º”, concluiu o advogado.
Com a intenção de reverter a decisão, o Flamengo se prepara para apresentar um recurso, buscando a absolvição de Bruno Henrique e a revisão do caso, que já gerou grande repercussão no cenário esportivo.