Flamengo protege Vinícius Júnior após quase perder joia por falta de recursos para base

Não há como contar a história do fruto sem saber pelo que passou a semente. A trajetória de sucesso de Vinicius Júnior no Flamengo, que motivou o clube a promover uma blindagem total na joia de 16 anos, cobiçada por gigantes europeus, começou com o esforço em mantê-lo mesmo sem boas condições financeiras. Entre 2013 e 2014, o atacante quase deixou o Flamengo por falta de estrutura e dinheiro para a base. O atraso na ajuda de custo de menos de R$ 1 mil se multiplicou por seis meses, e o jovem teve dificuldade para treinar. O cenário impedia até atividades em dois períodos por falta de alimentação.

A habilidade do diretor da pasta, Carlos Noval, foi decisiva para a permanência do garoto, que já chamava atenção no sub-15 comandado por Zé Ricardo, ainda técnico iniciante. O dirigente convenceu a família a manter Vinicius no Flamengo, e o clube cedeu 20% do passe para os pais do jogador. Ano passado, o jovem assinou, aos 16, seu primeiro contrato profissional, e hoje pertence 100% ao Flamengo. A diretoria espera ampliar até 2020 o vinculo válido até 2019.

O surgimento de Vinícius Júnior no Flamengo se deu em um cenário de reformulação da base. O processo, que começou com Paulo Pelaipe e seguiu com Felipe Ximenes á frente do futebol, com aval do então vice de futebol Wallim Vasconcellos e posteriormente de Alexandre Wrobel na pasta, resultou em uma das gerações mais fortes do clube, a do ano 2000.

Vinicius Júnior se transformou em seu principal expoente, e a Traffic passou a responder pela carreira do jogador. Na próxima semana, os envolvidos discutirão como o jovem será aproveitado ainda esse ano no profissional e seu novo contrato. Os próximos passos no Flamengo dependem da habilidade do diretor Rodrigo Caetano e do presidente Eduardo Bandeira de Mello. A do garoto, todos já conhecem.

Clube vigia atleta e se irrita com assédio

Todos os dirigentes do Flamengo e o próprio Vinicius Júnior foram proibidos de falar sobre o projeto para a joia. Desde que deixou a seleção, o garoto é acompanhado de perto por profissionais do Flamengo, até no aeroporto. A entrevistas concedidas após a conquista do Sul-Americano abordando o assédio de Barcelona e outros clubes irritou o Flamengo. O diretor Rodrigo Caetano, especialmente, se nega a falar do tema para não alimentar o chamado oba-oba.

Caetano e o diretor da base, Carlos Noval, que conversaram muito ontem, são os responsáveis por avaliar, a partir de agora, o que será feito com Vinicius Jr e também com Lincoln, destaques da seleção brasileira. Ambos os profissionais, no entanto, foram orientados a tratar apenas internamente do tema. Vinicius Jr, de 16 anos, não pode mais ser inscrito no Estadual, apenas na segunda fase da Libertadores. O Flamengo tenta aumentar a multa rescisória do jogador, hoje em R$ 100 milhões. Ontem, jornais europeus davam o interesse de mais clubes, como Juventus, Manchester City, PSG e Arsenal.

Fonte: Extra