O Flamengo estuda pedir novamente o adiamento da assinatura do termo final do acordo pela compra do terreno do Gasômetro, onde será construído o estádio do clube. A tendência é que o prazo, que termina em 9 de abril, seja prorrogado por mais 90 dias.
A nova gestão contratou duas empresas para aprofundar os estudos de viabilidade da construção da arena. O diagnóstico é que a previsão anterior estava fora da realidade. Com as análises ainda em andamento, o Flamengo planeja pedir novo prazo à Prefeitura do Rio e à Caixa Econômica Federal.
A prorrogação, na visão do presidente Bap e seus pares, não influenciará no início da construção, visto que as obras dependem da descontaminação do terreno e do remanejamento da estação de gás da Companhia Distribuidora de Gás (CEG), que é administrada pela empresa Naturgy.
O clube tem se reunido semanalmente com pessoas da Prefeitura para tratar do projeto. As conversas com a Naturgy também andaram nas últimas semanas. O prefeito Eduardo Paes se comprometeu a arcar com os custos da descontaminação do terreno, e o Flamengo apresentará os números.
Passado esse processo de análises e negociações, o Flamengo dará início às obras. Os estudos em andamento são os seguintes:
Imagens do projeto do estádio do Flamengo, elaborado ainda na gestão Landim — Foto: Reprodução
A estimativa de custo anterior era de R$ 1,9 bilhão e foi considerada superficial pela gestão de Bap, que disse no mês passado que a obra deve chegar a pelo menos R$ 3 bilhões . O orçamento de 2025 também foi refeito incluindo os recursos para o estádio. A projeção inicial do Flamengo é de receita recorde acima de R$ 1,5 bilhão e superávit de R$ 180 milhões.
Quando a Prefeitura do Rio fez a desapropriação do terreno e o Flamengo o arrematou em leilão em julho, pagando R$ 138,2 milhões e mais R$ 7,8 milhões após perícia, o valor foi depositado em juízo porque a Caixa Econômica Federal não concordou com a quantia e entrou na Justiça.
Por isso, começou um processo de mediação envolvendo a Prefeitura do Rio, a Advocacia-Geral da União (AGU), o Flamengo e a Caixa. Depois de aproximadamente um mês de negociações, foi fechado um acordo no qual o Rubro-Negro se comprometeu a pagar uma complementação de R$ 23 milhões parcelados pelos próximos cinco anos.
Terreno do Gasômetro: local que o Flamengo comprou para construir seu estádio — Foto: André Durão/ge
Ao mesmo tempo, a Prefeitura aceitou transferir os Cepacs (Certificado de Potencial Adicional de Construção) do Gasômetro para outros terrenos da cidade administrados pelo banco.
No dia 2 de outubro, foi assinado um pré-acordo (o que permitiu ao clube tomar posse do terreno no dia seguinte), e ficou definido um prazo de 60 dias para que os advogados preparassem a documentação final, com todos os detalhes acordados na mediação. Este documento, que deveria ter sido assinado na primeira semana de janeiro, é o que acabará com todo o imbróglio da compra.
A assinatura, no entanto, ainda não ocorreu por causa do pedido de adiamento por 90 dias da nova diretoria do Flamengo . Prazo que deverá ser prorrogado por mais três meses agora.
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