Flamengo perde para o Santos, mas avança na Copa do Brasil

Ao não se limitar a defender em boa parte do jogo, o Flamengo pavimentou o caminho para uma classificação que chegou a se anunciar tranquila. Ao permitir um jogo aberto no meio-campo, de idas e vindas, permitiu que o Santos permanecesse vivo, o que criou um drama desnecessário no fim do jogo. A derrota por 4 a 2 garantiu a vaga na semifinal graças aos gols como visitante e deixou uma mistura de sentimentos para a torcida: se está mantida a esperança do título nacional, se o apito final trouxe alívio ao afastar a possibilidade de mais uma eliminação traumática, restou certa preocupação. Um Flamengo antes sólido sem a bola, sofreu gols com certa facilidade na Vila Belmiro.

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Raramente se vê meio-campistas criadores desfrutando de tanta liberdade quanto se viu ontem. Pelo lado do Santos, com uma formação leve, era até natural a exposição defensiva. Por característica e pela necessidade de reverter a derrota por 2 a 0, no Rio. Já o Flamengo cumpria quase toda a cartilha de como defender um bom resultado na casa do rival. Conseguia segurar a bola, trocar passes, evitar ser pressionado. Mas sua recomposição defensiva era mal feita, contribuindo para que o jogo tivesse um clarão no meio-campo. Jogavam os meias.

Diego ditava o jogo do Flamengo. Deu o belo passe para Berrío o abrir o placar, aos nove minutos, o que obrigava o Santos a improváveis quatro gols. Ainda criaria chances para o próprio Berrío e para Guerrero.

Mas num jogo de ida e vinda, de descontrole, também jogavam à vontade Lucas Lima e Vecchio, o que não interessava ao Flamengo. Num dos ataques santistas, Bruno Henrique acertou espetacular chute para empatar. O desequilíbrio gerado no Flamengo quase resultou na virada, porque Leandro Vuaden chegou a dar pênalti de Réver em Bruno Henrique, antes de voltar atrás, alertado pelo quarto árbitro. A decisão foi correta, a questão é a intrigante convicção do assistente, bem mais distante do lance do que Vuaden.

Melhor com a bola do que sem ela, o Flamengo parecia ter resolvido sua classificação no gol de Guererero, ao voltar do intervalo. Mas uma falha de Rafael Vaz, cedendo o escanteio que acabou na falha da zaga e na cabeçada de Copete, fez mais do que empatar o jogo. O Flamengo teve 15 a 20 minutos de total perda do senso coletivo, erros individuais e nítido cansaço de peças importantes, Diego entre elas. Aos nove minutos, o Santos já vencia o jogo, em gol de Victor Ferraz. A tranquilidade se fora.

Zé Ricardo trocou os pontas, buscando fôlego ao lançar Rodinei e Gabriel nos lugares de Berrío e Gabriel. Aos poucos, o Flamengo recuperou a capacidade de segurar a bola, o jogo parecia, novamente, controlado. A não ser por uma finalização de Rafael Longuini, defendida por Muralha. Mas no minuto final, Copete aproveitou falha da defesa e do goleiro para fazer 4 a 2. Não houve tempo de levar novos sustos, mas um certo ar de constrangimento cercou a classificação rubro-negra.

Fonte: O Globo