“(Paquetá) se aproxima muito hoje de um jogador que foi um dos destaques da Copa do Mundo , o De Bruyne, que todos gostam muito, ou do próprio Modric.”

Assim definiu o treinador Dorival Júnior após a vitória do Flamengo sobre o Fluminense por 3 a 0 no último sábado, pelo Campeonato Brasileiro . Mas será que ele tem razão?

O meio-campista recém-vendido para o Milan por 35 milhões de euros (pouco mais de R$ 150 milhões) chama atenção pela movimentação por todo o campo e a capacidade de executar os mais variados fundamentos do futebol. A comparação do treinador foi levada à prova com os dados do ESPN TruMedia , ferramenta de estatísticas exclusiva da ESPN.

“Um jogador como o Paquetá tem valências muito importantes e que são muito equilibradas. Ele marca muito bem, ele arma muito bem e ele define como poucos no futebol brasileiro”, justifica o comandante rubro-negro. “Se assemelha muito pela mobilidade, movimentação, participação, ora defensiva, ora ofensiva”, complementa.

Os números do camisa 11 na partida demonstram por que Dorival se empolgou ao falar de seu atleta. Diante do rival tricolor, teve 55 ações com bola , completando 29 passes (78,4% de acerto), mandando no alvo uma de suas três finalizações , criando duas chances , afastando duas bolas e sofrendo ainda quatro faltas .

O mapa de calor abaixo mostra como o promissor atleta de 21 anos participou do jogo em todos os lugares do campo e foi o “motorzinho” do Flamengo.

Comparando sua movimentação no jogo de ontem com a de De Bruyne e Modric nas partidas de Copa do Mundo, é possível notar a semelhança. Dorival não está maluco: Paquetá ocupou até mais espaços no campo que seus ‘concorrentes’ europeus.

O belga participou de menos ações dentro das duas áreas, ao passo que Modric se manteve mais do lado direito, deixando a esquerda para seu companheiro Rakitic.

Ao se analisar os números frios, entretanto, fica claro que Paquetá ainda esteve níveis abaixo em termos da quantidade de ações. De Bruyne e Modric dão mais passes, além de criarem mais chances.

*Números de Paquetá no Fla-Flu e médias de De Bruyne/Modric na Copa do Mundo.

Se Paquetá irá atingir nível próximo ao do atual melhor jogador do mundo pelo prêmio The Best da Fifa, só o futuro dirá. Mas o potencial existe – Dorival que o diga.