Em entrevista ao GE , o lateral-direito Wesley , do Flamengo , analisou sua volta por cima na carreira e foi extremamente sincero ao falar sobre a transferência frustrada para a Atalanta , da Itália, no ano passado.

O ala admitiu que, a princípio, ficou frustrado por não ter sido vendido para a equipe europeia. No entanto, na sequência ele se deu conta de que ainda estava em um time gigante e precisava se reencontrar.

"Acho que minha virada de chave foi em 2024, depois que não fui para a Atalanta. Eu tive que... Ou vai ou fica. Não dava para ficar estacionado e lamentando que eu não fui", lembrou.

"Ali que o Guilherme Siqueira, meu empresário, até brinca comigo. Todo mundo chorando, e eu não sou de chorar, só que esse dia não teve como... Pela fase que eu vivia, entendi que o momento era pra sair, e eu não saí. 'Meu Deus, agora o que eu vou fazer? Ninguém me quer mais aqui, eu vou ficar fazendo o quê?'", contou.

"Minha cabeça estava assim. Aí ele: 'Irmão, vamos embora. Você estava saindo de uma Ferrari para ir para uma Lamborghini . Mas você está na Ferrari ainda'. Eu pensei... 'Caraca, verdade, estou no Flamengo e estou 'reclamando' que não fui. Estou no Flamengo e estou querendo sair... Não saí, fé, vamos embora!'", seguiu.

"Aí comecei a contratar gente pra me ajudar. Falava mais, porque eu não sou muito de falar. Comecei a me abrir mais, pedir opinião do Gerson, dos caras. Ali foi minha virada de chave", comentou.

Wesley também falou sobre a importância do aspecto mental nas partidas e admitiu que, no passado, perdia totalmente a concentração quando cometia erros.

Depois de fazer trabalhos com profissionais do ramo, porém, ele exaltou todo o aprendizado que teve.

"Confesso que até hoje quando eu vou entrar em campo eu falo: 'Caraca, tenho que concentrar o máximo para não errar o primeiro toque. O primeiro toque é tudo'. O primeiro toque vai ditar o teu jogo todo. O primeiro toque eu pego, driblo um ali, sofro uma falta: 'Hoje eu estou bem'. Mas isso que eu aprendi com o tempo", apontou.

"Antes, quando entrava e errava, a galera ficava 'ah, não sei o quê' e eu ficava meio: 'O que que eu faço agora?' E esse era o meu erro. Eu tentava fazer alguma coisa para eles gritarem. Eu comecei a aprender isso. Errou? Calma. Eu vou errar de novo, mas uma hora eu vou acertar", observou.

"Eu ficava com tanto medo de errar que eu não acertava nada. Agora eu não tenho medo de errar porque eu sei que na próxima eu posso acertar ou eu posso errar de novo. É o que o Filipe Luís fala: 'Erra, erra, erra, mas não para de tentar, não para. Chega na linha de fundo, vai pra cima. Lá atrás, tenta sair jogando. Errou, recupera, errou, recupera. Eu só não quero que perca a bola e fique olhando. Errou, tenta de novo, tenta de novo, tenta de novo' Quando eu botei isso na minha cabeça eu falei 'caramba, errei' e posiciono ali, recupero. Quando acerto, a torcida faz a festa que chega a arrepiar, não tem como", complementou.

Questionado sobre seus planos para o futuro, o lateral-direito admitiu que segue sonhando com uma venda para o futebol europeu.

No entanto, ele reforçou que, atualmente, segue se sentindo "muito bem" no Flamengo e salientou que não quer apressar as coisas.

"É difícil, é difícil pra caramba (não ficar ansioso com a possibilidade de ser negociado). Eu não paro de pensar. Já falei que é meu sonho jogar lá fora. Mas o que eu estou vivendo aqui é uma coisa que eu não esperava que eu fosse viver", citou.

"Está fazendo muito bem pra mim ficar aqui, muito, muito mesmo. Só que meu sonho é estar lá também. Aí eu fico dividido nessas coisas. Mas é a vontade de Deus: se for para ir, eu vou. Se for para ficar, eu fico", finalizou.

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