Para conseguir a classificação para a semifinal da Conmebol Libertadores, o Flamengo vai precisar de um feito inédito. O Rubro-Negro nunca reverteu uma desvantagem fora de casa em torneios mata-mata, excluindo o Campeonato Carioca.
E terá que quebrar esse tabu de qualquer jeito contra o Peñarol nesta quinta-feira, às 19h (de Brasília) no estádio Campeón del Siglo, se quiser manter vivo o sonho do inédito tetracampeonato de um clube brasileiro.
Após perder por 1 a 0 para o Peñarol no Maracanã, o Flamengo precisa vencer por dois gols de diferença para se classificar de forma direta, ou pela vantagem mínima para levar a decisão da vaga para os pênaltis.
Segundo pesquisa de Guilherme Marçal e Roberto Maleson, do Espião Estatístico do ge , foram 12 confrontos até hoje, com 10 eliminações e dois vice-campeonatos rubro-negros. O Flamengo até conseguiu vencer duas vezes o jogo de volta fora de casa, mas não pelo placar necessário.
Veja abaixo como foram os confrontos:
Pela Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo de 1953, o Flamengo de Jordan, Índio, Zagallo e do técnico Fleitas Solich disputou o título com o São Paulo. O Rubro-Negro perdeu por 3 a 1 no Maracanã e foi para o Pacaembu tentar reverter a desvantagem, mas não conseguiu abrir o placar e ainda sofreu um gol no fim, saindo derrotado por 1 a 0 e ficando com o vice.
Na Supercopa dos Campeões da Libertadores de 1989, o Flamengo de Zico, Leonardo e do técnico Valdir Espinosa enfrentou o Argentinos Juniors nas oitavas de final e perdeu por 1 a 0 no Maracanã. O Rubro-Negro foi para a Argentina e conseguiu abrir 1 a 0 no estádio José Almafitani com um gol de Nando. Mas levou a virada no segundo tempo e saiu derrotado e eliminado com o 2 a 1.
Na Copa do Brasil em 2000, o Flamengo de Petkovic, Clemer e do técnico Carlinhos Violino enfrentou o Santos nas quartas de final e foi goleado por 4 a 0 dentro do Maracanã. No jogo de volta na Vila Belmiro, o Rubro-Negro até fez dois gols, com Petkovic e Mozart, mas não chegou nem perto de reverter a goleada. Perdeu por 4 a 2 e viu a esperança de chegar à Libertadores do ano seguinte ruir.
No mesmo ano, o Flamengo jogou a extinta Copa Mercosul e enfrentou o River Plate nas quartas de final, perdendo por 2 a 1 a partida de ida no Maracanã. O Rubro-Negro foi para a Argentina com sangue nos olhos para reverter e fez um grande jogo no Monumental de Núñez. Abriu 1 a 0 com Edilson e sofreu o empate. Fez 2 a 1 com Juan, mas cedeu novamente a igualdade. Fez 3 a 2 em um golaço de falta de Petkovic, mas nos minutos finais levou a virada.
Na Copa do Brasil de 2005, o Flamengo de Obina, Júnior Baiano e do técnico Andrade enfrentou o Ceará nas oitavas de final. O Rubro-Negro mandou a primeira partida no estádio Morenão, em Campo Grande (MS), e perdeu por 2 a 0. No Castelão, o time novamente jogou mal, saiu atrás do placar, teve dois jogadores expulsos (Jônatas e Fabiano) e só empatou no finalzinho com Obina.
Na Libertadores de 2010, o Flamengo do Império do Amor e do técnico Rogério Lourenço foi surpreendido pela Universidad de Chile nas quartas de final e perdeu por 3 a 2 no Maracanã. O Rubro-Negro foi tentar reverter a vantagem no estádio Santa Laura, em Santiago, e abriu 1 a 0 com Vagner Love. Sofreu o empate no segundo tempo e fez 2 a 1 com Adriano Imperador, mas acabou eliminado com o 4 a 4 agregado porque o regulamento na época previa a quantidade de gols fora de casa como critério de desempate.
O Rubro-Negro voltou a cruzar o caminho do Ceará nas quartas de final da Copa do Brasil de 2011. Aquele time de Renato Abreu, Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves e do técnico Vanderlei Luxemburgo acabou perdendo por 2 a 1 no Engenhão. Na partida de volta no Castelão, o Flamengo entrou com tudo e abriu 2 a 0 com menos de 30 minutos, os dois marcados por Thiago Neves. Mas a equipe perdeu Angelim expulso e cedeu o empate no segundo tempo, acabando eliminada mais uma vez para o Vozão.
No mesmo ano, o Flamengo reencontrou a Universidade de Chile nas oitavas de final da Copa Sul-Americana, mas não passou nem perto de dar o troco. No jogo de ida, foi goleado por 4 a 0 dentro do Engenhão. Para a partida de volta no Estádio Nacional de Santiago, o Rubro-Negro já deu como perdido, levou só reservas e saiu derrotado por 1 a 0 e eliminado mais uma vez.
Na Copa do Brasil de 2015, o Flamengo teve pela frente o Clássico dos Milhões contra o Vasco nas oitavas de final. As duas partidas foram disputadas no Maracanã, mas o Rubro-Negro foi o mandante na primeira, quando perdeu por 1 a 0. Na segunda, o time de Guerrero, Emerson Sheik e do técnico Oswaldo de Oliveira saiu na frente com um gol contra de Madson, mas cedeu o empate no fim.
Na Libertadores de 2018, o Flamengo de Paquetá, Diego Ribas, Everton Ribeiro e do técnico Maurício Barbieri parou no Cruzeiro nas oitavas de final. O Rubro-Negro perdeu por 2 a 0 no Maracanã. No Mineirão, abriu 1 a 0 com Léo Duarte e venceu o duelo, mas faltou mais um gol para levar a disputa para os pênaltis.
Na Copa do Brasil de 2020, o Rubro-Negro já com Arrascaeta, Bruno Henrique e Gerson, comandado por Rogério Ceni, enfrentou o São Paulo nas quartas de final. O time perdeu por 2 a 1 no Maracanã e não chegou nem perto de ameaçar uma reação no Morumbi, onde saiu derrotado e eliminado após um 3 a 0.
A última vez que começou perdendo um confronto mata-mata em casa foi na final da Copa do Brasil do ano passado, novamente contra o São Paulo. O Flamengo do técnico Jorge Sampaoli levou 1 a 0 no Maracanã e precisava vencer no Morumbi. E desta vez chegou a flertar com o final feliz: o time jogou bem e abriu 1 a 0 com Bruno Henrique, mas cedeu o empate e acabou ficando com o vice.
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