Flamengo: motoboys rubro-negros ensinam ao time como não entregar os jogos

O termo "flamengar" não é um verbo presente no dicionário, mas o torcedor rubro-negro sabe bem o que ele significa. É como se fosse um sinônimo da palavra entrega, algo parecido com o que foi visto no Maracanã na última quarta-feira, quando o Flamengo perdeu por 2 a 1 para o São Paulo — ou nos últimos jogos recentes com Domènec Torrent. Mas isso não agradou aos especialistas no assunto, que deram dicas para os comandados de Rogério Ceni aprenderem a entregar do jeito correto.

O EXTRA conversou com funcionários de deliverys espalhados pelo Rio de Janeiro, que se mostraram indignados com o goleiro Hugo Neneca. Um deles é o entregador de pizzas João Paulo, de 35 anos, que sabe que não pode errar o caminho se quiser fazer o seu trabalho. Dificuldade parecida com a goleiro do Flamengo, que não pode errar o drible na frente dos atacantes do São Paulo se quiser avançar à semifinal da Copa do Brasil.

— Faço umas 30 entregas por dia, mas nenhuma foi tão fácil quanto ontem (risos). Se eu erro o caminho igual o Neneca, eu estou ferrado. Tem que ficar de olho, se não ele vai sair do time logo.

João Paulo, entregador do restaurante Sorvetão na Praça Seca.
João Paulo, entregador do restaurante Sorvetão na Praça Seca. Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo

Velocidade é importante para qualquer serviço de delivery, mas agilidade parece ser algo que falta para a defesa do Flamengo. Em especial, para o zagueiro Gustavo Henrique, que receberia nota 0 das avaliações dos clientes se fosse motoboy. Mas calma! O entregador de compras on-line Felipe Almeida, 29, ensina a como ser mais rápido para conseguir alcançar os adversários.

— Minha dica para o Gustavo Henrique o principal do entregar é ter velocidade, assim como os zagueiros. Tem que ter entrega nos jogos, mas na parte da dedicação. Não deixando os caras livres.

Apesar da derrota por 2 a 1, o Flamengo ainda tem chance de classificação para a próxima fase da Copa do Brasil — basta vencer no Morumbi, na próxima quarta-feira, por dois gols de diferença. Por um, leva a disputa para os pênaltis não tem regra do gol fora de casa.

— Se as coisas estiverem ruins para o Flamengo, o Rogério Ceni pode pode entrar em campo e resolver. Ele jogou por muito tempo no São Paulo, então sabe o caminho para ganhar deles. O que não pode é dar mole de novo — conta o motoboy João Vitor, de 20 anos, que teve que aguentar brincadeiras no ponto onde trabalho.

— Meu time (Vasco) já foi o melhor do Rio e sei bem como é carregar o Estado. Eu levo as pessoas para casa, mas não quero levar o Flamengo pra semifinal, não — brincou Paulo Henrique, 28.

Motoboy Paulo Henrique, 28 anos, leva o flamenguista João Vitor, 20 anos, para entrega
Motoboy Paulo Henrique, 28 anos, leva o flamenguista João Vitor, 20 anos, para entrega Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo

Apesar das cornetas, têm quem acredite no Flamengo e releve os erros. É a opinião do delivery de restaurante Márcio Ferreira, de 39 anos.

— Nós fomos bem, já foi melhor que o outro treinador lá. É só não dar mole lá (em São Paulo). Só fazemos entregas no Rio — brincou.

Entregadores da Adega Bosque da Praça, Márcio Ferreira, 39 anos, Francinaldo Ramos, 20 anos, Thiago Mendes, 35 anos, e Felipe Gouvea, 39 anos.
Entregadores da Adega Bosque da Praça, Márcio Ferreira, 39 anos, Francinaldo Ramos, 20 anos, Thiago Mendes, 35 anos, e Felipe Gouvea, 39 anos. Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo

Fonte: Extra
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