Em 2021, Michael virou a chave com a camisa do Flamengo . As boas atuações recentes fizeram o jogador cair nas graças da torcida rubro-negra. Ao todo, são cinco gols em 28 jogos, superando a marca dos quatro que fez em 43 partidas em 2020.
E foi sobre o ano conturbado, o primeiro pelo clube carioca, que Michael abordou em entrevista ao canal Barbaridade . O camisa 19, ao comentar o caso de Simone Biles, revelou que teve depressão em 2020 e tentou até suicídio.
"Eu tive depressão no ano passado, sofri muito com isso. Na época, eu estava no hotel e quis me suicidar. Me veio pensamentos ruins e eu queria saber como era me jogar do prédio. Então, eu gritei por socorro, pela minha mulher, pelo doutor Tanure, Diego Ribas, Diego Alves, Filipe Luís, o Rafinha, o Marcos Braz também. Eles me fizeram ser querido, ser abraçado. Eles tiveram um cuidado comigo, que ninguém antes tinha feito", começou por afirmar.
"Por isso, eu comecei a fazer psicólogo, psiquiatra. Hoje, eu continuo fazendo, mas apenas uma vez na semana. Sou muito grato pelo que fizeram por mim. Não tenho vergonha de falar isso porque depressão quase todo mundo tem, mas ninguém quer assumir. Orgulho não serve para nada, só serve para nos matar. A gratidão que eu tenho pelo Flamengo, pelos profissionais principalmente, será para o resto da vida. Quando eu mais precisei de um amigo, o Flamengo estendeu a mão para mim", completou.
O jogador abriu o jogo sobre uma conversa que teve com Jorge Jesus, até então técnico do clube carioca. O camisa 19 ainda agradeceu todo o apoio e cuidado que o Flamengo teve no momento mais díficl que passou no clube.
"No momento em que eu mais precisei de um amigo, os funcionários do Flamengo estenderam a mão para mim. Deus usa pessoas para te ajudar. Hoje, posso falar que depressão tem cura, pelo menos para mim teve. Eu consigo exercer minha profissão melhor. Teve um dia que não estava conseguindo concentrar e aí cheguei no quarto do Jesus e disse "me manda embora, rescinde meu contrato, sei lá faz o que bem entender". Eu chorava, não conseguia me expressar direito. Não conseguia dormir sozinho. Ele disse que não me mandaria embora. Me perguntou se eu dormiria bem em casa e disse para eu ir".
Segundo Michael, após o episódio, Jesus passou a colocá-lo para dividir com Matheuzinho ou Ramon. Na pandemia, por ter de ficar isolado dias por conta dos protocolos, chegou a temer o pior novamente, mas enxergou a recuperação.
"Fiquei sozinho 12, 15 dias e nunca mais tive Síndrome do Pânico - comentou Michael, também agradecido ao amigo Thiagão, compositor, autor do rap "Setembro Amarelo", que o ajudou em momentos mais complicados".