A diretoria do Flamengo manteve a informação divulgada de forma oficial antes do clássico contra o Vasco de que a ausência do meia uruguaio De Arrascaeta no jogo deveu-se a uma entorse no tornozelo direito. Nos bastidores do clube, no entanto, se sabe que uma divergência com Daniel Fonseca, empresário que gerencia a carreira do jogador, pesou na decisão.

Daniel Fonseca, centroavante que ficou famoso por defender a seleção uruguaia nos anos 90, vem cobrando da diretoria do Flamengo a compra de 12,5% dos direitos federativos do jogador, que pertencem ao Defensor do Uruguai. O representante de Arrascaeta estaria apoiado em uma cláusula que previa essa atitude do Rubro-Negro caso o meia jogasse pelo menos quatro mil minutos em 2019 e outros quatro mil em 2020.

Os dirigentes do Flamengo informaram ao jogador que não pretendem cumprir a cláusula agora e estão de fato respaldados no fato de que Arrascaeta jogou menos de quatro mil minutos nas duas temporadas. Mas mesmo assim, o clube carioca quer fazer esse investimento, mas não agora por conta das limitações financeiras geradas pela pandemia de covid-19. O clube perdeu receitas importantes com a falta de público nos estádios.

Fonseca tem insistido que o Flamengo se comprometeu a comprar os 12,5% mesmo sem os quatro mil minutos. O fato não é confirmado pelos dirigentes flamenguistas. Assim as duas parte estão em litígio.

Internamente, existe a preocupação de que o agente esteja tentando criar um ambiente ruim para o Flamengo abrir mão de Arrascaeta. O jogador teria uma boa proposta do futebol árabe. O uruguaio, no entanto, tem vínculo com o Rubro-Negro até 2023.

O próprio presidente Rodolfo Landim vai assumir os rumos dessa negociação. A tendência, portanto, é que um encontro dele com Daniel Fonseca aconteça nos próximos dias. A ideia é que o assunto seja resolvido antes da estreia do Flamengo na Libertadores, terça-feira, diante do Vélez Sarsfield.