As boas atuações contra Palmeiras e Independiente Del Valle-EQU colocaram Lincoln novamente entre as opções de rodízio no concorrido ataque do Flamengo . Criticado por parte da torcida e até por dirigentes do clube , o jogador revelado no Ninho do Urubu tem conquistado espaço também com a comissão técnica de Domènec Torrent, assim como fez com Jorge Jesus.

Ex-treinador da seleção brasileira sub-20, Carlos Amadeu conhece bem a trajetória de formação do atacante. Foi o comandante quem levou o atleta à Colômbia para disputar o Sul-Americano da categoria em 2019 e, para ele, a joia tem qualidade de sobra para superar as críticas no time profissional, mas terá que se dedicar mais para isso acontecer.

“O Lincoln frequentou seleções de base desde o sub-15 e seu melhor momento foi no Sul-Americano e no Mundial Sub-17, em 2017. Foi formado em uma ótima escola de futebol, ótima geração de atletas, com excelentes profissionais, que é o Flamengo”, disse Amadeu em entrevista ao ESPN.com.br .

“Um atleta como ele deve estar preparado para críticas e superá-las. Acredito nele, sei que pode e vai superar as dificuldades no futebol profissional, mas terá que fazer muito mais força do que está fazendo e se dedicar muito mais do que está se dedicando. Trabalhar mais e melhor sempre”, seguiu o técnico.

Conhecedor das categorias de base no país, Carlos Amadeu não esteve entre aqueles que se surpreenderam com a convocação de Gabriel Menino por Tite como lateral-direito para defender a seleção brasileira nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Chamado constantemente para atuar na equipe sub-20 nacional, a joia do Palmeiras chamava atenção justamente por sua versatilidade, mesmo sendo volante de origem.

“Acompanho o Gabriel Menino desde 2016 e sempre acreditei no seu potencial e na sua versatilidade. É um dos motivos, dentre outros, para convocá-lo era saber que poderia contar com ele para inúmeras situações”, disse.

Após deixar o comando da seleção brasileira Sub-20, em 2019, Amadeu teve breve passagem pela equipe principal do Vitória, na Série B, e pela equipe de formação do Bahia em 2020. Desde agosto, o treinador aceitou o convite para liderar o projeto do Time B do Al Hilal , da Arábia Saudita.

“Fui procurado diretamente pelo manager do time profissional do Al-Hilal. Foi muito claro e direto nos principais objetivos que o clube quer com essa categoria, que eles chamam de Time B ou Time Olímpico. O clube procurava um treinador experiente para esse projeto e pediu indicação ao Péricles Chamusca”, explicou o treinador, que disse ainda estar se adaptando ao novo país.

“Estou em processo de adaptação ainda, existem muitas diferenças culturais: idioma, religião, clima, horários dos treinos, como os atletas lidam com a alimentação e os treinamentos. Mas diria que vim sabendo de todas essas diferenças e tenho gostado muito, pois fui muito bem recebido em um clube com uma estrutura muito boa.”