Flamengo justifica fim da categoria sub-17 feminina e prevê aumentar captação com mudança

Recentemente, o Flamengo decidiu encerrar a categoria sub-17 feminina às vésperas do Campeonato Brasileiro de 2024, onde é o atual vice-campeão. Decisão que foi alvo de críticas de torcedores nas redes sociais após a notícia sair na mídia na semana passada .

O clube se posicionou pela primeira vez sobre a mudança em contato com o ge. Vice-presidente de Futebol Feminino do Flamengo , Vitor Zanelli explicou que o calendário curto da CBF na categoria, (com apenas três jogos na primeira fase do Campeonato Brasileiro) fez a diretoria alterar o planejamento e apostar em uma captação maior através dos projetos sociais:

- Por conta do calendário curto e de poucos jogos, nós redirecionamos nosso projeto de fomento e formação para os projetos sociais, onde vamos conseguir atingir mais pessoas. Temos total ciência que isso será bastante importante para a evolução da modalidade e captação de novos talentos.

Núcleo de captação do Flamengo no Rio de Janeiro — Foto: Divulgação

O Flamengo tem categoria de base no futebol feminino desde 2019: começou com a sub-18, e a partir de 2022 ela foi desmembrada em sub-17 e sub-20, seguindo exemplo da CBF. Desde 2023, o clube passou a ter aporte da Vale, através da Lei de Incentivo Federal, em oito núcleos no Rio de Janeiro que desenvolvem a prática da modalidade a partir dos 10 anos. Agora, a diretoria vai expandir a iniciativa para outros estados, segundo André Rocha, gerente de Futebol Feminino rubro-negro:

- O Flamengo vem cumprindo sua parte no fomento ao futebol feminino no estado do Rio de Janeiro e, a partir de agosto, expandimos esse projeto para outros estados do nosso país. Entendemos que fomentar a modalidade é levar o acesso à prática esportiva com qualidade e estrutura mínima para um bom desenvolvimento, respeitando todos os aspectos sociais e culturais envolvidos nessa formação. O nosso grande objetivo é detectar e desenvolver talentos em todo o Brasil para que no futuro essas meninas possam vir a fazer parte da nossa equipe (sub-20).

Felippe Alexandre, observador técnico do Flamengo, em visita a Carauari, no Amazonas — Foto: Divulgação

As garotas desses núcleos são monitoradas em avaliações, uma ou duas vezes por semana, e disputam torneios (no ano passado, o clube participou de duas competições da Conmebol, a Liga de Desenvolvimento, com essas meninas). Com a mudança, a ideia é incentivá-las a ficarem mais perto de suas casas até os 16/17 anos e depois serem avaliadas para o sub-20 do Flamengo , que neste momento disputa as quartas de final do Brasileiro da categoria contra o São Paulo.

O Flamengo era o único dos grandes clubes do Rio de Janeiro que mantinha uma categoria sub-17 feminina. Fluminense e Vasco a tinham de forma sazonal para determinada competição (eles disputaram o Carioca Sub-17 em 2022, mas nunca o Brasileiro). Já o Botafogo não trabalha com o feminino juvenil.

Time do Flamengo no Brasileiro Feminino Sub-17 em 2023 — Foto: Adriano Fontes/CBF

A categoria sub-17 do Flamengo era considerado muito promissora pela CBF. Tanto que o time rubro-negro, que perdeu a final para o Grêmio nos pênaltis no ano passado, tinha três jogadoras titulares absolutas na seleção juvenil: a zagueira Sofia e as meias Larissa e Kaylane. O trio está entre as meninas que foram absorvidas pelo sub-20 no clube.

A CBF tem desde 2019 duas categorias de base no feminino. Nos primeiros três anos eram sub-16 e sub-18, mas a partir de 2022 elas viraram sub-17 e sub-20. Para motivar o desenvolvimento do futebol feminino na América do Sul, a Conmebol determina que os clubes que disputam seus torneios masculinos são obrigados a ter um time feminino adulto e um sub-20, mas não outras categorias inferiores.

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Fonte: Globo Esporte