A direção do Flamengo espera ter a posse definitiva do terreno do Gasômetro, no Centro do Rio, em até dez dias, depois do encontro entre o prefeito Eduardo Paes e o presidente Lula, em Brasília.
As partes entendem que a participação do presidente vai terminar de desatar o nó com a Caixa Econômica, que questiona o valor pago pelo terreno na Justiça Federal.
O Flamengo quer aparar as últimas arestas com o banco na quinta-feira para que a ação na Justiça seja retirada e a área liberada para os estudos técnicos sobre a obra na próxima semana.
O clube já pagou à prefeitura do Rio pelo valor do terreno R$ 138 milhões, e pouco mais de R$ 7 milhões a mais para satisfazer análise de uma perícia, a pedido da Caixa.
O terreno foi desapropriado em junho, com destinação específica, como a construção de um estádio, por exemplo, após várias tentativas por parte do Flamengo em fechar um acordo com a Caixa. A área pertencia a fundo de investimento administrado pelo banco e que recebeu aportes do FGTS. O terreno foi a leilão — e foi arrematado pelo Flamengo por R$ 138 milhões. A Caixa tentou impedir o leilão na Justiça, mas não conseguiu, e o processo segue em andamento.
A Caixa justifica que o FGTS será prejudicado pela desapropriação. Inicialmente, o Flamengo se dispôs a pagar R$ 250 milhões pela área, mas o banco sempre insistiu em um valor superior devido ao chamado Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs).
O objetivo do encontro foi convencer o presidente Lula que essa perda não existe e que o o novo estádio vai valorizar a área. Recentemente as operações do Fundo no Porto Maravilha foram revistas o que permitiu ao FGTS lucro extra de R$ 6 bilhões em 2023.
O Flamengo ainda não apresentou o projeto de engenharia da obra, mas a meta é que o novo estádio comporte, pelo menos, 70 mil torcedores, um investimento estimado em quase R$ 2,5 bilhões. A expectativa da diretoria do time é concluir o empreendimento em 2029.