O meia Ederson, que anunciou aposentadoria aos 33 anos, no início de 2020, entrou na Justiça contra o Flamengo , em processo que cobra quase R$ 1 milhão do clube. Entre outras coisas, o ex-jogador quer ressarcimento de danos morais pelo tratamento de sua lesão no joelho.

O lance aconteceu em julho de 2016, em partida entre Flamengo e Corinthians , em São Paulo, após uma “tesoura” – como é descrito no processo – do lateral-direito Fagner.

“O departamento médico da reclamada após sucessivos tratamentos inadequados acabou por não conseguir recuperar o jogador da lesão tampouco privá-lo das dores”, escreveram os representantes de Ederson, no processo, iniciado ainda em julho deste ano.

Nesta sexta-feira (2), o Flamengo foi citado e convocado para audiência virtual a ser realizada no próximo dia 17 de dezembro. O valor total pedido por Ederson é de R$ 937.500,00.

A parte correspondente aos danos morais é de R$ 100 mil. Além disso, o ex-meia contesta um reajuste contratual não pago pelo Flamengo, no valor total de R$ 425 mil; R$ 412,5 mil por uma redução salarial feita em 2018; além de R$ 46.835,00 em diferentes custos processuais.

Em relação ao reajusta não cumprido pelo clube, os representantes de Ederson apresentam cláusula de seu contrato, em que o jogador teria direito a R$ 25 mil de aumento mensal caso participasse de 65% das partidas do Flamengo, número que foi alcançado.

Sobre o “tratamento inadequado” da lesão sofrida no lance com Fagner, os advogados de Ederson acrescentam: “O atleta não se recuperou, pois apesar da gravidade da lesão no prazo de 1 mês foi liberado pelo departamento médico para treino e até jogos. Importante que a reclamada traga todo o prontuário médico do reclamante, pois com ela ficou retido. Isso acabou por complicar em definitivo sua recuperação.”

“Pelo tratamento inadequado forçando-o a treinar e retornar a jogar quando ainda lesionado, o que levou o reclamante a conviver com a dor, aposentar-se prematuramente e sofrer redução salarial, faz jus a indenização por dano moral de R$100.000,00.”

Outro questionamento do processo é o contrato de renovação assinado por Ederson com o Flamengo em janeiro de 2018, por apenas seis meses, com um salário mais baixo.

“Tendo em vista que o reclamante (Ederson) ao invés de ter seu contrato prorrogado, ardilosamente, fraudulentamente, a reclamada o compeliu a assinar novo contrato com valor de salário de R$200.000,00, ou seja, R$75.000,00 a menos do que deveria receber conforme 1º contrato (inicialmente no valor de R$250.000,00, mais aumento de R$25.000,00 por atuar em 65% das partidas que estava liberado pelo departamento médico). O reclamante sem perspectiva de melhora teve que submeter as imposições do clube.”

Ederson anunciou sua aposentadoria em janeiro de 2020, justamente pela dores no joelho. Em 2017, foi diagnosticado com câncer no testículo e se recuperou, voltando a ficar à disposição do Flamengo com cinco meses pela frente do último contrato assinado. Ao final do vínculo, deixou o clube.