A fervura dos duelos entre Flamengo e Atlético pela Copa do Brasil não deixou de ser vista no encontro válido pela 33ª rodada do Brasileirão. O Maracanã lotado presenciou um ótimo jogo. Dominado inteiramente pelo rubro-negro por cerca de 65 minutos, mas protagonizado por Éverson, autor de nada menos que sete defesas em 100 minutos de futebol. O Galo melhorou no fim e também assustou.
O lance que poderia ter definido a partida teve David Luiz como destaque negativo. Após conversa com Alcaraz, ele cobrou mal o pênalti sofrido por Wesley ainda na 1º etapa e foi mais um a parar em Éverson. O argentino fez dois gols pelo Flamengo desde que chegou, ambos em boas batidas de pênaltis. O Atlético cresceu com o desgaste rubro-negro e com as entradas de Paulinho e Alisson.
Escalações
Filipe Luís montou pela primeira vez desde o início do jogo um esquema com três zagueiros. Alex Sandro fez esta função ao lado de Fabricio Bruno e David Luiz. Ayrton Lucas foi o ala pela esquerda. Matheus Gonçalves formou uma trinca de meio-campistas com Evertton Araújo e Alcaraz. Michael fez dupla de ataque com Bruno Henrique. Léo Pereira começou no banco.
Gabriel Milito não pôde contar com Junior Alonso, Guilherme Arana e Alan Franco. Saravia entrou na defesa, o que mexeu no posicionamento de Lyanco. Rubens foi o lateral-esquerdo. Fausto Vera e Deyverson retornaram ao time normalmente. Bernard foi titular. Paulinho e Zaracho iniciaram entre os reservas.
O jogo
Apesar de estar mais distante de sua base titular, o Flamengo fez jus ao mando de campo e foi bem superior ao Atlético na 1ª etapa. O Galo até vuscou se impor nos minutos iniciais. Teve Hulk e Deyverson tentando se conectar perto da área rubro-negra e uma marcação com alvos e perseguições definidas, mas sofreu demais com o encaixe do Mais Querido.
Ele passou por alguns pontos. Primeiro algo que já é uma marca no décimo jogo com Filipe Luís, principalmente nos jogos no Maracanã: a pressão ''alta'' e bem coordenada na saída de bola adversária. Não foram poucos os erros forçados. Lyanco sofreu bastante. Chegou a cometer pênalti em Wesley após um de seus vários erros. David Luiz desperdiçou.
Éverson acabou sendo o grande nome dos primeiros 50 minutos. Além de defender a penalidade mal cobrada pelo zagueiro, fez intervenções difíceis em finalizações de Matheus Gonçalves, Fabrício Bruno (duas vezes), Michael (também duas vezes) e Bruno Henrique. Os 14 arremates e as chances reais de gol criadas pelos anfitriões não mentem sobre o bombardeio do Flamengo.
Além da ótima marcação adiantada, o Flamengo era um time agressivo ao ter a bola. Encontrou ótimas dinâmicas com Michael e Bruno Henrique se mexendo de forma livre pela faixa central, tirando a referência de marcação de Lyanco e Saravia. Ambos se procuraram algumas vezes com sucesso, tiveram o auxílio luxuoso de um lado direito muito produtivo.
Wesley cumpria mais uma ótima atuação. Matheus Gonçalves encostava no setor e promovia uma dobradinha com o lateral que deixava Rubens perdido. Otávio não conseguia auxiliá-lo. Bernard tentava, mas acabava deixando o sólido Evertton Araújo sobrando pela faixa central. Alcaraz também levava constantes vantagens sobre Fausto Vera.
Pela esquerda, Alex Sandro avançava como um elemento surpresa. Por vezes por dentro, quase como um meio-campista. Em outros momentos fazia ultrapassagens combinadas com Ayrton Lucas. Hulk não acompanhava. Até mesmo Fabricio Bruno apareceu com destaque em finalizações e passes no campo rival.
O Atlético não tinha saída. Se buscasse trocar passes curtos, entregava a bola no pé dos rubro-negros perto da própria meta. Tentou ligações diretas para Deyverson ganhar o ''primeiro duelo'' por cima e colocar Hulk no jogo, mas não obteve sucesso com essa alternativa. Acabou amassado antes do intervalo e sem conseguir acionar seus principais atletas em boas condições.
O cenário da partida não mudou no início da 2ª etapa. Assim que esquentou novamente, o Flamengo voltou a ser agressivo. Em menos de dez minutos já tinha chegado com perigo três vezes. Em uma delas, Matheus Gonçalves acertou a trave. Novamente o lado direito era o mais produtivo, principalmente após bolas retomadas no campo rival.
Milito sacou Bernard para a entrada de Paulinho perto dos 15 minutos. Depois tirou Hulk para que Alisson fosse a campo. O Flamengo começou a cair fisicamente e o ritmo da pressão não foi o mesmo. Isso fez com que o Galo se instalasse mais perto da área rubro-negra. Paulinho conseguiu servir Fausto Vera em lance bem defendido por Rossi. Na sequência comandou ataques perigosos.
Filipe Luís, com poucas opções no banco de reservas, só foi fazer sua primeira mexida aos 33 minutos. Lorran substituiu Matheus Gonçalves. O jogo já era outro. Sem conseguir fazer a mesma pressão na saída adversária, o Flamengo via o Galo progredir no gramado e acionar Alisson e Paulinho em ótimas ações perto da área.
Rossi fez boa defesa em chute de Scarpa de fora da área, mas o Atlético não teve a precisão necessária para vencer um jogo em que só chegou vivo no fim em virtude da excelente atuação de seu goleiro.