Há sete anos, o Flamengo vivia uma das mais traumáticas eliminações de sua história recente na Copa Libertadores . Dentro de campo, o time até fez sua parte, vencendo o Lanús-ARG no Rio de Janeiro. O gol da eliminação, porém, saiu no Paraguai, onde o Emelec-EQU fez 3 a 2 no Olimpia.
Será o mesmo algoz equatoriano de 2012 que o Flamengo terá que superar nesta quarta-feira, às 21h30 (horário de Brasília), para não amargar mais uma queda na Libertadores. As semelhanças, porém, acabam por aí, já que, desde então, o clube rubro-negro se transformou bastante.
É verdade que, até a derrota por 2 a 0 no Equador, na partida de ida, o favoritismo brasileiro era bem maior. Há sete anos, a queda “à distância” aconteceu na última rodada do grupo 2. O Flamengo entrou em campo precisando vencer e contar, ao menos, com um empate entre Emelec e Olimpia.
No Engenhão, o Flamengo fez sua parte, mas, no Paraguai, até os acréscimos, os equatorianos venciam por 2 a 1. Foi então que Zeballos, aos 46, deixou tudo igual. No Rio, jogadores rubro-negros chegaram a celebrar o gol que seria da vaga. Seria por que, no lance seguinte, aos 47, o Emelec voltou a ficar na frente e, por consequência, eliminou os brasileiros – como tenta de novo hoje.
O que mudou desde 2012?
Algo importante para o Flamengo tentar escrever história diferente da de 2012 é sua casa. Há sete anos, o time precisou vencer seu rival longe do Maracanã, então fechado para obras visando a Copa do Mundo de 2014. No Engenhão, por exemplo, só 15.932 presentes viram a vitória sobre o Lanús.
Nesta quarta, o cenário será bem diferente: desde o início da semana, os ingressos para Flamengo x Emelec estão esgotados, em um total de 60.500 entradas comercializadas. Com a casa cheia, a equipe tentará mostrar mais uma vez sua força no Maracanã, onde só perdeu duas vezes como mandante em 2019 – uma nesta Libertadores, é verdade, para o Peñarol-URU.
O Flamengo que irá a campo nesta quarta, invariavelmente, também inspira bem mais confiança no torcedor. Em 2012, a escalação que viu a eliminação era: Felipe, Leonardo Moura, Welinton, Marcos Gonzalez, Júnior César, Willians (entrou Muralha), Luiz Antonio, Bottinelli (Camacho), Ronaldinho Gaúcho, Vagner Love e Deivid (Thomás). Joel Santana era o treinador.
A equipe de 2019, que terá a missão de buscar vitória por três gols, tem opções de maior peso – embora muitos desses tenham sido superados na ida: Diego Alves, Rafinha, Pablo Marí, Thuler, Trauco (Renê), Cuéllar, Arão, Gerson (Arrascaeta), Everton Ribeiro (Berrío), Bruno Henrique e Gabigol.
A possibilidade de um elenco mais recheado tem tudo a ver com a evolução financeira rubro-negra. Em 2012, o Flamengo fechou o ano com receitas de R$ 198,1 milhões e resultado negativo de R$ 60,4 milhões. Já em 2018, foram R$ 516,7 em faturamento e superávit de R$ 45,88 milhões.
Ainda nas finanças, há sete anos, a dívida total do clube era estimada em mais de R$ 750 milhões. No último ano, o valor foi registrado na casa de R$ 418 milhões, em situação bem mais controlada.
Vai virar?
Depois da derrota por 2 a 0 no Equador, o Flamengo precisa, ao menos, devolver o placar para levar a decisão da vaga nas quartas da Libertadores aos pênaltis. Para passar direto, é necessário três gols de margem. Para o Emelec, qualquer empate ou derrota por um tento basta. Caso marque uma vez no Maracanã, obriga os donos da casa a abrirem a vencer por três gols também.