Flamengo diz que chegou a teto para negociar com famílias

Faltando uma semana para a tragédia do CT do Ninho do Urubu completar um ano, o presidente Rodolfo Landim, o vice jurídico Rodrigo Dunshee e o CEO do clube Reinaldo Belotti se manifestaram sobre o tema, garantindo estarem abertos a negociações com as famílias, mas com um teto estabelecido.

Os dirigentes selecionaram perguntas e gravaram um vídeo, de pouco mais de 28 minutos, com as respostas, divulgado pela Fla TV. No vídeo, não foi identificado se as perguntas foram feitos pelo clube ou jornalistas.

O Flamengo informou que, com a proximidade do 8 de fevereiro — data do incêndio no Ninho do Urubu que vitimou dez jogadores da base —, foi procurado por muitos veículos de imprensa com pedidos de entrevista de seus dirigentes, e optou por atender neste formato.

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Os dirigentes se colocaram abertos à negociação com as famílias. Landim responsabilizou os advogados pela dificuldade de se chegar a um acordo:

— Sempre que existe possibilidade de aproximação o Flamengo está super aberto a isso. A verdade é que, às vezes, essa aproximação é barrada pelos representantes legais dessas famílias, que são os advogados constituídos.

Ao mesmo tempo, os dirigentes afirmaram que não há um prazo para finalizar os acordos e que já chegaram a um teto para negociar. O valor, no entanto, não foi revelado.

— O clube esteve sempre aberto a negociação, mas, depois de muito discutir internamente, estabelecemos um teto. Nós estamos dispostos a, dentro desse teto, discutirmos com as famílias, tentarmos adaptar a cada necessidade específica de família — disse Landim.

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Até o momento, o Flamengo chegou a um acordo com apenas três famílias e meia de um total de dez. Ao comentar sobre os resultados financeiro e esportivo positivos de 2019 e a demora em realizar um acerto com as famílias, Landim procurou dissociar as duas questões:

— Se o clube tivesse tido um resultado esportivo ruim, um resultado financeiro ruim, por acaso não teria mais responsabilidade para cuidar destas famílias?

Já Dunshee deixou escapar sua indignação com a visão negativa sobre a relação do clube com as famílias. O dirigente classificou como “picuinha” quem diz que o Flamengo se recusa a pagar as indenizações.

— Tenho notado que essa é uma indagação que incomoda o próprio torcedor. É uma grande mentira, mais uma picuinha de adversários ou de parte da mídia. Porque o Flamengo fez uma oferta de pagamento altíssima e ela esta à disposição de quem queira fazer o acordo. Não há nenhuma ordem judicial para que o Flamengo faça acordo no momento. O único valor que ele tem que pagar são os R$ 10 mil por mês, que está pagando — afirmou Dunshee:

— Algumas pessoas olham a questão sob o ângulo do copo vazio, quando tem é que olhar o comportamento do Flamengo nestes 11 meses por outro ângulo.

Landim revelou que o Flamengo prepara uma capela de São Judas Tadeu para o CT, um espaço dedicado aos garotos mortos no incêndio. No jogo contra o Madureira, sábado, no Maracanã, são esperadas ações para lembrar as vítimas.

Confira a íntegra do vídeo .

Fonte: O Globo
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