Flamengo deve acelerar mudanças pós-Renato e prioriza técnico estrangeiro

No dia seguinte à saída já esperada de Renato Gaúcho, o Flamengo pode encerrar matematicamente as chances de título do Brasileiro, em caso de tropeço diante do Ceará, nesta terça-feira, às 20h, no Maracanã, o que confirmaria o Atlético-MG como campeão - mesmo assim, a torcida demonstrou sua força e comprou quase 40 mil ingressos para a partida. O cenário vai acelerar as mudanças que tomaram forma a partir da derrota na final da Libertadores, no Uruguai.

Renato não chegou a ser demitido. Houve comum acordo com a diretoria. O técnico não aceitaria permanecer, por causa do grande desgaste, e já havia deixado claros sinais disso depois da derrota para o Palmeiras. Ele deixa o clube com 72% de aproveitamento. O Flamengo será comandado pelo auxiliar-técnico Maurício Souza até o fim do Campeonato Brasileiro.

Por outro lado, a diretoria demitiu Marcelo Sales, o Fera, auxiliar que havia voltado ao rubro-negro junto com Renato. O auxiliar permanente do treinador, Alexandre Mendes, também saiu.

Agora, o departamento de futebol entrará em reavaliação mais aprofundada, com risco de novas demissões entre a comissão técnica e o departamento médico. Esse processo ocorrerá em paralelo à busca por um novo técnico. A diretoria vai iniciar os contatos e entender o perfil que deseja para a principal pasta do clube. Embora tenha conquistado 12 títulos e ido a 14 finais, o Flamengo sofreu para manter uma filosofia de trabalho no futebol, marcado por uma gestão semiamadora.

O vice de futebol Marcos Braz ainda não tem a continuidade garantida. Sua permanência é interessante para aliviar as cobranças sobre o presidente Rodolfo Landim, que não deve ter dificuldade para se reeleger - a votação acontece no sábado. No entanto, os vice-presidentes ligados ao mandatário são a favor de uma maior profissionalização do futebol. A questão é que ela depende da vinda de um executivo que reúna boa atuação no mercado com gestão de elenco. Ou de um técnico que faça esse papel, como foi Jorge Jesus.

Estrangeiro é prioridade

A volta de um estrangeiro é prioridade no Flamengo. Com o calendário europeu indo até o meio do ano, um sul-americano pode ser mais simples de contratar do que um profissional do Velho Continente. Nesse contexto, as especulações sobre o nome de Marcelo Gallardo, do River Plate, e até a volta de Jorge Jesus não passam, no momento, de intenções. A certeza é que a saída de Renato afasta um substituto brasileiro, sobretudo se ele não estiver conectado com ideias modernas.

Embora o Flamengo ainda tenha quatro jogos do Brasileiro a disputar, a diretoria começou a debater internamente as necessidades do elenco e as possíveis chegadas e saídas para 2022. A prioridade continua sendo a renovação de Arrascaeta, que estava alinhada entre clube e empresário do jogador, mas não foi assinada. Há acordo verbal para a permanência até 2026.

Só houve acerto pela extensão de contrato dos veteranos Diego Ribas, Diego Alves e Filipe Luís por mais um ano. O trio já assinou contrato, mas não houve anúncio. Do elenco atual, o outro atleta com vínculo no fim é o zagueiro Bruno Viana, emprestado pelo Braga até 31 de dezembro. A princípio, o jogador será devolvido. O goleiro César também deve deixar o Flamengo. A ideia é contratar um novo nome para a posição.

Outra definição é que jovens das categorias de base serão aproveitados. Matheus França, destaque do sub-17, vinha sendo observado nos treinos e chegou a ser relacionado em jogos.

Fonte: Extra