Flamengo critica período de descanso menor que o do Fluminense para clássico, e Tite dispara contra cartola da CBF: 'Cuidado com a sua atividade'

Após a vitória heroica do Flamengo contra o Bahia, com um gol aos 49 minutos do segundo tempo numa partida em que o rubro-negro teve sete desfalques, Tite voltou a criticar o calendário do futebol brasileiro. O treinador subiu o tom e mandou um recado diretamente para Julio Avellar, diretor de competições da CBF.

— Falo direto pra ele, para o Julio Avellar, que é o responsável. (Digo) para ele cuidar direitinho da sua responsabilidade, que é a organização dos descansos das equipes. Tem atleta que, com jogos em menos de 72h, vai estourar uma lesão, um joelho, um tornozelo. Prejudica o clube, uma campanha, o atleta. Vou dar de novo o nome: Julio Avellar, cuidado com a tua atividade. Faça as coisas corretas — disparou Tite.

Ao longo da entrevista coletiva, Tite lembrou também os casos de Bruno Henrique, que atuou no sacrifício por 45 minutos contra o Athletico-PR, e Allan, que teve o retorno antecipado "por necessidade" após lesão na coxa esquerda. Cléber Xavier, auxiliar técnico do Flamengo, criticou o fato da equipe ter que disputar o clássico contra o Fluminense com um dia a menos de descanso, e teve reclamação endossada por Luiz Carlos, gerente de Futebol da equipe.

— Estou aqui para endossar ainda mais as palavras do professor Tite e nossa comissão. São onze jogos em que temos o desequilíbrio pelos selecionáveis, o que vem acarretando em atletas sendo expostos e correndo risco de lesão. Somados a isso, vamos para domingo, pelo segundo jogo, com o intervalo curto de menos de 66 horas — falou o dirigente.

— Jogar na casa do Athletico-PR, todos sabem da dificuldade. Agora vamos jogar um clássico contra o atual campeão da Libertadores, novamente com 66 horas de intervalo. E soma-se a isso, contra uma equipe que tem um dia a mais de descanso. O Flamengo é a equipe mais prejudicada dentro desse período de jogos da Copa América. Pedimos que tenha-se um pouco mais de atenção e cuidado com os atletas e a isonomia, que já foi perdida. 66 horas num nível de campeonato como o brasileiro, com o nível de dificuldade e os desfalques que estamos tendo, causa um prejuízo muito grande para nossa equipe — concluiu Luiz Carlos.

Fonte: O Globo