Flamengo confunde equilíbro com passividade em noite cirúrgica de Renato

As mexidas de Renato Gaúcho na 2ª etapa deram resultado poucos minutos depois. Nathan Fernandes, Cristaldo, André e Ferreira foram determinantes para furar uma defesa que vinha se comportando de forma segura, mas que foi punida com a sucessão de erros do time com a bola.

Escalações

Renato Portaluppi não teve Carballo e Luis Suárez. Montou uma equipe com três zagueiros com o retorno de Pedro Geromel. JP Galvão foi mais um a retornar a atuou como centroavante. Bessozi e Everton Galdino atuaram pelos lados, à frente dos alas, e Cristaldo foi barrado.

Já Tite preservou o desgastado Bruno Henrique, que iniciou no banco de reservas. Everton ''Cebolinha'' ganhou chance, assim como o zagueiro Pablo, em substituição ao suspenso Fabricio Bruno. David Luiz foi mais um desfalque do sistema defensivo.

O jogo

O 1º tempo na Arena teve algumas tranformações ao longo dos 48 minutos prévios ao intervalo. O Flamengo se impôs até os 15'. Contando com uma marcação mais recuada dos donos da casa, se instalou no campo de ataque, trocou passes com desenvoltura e teve três boas chegadas com Cebolinha, Gérson e Arrascaeta.

O Grêmio percebeu que aquela condição não lhe daria a possibilidade de competir bem e adiantou o bloco de marcação. Inicialmente em uma meia-pressão, mas já suficiente para bloquear linhas de passe e matar o espaço que Arrascaeta buscava aproveitar nas costas do meio-campo tricolor. A resposta rubro-negra não foi tão positiva.

A equipe carioca seguiu mais tempo com a bola nos pés, mas sem progredir, transitando em uma região infértil do irregular gramado em Porto Alegre. Isso, aliás, ajudou os donos da casa no trabalho citado acima, mas também gerou erros quando a equipe se aproximava da área. Era um Grêmio impreciso e nitidamente ansioso para resolver os ataques.

Villasanti acertou a meta na única finalização gremista na direção da meta antes do intervalo. O Flamengo não tinha tanta intensidade nos duelos defensivos, mas mostrava um posicionamento eficiente, principalmente protegendo a área e a entrada dela. Thiago Maia fazia mais um belo jogo nesse aspecto.

O camisa 8 ampliou o seu destaque ao acionar Cebolinha em contragolpe já na reta final da 1ª etapa. Foi raro o Flamengo ter uma situação para encaixar transições rápidas, mas o ex-gremista enfileirou marcadores e resistiu a faltas antes de marcar um belo gol e colocar o rubro-negro na frente no placar.

Se havia pouca movimentação para avançar em fase ofensiva, a solução veio no contragolpe. O time carioca esticou muitas bolas no 1º tempo, não conseguiu conectar suas peças desde o campo de defesa, com a bola de pé em pé, como gosta de fazer e como pede Tite. Pedro esteve muito mal ao receber de costas para a zaga gaúcha.

Cada equipe voltou com uma mexida para o 2º tempo. Tite sacou Pulgar e colocou Everton Ribeiro. Gérson foi recuado para volante. Renato tirou o impreciso Bessozi e pôs Ferreira. Com ainda mais talento para reter a bola, mesmo que não tenha sido agressivo para atacar, o Flamengo conseguiu lidar melhor com as subidas de marcação do Grêmio.

O rubro-negro seguiu bem postado na defesa para bloquear finalizações e ações próximas a sua grande área. Gabigol e Bruno Henrique foram a campo nas vagas de Pedro e Everton Cebolinha para aproveitar os espaços de contragolpe que surgiam, mas abusaram do direito de errar e pesaram negativamente no jogo

Renato desfez o esquema com três zagueiros ao tirar Kannemann. Everton Galdino e JP Galvão também foram sacados. Cristaldo, Nathan Fernandes e André entraram. O time ganhou qualidade e agressividade. Seguiu competindo, ganhando duelos, e foi recompensada com três gol em 11 minutos.

Ferreira, Nathan Fernandes e André marcaram os gols diante de um rubro-negro atônito e exposto depois de sofrer o empate. Villasanti, Cristaldo e Reinaldo foram determinantes na origem dos gols. Luiz Araujo ainda diminuiu de cabeça na sequência em cobrança de falta de Everton Ribeiro, mas a lição estava dada ao rubro-negro.