Flamengo avança às quartas da Libertadores com vitória de 2 a 0 sobre o Internacional

O Flamengo garantiu sua vaga nas quartas de final da Libertadores ao vencer o Internacional por 2 a 0, em uma atuação sólida no Beira-Rio, nesta quarta-feira. Com a vitória no jogo de ida por 1 a 0, o time comandado por Filipe Luís demonstrou controle e eficiência, elogiando a aplicação tática de seus jogadores.

— Foi um grandíssimo jogo, um jogo muito completo, com uma aplicação tática muito grande por parte dos meus jogadores. Um sacrifício muito grande para neutralizar as armas do Inter. Difícil comparar. Cada jogo tem suas dificuldades. Viemos do Mundial de ganhar do campeão do mundo, difícil falar que esse foi o melhor. Cada jogo tem coisas positivas e negativas. Nosso grupo está se reinventando, são muitas peças novas que chegaram, algumas importantes que saíram. Está com um espírito novo, então era muito importante essa vitória para dar força e credibilidade para esse grupo, que já era muito forte e tem tudo para se fortalecer ainda mais — analisou Filipe.

Histórico de confrontos

Em 2019, o Flamengo já havia eliminado o Internacional nas quartas de final da Libertadores, quando conquistou o título sob o comando de Jorge Jesus. Filipe Luís, que fazia parte daquele elenco, evitou comparações com o treinador português, a quem considera uma referência em sua carreira.

— A única coisa que passa na minha cabeça é o Vitória na segunda-feira. Estamos longe de conquistar títulos, longe de conquistar o título da Libertadores, faltam cinco jogos. Falta um returno inteiro do Campeonato Brasileiro e falta muita coisa. Evito (comparação), claro, por mais que eu ame o Jorge Jesus, foi um cara que me ensinou, um pai para mim, continuo falando com ele sempre. Nunca me comparem com ele. Nunca façam isso. Ele é muito, muito mais treinador do que eu ainda. Muito mais experiente, tem mais títulos, história. E eu estou começando a minha. Nunca façam isso. Não cometam esse erro comigo, porque é injusto comparar um cara com a grandeza dele comigo que estou só começando — enfatizou o treinador.

Próximos desafios

Com a vitória, o Flamengo se prepara para enfrentar o Estudiantes nas quartas de final da Libertadores, com os jogos agendados para as semanas de 17 e 24 de setembro. Antes disso, o time volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro, onde enfrentará o Vitória na próxima segunda-feira, às 21h, no Maracanã.

Análise da partida

Filipe Luís comentou sobre a dificuldade de enfrentar o Internacional, destacando a solidez defensiva de sua equipe.

— Muito difícil jogar contra o Internacional e, praticamente, eles não chutarem no seu gol. No Maracanã, por mais que tenha sido um grande primeiro tempo e muito criticado no segundo tempo, a verdade é que o Inter teve pouco perigo naquele jogo. A gente conseguiu dominar bem. É uma ilusão pensar que vai dominar os 90 minutos, o adversário também tem suas armas, tem grandes jogadores. A primeira diferença foi a volta do Arrascaeta, que não jogou o primeiro jogo, e alguns ajustes táticos, detalhes pequenos que foram corrigidos. Esse jogo aqui também tem coisas para corrigir. Não gosto de me iludir pelo resultado. Gosto de analisar friamente e corrigir os erros, que, com certeza, existem, e potencializar o que vem sendo feito de bom — afirmou.

Reflexões sobre o estilo de jogo

Filipe também abordou a proposta de jogo do Flamengo, ressaltando a importância de um futebol ofensivo e envolvente.

— Bom, primeiro que eu não posso nunca comparar times passados ao meu time, são jogadores totalmente diferentes. Não posso nunca, jamais me colocar à altura do treinador que estava naquele momento, que era o Jorge Jesus. Se não é o melhor da história, é um dos melhores que passaram aqui no Flamengo. Nunca parecerei, nunca vou fazer algo parecido com o que ele fez. Vou fazer a minha história, o que eu estou aqui para fazer do meu jeito, da minha história, mas sim com esse DNA do Flamengo que eu aprendi e que eu conheço desde pequeno. E que é tentar fazer isso, amassar o adversário o máximo tempo possível. Já falei várias vezes, muitas vezes não conseguiremos, muitas vezes jogaremos mal, muitas vezes até jogaremos bem e vamos perder jogos, vamos jogar mal e ganhar. Assim é o futebol, mas a proposta, o modelo de jogo é tentar sempre propor jogos, estar jogando com a bola no chão — explicou.

Desafios e conquistas

O treinador também comentou sobre a oscilação do time durante a temporada e a importância de manter a confiança.

— Primeiro que durante um ano num calendário com oitenta jogos e tantas competições, é claro que as cobranças, as oscilações vão existir. E ela (oscilação) nos pegou nesse momento com a Copa do Brasil. Queríamos passar, mas não conseguimos. O Atlético-MG mereceu, passaram nos pênaltis. Hoje tínhamos um jogo de vida ou morte. Era o jogo mais importante da nossa temporada e passamos com méritos e com convicções. Eu tenho as minhas e vou seguir com elas até o final — afirmou.

Números que impressionam

Filipe também destacou a importância da defesa, que tem se mostrado sólida ao longo da temporada.

— A fase defensiva é fundamental, ganha campeonatos. Damos um valor tremendo. Esses números demonstram as qualidades defensivas dos meus jogadores. Os sacrifícios, esforços, entendimento tático, mas a qualidade que cada um tem para defender — analisou.

Expectativas para o futuro

O treinador se mostrou otimista em relação ao futuro, especialmente com a recuperação de jogadores importantes.

— Não sabia que faltava um mês (para o jogo das quartas contra o Estudiantes). O meu pensamento é no Vitória, que é o próximo jogo, segunda-feira. Não sabia, mas já que falta um mês minha esperança é recuperar o Pulgar. Um mês pode ser que volte. Até lá, muita coisa pode acontecer. Pode ter certeza — concluiu.

Reconhecimento aos jogadores

Filipe também elogiou a dedicação de seus jogadores, destacando a importância da vontade e do comprometimento.

— No começo dos meus primeiros jogos foi onde eu mais me emocionei com isso. Ver os jogadores que eram meus companheiros correndo da forma que eles correm no campo. E já são muitos jogos, já faz quase um ano. E continuo tendo uma relação muito boa com eles, com todos os jogadores que jogaram comigo. Mas na verdade a minha vida mudou, eu mudei muito a minha forma de ser. Quem é treinador sabe, a gente se fecha muito mais. E separa muito mais o que é a amizade da relação profissional. Mas é um grupo bom. A parte boa de eu ter jogado com eles é que eu conheço o coração desse vestiário. Eu sei perfeitamente o quanto eles são ambiciosos, o quanto eles querem ganhar. E o quanto eles querem o caminho para a vitória. Depois o resto eles fazem. E eles estão fazendo exatamente isso, o que me deixa muito orgulhoso. Diria a mesma coisa se hoje tivesse sido resultado negativo, porque eu sinto muito orgulho de todo esse grupo de jogadores — afirmou.

Destaque para Saúl e Léo Pereira

O treinador também fez questão de reconhecer o desempenho de Saúl e Léo Pereira na partida.

— Que jogo do Saúl hoje. Eu estou muito feliz por ele, ele estava três meses sem jogar, de férias, ele fez três treinos e hoje fez o seu segundo jogo em 90 minutos, completíssimo. E essa relação com o Jorginho foi muito rápida, porque eu olho muito como a relação dessas duplas funciona, e ele entendeu muito rápido a maneira que o Jorginho tem de jogar e se complementam muito bem. É mais uma opção para o volante, eu estou muito feliz pelo jogo que ele tem, e ainda sei que ele deve evoluir, tem muito a evoluir, o jogo dele já foi melhor hoje do que o primeiro — disse.

— O Léo é um cara que passou por tudo aqui no clube. Muitas pessoas esquecem, mas era titular da Libertadores de 2022. Um cara que foi vaiado, criticado e deu a volta por cima sozinho. Ele, sem a ajuda de ninguém. Jogando, treinando e se dedicando. E hoje, na minha opinião, melhor zagueiro do Brasil. Canhoto, dificílimo de achar no mercado nesse nível. Hoje se credencia para ser uma das opções da Seleção. Eu particularmente não quero que vá ninguém, mas, se for, que sejam felizes — completou.

A grandeza de Arrascaeta

Por fim, Filipe Luís destacou a importância de Arrascaeta para a equipe, tanto em campo quanto fora dele.

— Vocês conhecem muito o Arrascaeta que entra no campo, pega a bola e faz suas jogadas. É um cara com números, quase toda temporada passa das 10 assistências e 10 gols. Isso é muito difícil no futebol, achar meias com esses números. É um jogador diferente. Mas eu vejo outro tipo de Arrascaeta desde que eu cheguei aqui. Tem uma liderança silenciosa e muito forte dentro do vestiário. Não é capitão só pela antiguidade, é porque ele fala, cobra, é o primeiro a fazer, a treinar, a puxar todos os companheiros para que façam também. Dos companheiros que tive aqui, é um dos mais ambiciosos. Não é coincidência estar nessa fase e estou feliz porque ele está vivendo talvez a melhor fase da carreira na minha mão. Estou conseguindo fazer com que ele se sinta confortável, que possa correr na hora certa e bem. Está dando resultado e espero que ele continue assim — finalizou o treinador.

Fonte: Redação Netfla
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