Em uma reunião do Conselho Deliberativo realizada na noite desta quarta-feira, o Flamengo aprovou uma emenda significativa ao seu Estatuto, que visa dificultar a transformação do clube em uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF). A proposta recebeu amplo apoio, com 272 votos a favor, apenas dois contra e uma abstenção.
Com essa mudança, qualquer discussão sobre a implementação de uma SAF no Flamengo passará a ser decidida em assembleia geral, exigindo um quórum mínimo de 60% dos sócios com direito a voto — o que representaria atualmente cerca de 3.600 pessoas — e a aprovação de 2/3 dos presentes. Além disso, foi incluída uma cláusula de quarentena que impede que dirigentes do clube que atuaram no triênio anterior à possível criação da SAF assumam cargos remunerados na nova estrutura por um período de seis anos.
A proposta, que surgiu com o apoio de 217 assinaturas, foi apresentada pelo conselheiro Rodrigo Gustavo Rötzsch, do grupo político "Frente Flamengo Maior", com o apoio de outros grupos, como o "Flamengo Sem Fronteiras". Entre os que votaram a favor da emenda estão três pré-candidatos à presidência do clube nas próximas eleições: Luiz Eduardo Baptista (Bap), Maurício Gomes de Mattos e Rodrigo Dunshee.
A decisão marca um passo importante para a manutenção do controle associativo do Flamengo, que em 2022 recebeu uma proposta de assessoria financeira com o objetivo de estruturar uma possível venda de parte minoritária do clube para investidores. Com as novas regras, a transformação do Flamengo em SAF será consideravelmente mais difícil.