O Campeonato Carioca só será definido no próximo domingo, mas o primeiro Fla-Flu da final, disputado há cinco dias, ficará marcado. O clássico bateu seu próprio recorde de estrangeiros em campo. E deixou Zico , o ídolo rubro-negro, preocupado.
No último domingo, 11 estrangeiros foram a campo (não necessariamente ao mesmo tempo). Foram cinco de cada lado entre os titulares: Fuentes, Serna, Arias, Canobbio e Cano pelo Fluminense e Rossi, Pulgar, De La Cruz, Arrascaeta e Plata pelo Flamengo . O número já seria suficiente para estabelecer o recorde do clássico. Mas, já nos minutos finais, ainda houve tempo para a entrada do rubro-negro Varela.
Até então, o recorde era de nove estrangeiros em campo. Foi registrado na vitória do Flamengo sobre o Fluminense (2 a 0) pela Taça Guanabara de 2024 e no empate em 0 a 0 na edição deste ano, em 8 de fevereiro.
Durante participação no CBC & Clubes Expo, evento organizado pelo Comitê Brasileiro de Clubes, esta semana, em Campinas, Zico criticou a quantidade de estrangeiros em atividade no futebol brasileiro. O Galinho usou o Fla-Flu como exemplo e mostrou preocupação com os impactos disso na formação de atletas nacionais.
- Os craques de cada time são estrangeiros. O número 10 do Flamengo, do Fluminense, do Corinthians e da maioria dos times brasileiros é estrangeiro. Acabaram os 10 brasileiros - disse o ídolo da Gávea, líder de um dos times mais lembrados da história rubro-negra e cuja maioria dos jogadores foram formados no próprio clube.
- No nosso time de 81, 11 eram da base do Flamengo. Esse é um grande problema para o futebol brasileiro. Precisamos reduzir o número de estrangeiros e trabalhar mais a base. Precisamos formar mais craques brasileiros para jogar nos times brasileiros - acrescentou.
O tema foi pauta do último Conselho Técnico de Clubes da Série A, realizado na última quarta-feira, na sede da CBF, no Rio. Houve o início de um debate sobre a redução do limite de estrangeiros por time em campo dos atuais nove para seis. O assunto voltará a ser discutido nos próximos meses. A ideia dos dirigentes é que, caso aprovada, a mudança passe a valer apenas em 2027.