Mesmo sem mais objetivos no Campeonato Brasileiro, o Flamengo voltou a vencer na tarde deste domingo no Maracanã e fez 3 a 2 sobre o Inter, que estava há 16 jogos invicto. Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Filipe Luís exaltou a atuação do time no que chamou de "primeiro tempo perfeito", quando abriu 3 a 0. E minimizou a queda de rendimento na etapa final:
- Foi um primeiro tempo perfeito: o plano de jogo saiu à perfeição, tanto a nossa fase defensiva como a ofensiva; os jogadores estavam em todo momento onde tinham que estar, com uma liberdade grande de movimentos e de relações curtas entre eles; os ataques aos espaços estavam acontecendo da maneira que planejamos, e o plano saiu à perfeição. Desbloqueamos o jogo com uma bola parada, fizemos 3 a 0, e o time não baixou em nenhum momento. Fomos para o intervalo com essa vantagem grande, e a mensagem foi para continuar atacando, continuar sendo verticais. E antes de tomar o gol tivemos duas ou três chances claras. Então nosso time não voltou mal para o segundo tempo, voltou bem - afirmou o treinador, atribuindo à queda de produção ao crescimento do Inter no jogo:
- E aí o Inter faz um gol porque estamos falando de quem até o momento era o terceiro colocado do Campeonato Brasileiro. Claro que é um grande time, tem Alan Patrick, Thiago Maia, Valencia, o Wesley que é um dos melhores pontas do Brasil; o Bernabéi, que talvez tenha sido um dos melhores laterais desse ano no campeonato... Então obviamente que é difícil jogar contra um time assim, e eles acabaram fazendo o segundo gol, que teve toda essa polêmica, e o time soube sofrer, soube se defender até o final. Ainda assim tivemos outras chances, tivemos para tentar fazer o 4 a 2 e não fizemos, mas a vitória para mim, os três pontos têm o mesmo sabor. Claro que queria 3 a 0, 4 a 0, mas existe uma parte do futebol que o outro time também joga. Eles souberam nos pressionar no final, e o nosso time soube defender e sair com a vitória merecidamente.
Com a vitória, o Flamengo ultrapassou o Inter na tabela e assumiu o terceiro lugar do Brasileirão com 66 pontos. O Rubro-Negro volta a campo na quarta-feira, quando visitará o Criciúma, às 20h (de Brasília0, no Heriberto Hülse.
Veja outras respostas da coletiva:
- Foi um grande jogo, um adversário à altura, que estava brigando pelo título, mas existe essa comunhão, essa sinergia com a torcida. Os jogadores comprometidos durante a semana em todos os treinamentos, fizeram um jogo impecável, seguiram o plano de jogo de maneira perfeita e acho que fomos justos... Acho não, tenho certeza que fomos justos vencedores dessa grande partida. Pelo que me falaram, foi a primeira vez que o Inter tomou três gols no Brasileiro. E como você falou, 15 jogos sem perder, não é fácil. Parece fácil porque nós somos o Flamengo , estamos no Maracanã, então muitas vezes é natural uma vitória assim, e não é natural. Eu falo, não é fácil, sempre é difícil e por isso que eu valorizo tanto o esforço dos meus jogadores. Do que fizeram durante a semana, da mobilização que eles tiveram para o jogo e se viu perfeitamente o desempenho depois deles no campo.
- Um jogador que, primeiramente, dá tudo pelo time. A gente vê o esforço dele, cada vez que ele erra ou perde uma bola, vê que ele tenta de novo, não se esconde do jogo, é um cara com muita força. Obviamente não está no seu melhor momento, mas é um jogador que dá tudo. Todo jogador passa por fases boas e ruins. Fases melhores, de muita confiança, onde até as jogadas que você erra acabam dando certo. E tem fases que você não está no seu melhor momento. Ele não está passando por uma fase horrível, mas por quê? Porque ele trabalha, treina muito, presta atenção nos treinos, nos vídeos, então acaba executando. A execução não está tão fina, mas é questão de tempo.
- Temos que dar suporte para ele, todo tipo de carinho para que possa superar essa fase, que não é tão boa, para ser o Alcaraz que todo mundo quer que ele seja. Sem pressa, um jogador que assinou um contrato longo com o Flamengo e que tem bastante tempo. Precisamos dar apoio e suporte para ele porque o que a gente pede, a torcida pede, é raça. Então a raça ele está dando. Depois a qualidade e a finura com a bola vêm, às vezes mais, às vezes menos. Mas a raça está aí e a gente está vendo isso.
- Eu penso que temos que nos cercar sempre de pessoas que nos ajudem, aportem coisas nos façam crescer e ser melhores. Meu primeiro pensamento foi juntar uma comissão forte e me complementar onde não tenho ou preciso de ajuda. Primeiro caso foi o Iván (Palanco), e o (Daniel) Alegria está totalmente imerso na bola parada. Ele desenha toda a bola parada, analisa, faz as jogadas, me passa tudo e vemos juntos para decidir a melhor estratégia para a partida. A bola parada tem um fator muito importante porque às vezes o jogo está bloqueado, como por exemplo foi contra o Fortaleza. Por mais que tivemos chances, não foram claríssimas. E às vezes a bola parada desbloqueia o jogo. Treinamos essa semana e acabou dando certo com algumas chances. Segundo gol também, jogada ensaiada e os jogadores acreditando na ideia.
- Primeiro, precisamos do Pedro. Claro, um jogador desse nível, o artilheiro do Brasil, um jogador desse calibre é muito importante que a gente possa recuperá-lo. O principal é que ele volte bem. Sabemos que existem duas fases: a alta médica e depois a alta competitiva, que é um pouco diferente porque ele pode estar disponível, mas não ser o melhor a nível competitivo. Ele teve uma lesão séria, mas até agora está indo tudo de maneira perfeita na recuperação dele e vamos dar todo o suporte para que ele possa voltar e ser importantíssimo do jeito que estava sendo, o melhor do Brasil até o momento.
- O Gabi saindo, obviamente que precisamos ir para o mercado procurar um nome importante. E está claro que o mais importante é encontrar um jogador onde o fundamental seja que ele cumpra com as características que pede o modelo de jogo. O meu modelo de jogo, que é o que vocês já estão vendo, e o modelo de jogo que a torcida pede, esse DNA. Então vamos ir atrás desse nome com a ajuda do scout, com a ajuda da diretoria, para que possa vir para fazer o elenco crescer e melhorar ainda mais.
- Primeiro vou parabenizar o Botafogo, uma vitória justa, merecida. Parabenizar o Atlético-MG por ter chegado a duas finais, não é fácil. Muitas vezes a gente pode falar que são os perdedores, mas não é assim. Posso te garantir que eu gostaria muito de estar nessa final. Gostaria muito. E é bom que a gente possa sentir essa dor de não estar, porque nos motiva a querer estar ano que vem. Ver de casa não é bom. Parabéns para os dois, fizeram uma grande temporada. Só um vai sair vencedor. Muitas pessoas podem chamar de fracasso, mas na minha visão não é porque eu sei a dificuldade que é chegar numa final de Libertadores. E merecido também a campanha que eles estão fazendo. Um time praticamente novo, quase todo o elenco contratado esse ano, a maioria dos jogadores, um investimento muito alto. Cresce ainda mais o nível dos campeonatos brasileiro e sul-americano.
- As comparações não são justas. O futebol é outro, os jogadores são outros. Cada ano que passa o futebol evolui. Nós fomos os melhores de 2019, e o Botafogo está sendo o melhor de 2024. O Campeonato Brasileiro é o mais difícil e eles estão numa grande temporada, merecido. Eu sempre penso assim: todo mundo começa com a possibilidade de disputar quatro títulos no ano: o Estadual, o Brasileiro, a Copa do Brasil e a Libertadores. O Flamengo conseguiu conquistar dois desses quatro, e o Botafogo provavelmente vai conquistar dois. Claro que são de importâncias diferentes, mas na minha visão é isso, e esse grupo de jogadores conseguiu manter a ambição até o final. Eu penso que o meu elenco é um dos mais fortes da América. Por mais que outros times possam chegar em finais ou conquistar, eu acredito cegamente nos meus jogadores e no elenco que eu tenho na mão. Já falei para vocês, nunca dou desculpa quanto a isso porque na minha opinião eu tenho o melhor elenco.
- (Torcedor) Pode esperar o que os nossos jogadores fazem no campo. Que a gente possa ir para Criciúma com os jogadores que estão muito bem, trabalhando, estão com confiança, foram campeões, querem jogar, continuar melhorando, querem competir entre eles... Vamos para Criciúma para fazer um jogo do mesmo nível que fizemos de hoje, que fizemos contra Cuiabá, contra o Fortaleza, e tentar vencer. Essa camisa exige vencer, vencer, vencer, então não tenho nada a prometer, senão trabalho e preparar bem o jogo. Criciúma é um adversário que vem numa fase que não é tão boa, está no rebaixamento, joga com nervosismo, e temos que jogar com as nossas armas para poder vencer.
- Para mim já é uma honra poder jogar e disputar esse Mundial, isso quer dizer que a gente fez bem as coisas nos anos anteriores. Independentemente do adversário, vai ser muito complicado, muito difícil, só estão os melhores do mundo ali e vamos, sem nenhuma dúvida, para tentar fazer um excelente torneio. (...) Claro que quando o Flamengo vai para uma competição é para ganhar. A gente nunca vai: "Vamos lá para passar da fase de grupos". Temos que ser realistas: Bayern de Munique, Barcelona, Real Madrid, todos os times lá tem um poder econômico, estão os melhores jogadores do mundo estão nesses clubes. Não existe nada fácil. A Libertadores não é fácil, o Brasileiro não é fácil e tudo mais, mas tudo pode acontecer. E nós temos, claro, que botar a camisa do Flamengo para ganhar o jogo que vier pela frente.
- A única vantagem é que eu conheço eles e eles não me conhecem tanto nos bastidores, mas eu conheço os bastidores deles (risos). Mas no final das contas quem joga são os jogadores e quem faz a diferença são eles. Então, o time do Atlético de Madrid está num grande momento, e eu penso que vai ganhar o Mundial quem estiver no melhor momento. Agora não adianta nada a gente poder falar do Mundial ou não. Porque o Fluminense não está num bom momento, mas até junho pode estar num grande momento e pode acontecer ao contrário com o Botafogo, ou com o Real Madrid, ou com qualquer outro clube. É muito cedo para falar do Mundial. Tem muita coisa ainda pela frente, e a única coisa que eu posso repetir é que é um privilégio estar lá.
- É um dos melhores amigos que tenho na vida e sei do qualificado que ele é, do inquieto e um cara que está sempre querendo melhorar, sempre aprender, evoluir. Se um dia ele decidir trabalhar no futebol novamente, seria uma honra poder trabalhar com ele de novo. Mas repito, não sabemos o futuro, não sei o que vai acontecer, temos aí uma eleição pela frente que não depende de mim, não depende de nada. A única coisa que eu posso focar é na equipe, então as pessoas que estão agora estão ajudando muito, e as pessoas que estarão no ano que vem não é uma coisa que me preocupa nesse momento.
- Eu vou pedir desculpa porque não vou detalhar porque tem muita estratégia envolvida nessa mudança, muito detalhe fino sobre o plano de jogo, então prefiro não abrir. Mas simplesmente posso dizer que foi pela estratégia do jogo e pelo plano que nós tínhamos em função do adversário que vinha pela frente. Contra o Fortaleza, para mim o Bruno Henrique fez um excelente jogo, o Marinho teve muita dificuldade em marcar ele. E o Michel também, criou muito perigo, ajudou muito na pressão e simplesmente faltou o gol. Hoje os dois foram muito bem também porque seguiram à perfeição o plano de jogo, como eu falei, acreditaram no que passamos para eles e acabou dando certo.
- O Delacruz foi muito importante para mim na Copa do Brasil. Primeiro jogo contra o Corinthians aqui fez um jogo perfeito, na volta se esvaziou até machucar, um cara que não pediu para sair, estava com dor, estava provavelmente já com uma lesão e jogou tudo que aguentou. E ele fez parte do processo onde o Evertton melhorou e cresceu também. Porque quando um jogador está fora, no caso do Evertton (Araújo), e vê Erik (Pulgar), o De la Cruz jogando, ele também aprende. Então para mim são muito importantes o De la Cruz, o Evertton, o Allan que vem jogando menos, o Gerson também que pode jogar ali.
- Os meio-campistas para mim são o coração do meu time, são os jogadores mais importantes e eu preciso muito deles. Hoje ele fez tudo também que eu pedi. O futebol dele cresce e o futebol de dois volantes que jogam se compenetrando tanto cresce. Então a gente vê que o Evertton está crescendo muito, o Nico (De la Cruz) vem jogando cada vez melhor, o Erik (Pulgar) nem vou falar porque é jogador de nível Barcelona. E quero muito poder recuperar o Allan também, essa qualidade que ele tem. Estou muito feliz e bem servido com os volantes que tenho.
- Eu sempre penso que criar é mais difícil do que destruir. Quando você cria essa sensação de perigo, muitas vezes o último passe não sendo bom não dá chance uma clara de gol. Mas a chance está ali, e nós estamos tendo isso. O Michael, por exemplo, não falta finalizar. Eu sou um cara muito detalhista, vou para casa e vejo o jogo de novo, vejo os treinos de novo, se realmente poderia ter finalizado. E até hoje, o Michel não teve uma chance clara realmente na frente do goleiro que ele não tenha finalizado. Sempre tem uma perna a mais que ele quer tirar para poder chutar, quer limpar um pouco mais a jogada, mas é um cara que cria muito para o time. Ele dá muito perigo, é muito difícil marcar o Michel.
- É um cara que se desmarca o tempo todo, está atacando o espaço, faz contra-movimentos... Então ele cria muito e, por incrível que pareça, hoje criamos e fizemos três gols. No outro jogo as outras perguntas foram que o time cria e não faz. E eu falei, é a mesma coisa, tem hora que a bola vai entrar e tem hora que não, depende do dia, do adversário, da chance ou do momento do jogador. Depende de tudo, mas o time está criando muito. Meu objetivo é que crie o dobro, a única coisa que eu posso fazer para que os jogadores se sentirem com mais confiança é que criem o dobro do que estão criando agora. É a única coisa que está no meu controle, depois, no campo, a qualidade é deles.
- O Gabi todo mundo sabe o carinho e o amor que eu tenho por ele, um cara eu quase considero como um filho, mas temos que ver o que a gente vai fazer agora porque ele está com dois cartões e merece sair com uma despedida do Flamengo . Como a lenda que ele se tornou, um ídolo eterno do clube, um cara super importante nesse processo de 2019 até agora. Vamos ver como a gente resolve essa situação para o último jogo para que a torcida possa brindar esse amor que tem por ele, e que possa receber de volta todo o carinho que ele para todos. Eu acredito que ele merece sair bem. Não está se aposentando, mas é um cara que merece o carinho de todos.
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