O Flamengo repetiu a dose, venceu o Vasco mais uma vez e está na final do Campeonato Carioca. Neste domingo, o placar de 2 a 1, no Maracanã, colocou o Rubro-Negro na decisão e arrancou elogios de Filipe Luís. Após a partida, o técnico elogiou o desempenho da equipe mesmo tendo começado atrás no placar.
— Grandíssimo jogo da minha equipe, fomos dominadores no confronto, inclusive saindo atrás no placar. Depois que tomamos no gol, acreditamos ainda mais no plano de jogo e no modelo. O time continuou jogando da mesma forma, com muita paciência. Chegamos na área do Vasco muitas vezes durante o primeiro tempo. Foi um excelente jogo, fiquei muito feliz pela forma que os jogadores se comportaram. Intensidade muito, muito alta, estão em uma rotação altíssima. Espero que se mantenham. Sobre o próximo jogo, deixa eu descansar hoje, pelo menos — declarou Filipe Luís.
Classificado para a final, o Flamengo agora espera o vencedor de Fluminense e Volta Redonda, que se enfrentam neste domingo, para conhecer o seu adversário na decisão — na ida, o Tricolor venceu pelo placar de 4 a 0. Os jogos da decisão serão no dia 19 (ida) e 22 ou 23 (volta). Filipe Luís evitou falar diretamente sobre o adversário na final, mas projetou uma possível decisão com o Fluminense.
— Deixa eu descansar hoje, jantar tranquilo e amanhã pensar no Fluminense. O Fluminense vai jogar contra o Volta Redonda, que é um grande time. A única coisa que eu penso agora é descansar essa noite e depois começar a preparar esse jogo. Vai ser o sétimo clássico em 11 jogos. Vamos fazer oito clássico em 12 jogos. Vai ser muito difícil se enfrentarmos o Fluminense na final, mas eles têm um jogo ainda pela frente — declarou Filipe Luís.
Filipe Luís, Flamengo x Vasco — Foto: André Durão / ge
Danilo: "Ele sentiu um leve desconforto na perna e decidimos não arriscar. Ele fez três jogos para voltar a ter ritmo de jogo. Decidimos não levar para o primeiro jogo. Não se recuperou como esperávamos. Temos que respeitar os processos de fisioterapia para quando ele puder entrar e disputar uma bola, disputar ao máximo, sem correr riscos. Sabemos que temos duas finais pela frente agora e ele também está convocado para a Seleção Brasileira e vamos optar por zerar a dor dele"
Escalação de Varela invertido, tendo Alex Sandro e Ayrton Lucas como opções: "Primeiro porque Alex Sandro e Ayrton Lucas voltaram de lesões, treinaram comigo essa semana. Ayrton teve um pequeno trauma no joelho, e incomoda, o incomodou bastante durante esses dias de reabilitação. Alex também vem de lesão, mas foi principalmente pelo momento do Varela. É um jogador que faz tudo certo, fez grandes jogos e não merecia sair da equipe. Esse foi o meu pensamento. O jogo de hoje era para ele. É um cara que já falei para vocês que admiro muito, tenho prazer em trabalhar junto. Pensei que ele merecia ser titular no jogo de hoje, um clássico, depois de ser sido tão importante no primeiro jogo da semifinal"
De la Cruz: A gente tem que ter um cuidado especial com ele, mas é um jogador muito importante para nosso modelo. Ele entende muito essa posição e nos dá uma vantagem muito grande. Ele consegue fazer o time sair da pressão de forma individual. Muito intenso para pressionar, fazer as coberturas, defender em bloco médio, alto... É um jogador importantíssimo para gente. Tenho convicção que dosando ele, ele vai ser impactante. Tem o Allan, o Pulgar, o Evertton que é do mesmo nível que eles. Estou bem servido"
Flamengo não enxerga mais o Vasco como rival? "O treinador enxerga todo mundo como o Manchester City. Toda vez eu vejo o adversário como o melhor time do mundo. Pelos últimos anos, disparidade financeira, o clássico perdeu um pouco o nome para o torcedor, mas para os jogadores, esquece. Clássico é clássico. Ele tira o melhor de cada jogador, os jogadores decisivos crescem, o Vasco se organizou bem para fazer um bom jogo. É muito difícil e tem um peso mental nos jogadores. Todo mundo corre até o último segundo. Isso é clássico. Vão ser oito clássicos em 12 jogos e isso mentalmente é um peso"
Como funciona seu processo de avaliação na parte técnica? "O treinador não pensa só em montar esse quebra-cabeça simples. Às vezes dá certo, às vezes não funciona como a gente espera. Mas sei que ter dois jogadores desse calibre (Plata e Luiz Araújo), e ainda por cima ter que jogar com eles improvisados de certa forma, em uma posição onde não se sentem tão confortáveis, é um privilégio para mim. Os dois querem jogar e ajudar a equipe. Um dos dois não iria começar hoje, ou então pode ser que o Arrascaeta ou o Gerson não começassem. Optei pelo Plata por inúmeros motivos. Uma porque ele nos dá muito dinamismo no jogo, e depois a fase defensiva dele é extraordinária, tem um ritmo que aguenta alta intensidade durante os 90 minutos. O Luiz Araújo porque não penso só nos 45, penso em 90. Ele é muito forte quando entra no segundo tempo, o que não significa que ele vai ser reserva ou só vai entrar no segundo tempo. O treinador coloca tudo na balança e decide, sabendo que um jogador vai ficar chateado por não jogar, ou vários. Meu trabalho é pensar sempre na equipe e fazer o que eu acredito que seja melhor para o time"
Elogios da imprensa: "Como treinador, a gente vive sem confiança. A gente vive achando que o próximo adversário é o mais difícil. Eu não posso pensar em número de jogos sem tomar gol, em número de jogos de invencibilidade. Se você me falar dos jogos que estou sem perder, eu nem penso mais. Essas manchetes são para vocês (da imprensa). Bom que falem bem. Estou desfrutando esse processo de aprendizado"
Evolução do Flamengo : ""Sempre podemos evoluir. Nunca vou me conformar com uma atuação e sempre vou achar detalhes micro para evoluir como equipe e individualmente. Esse meio-campo se conhece bem e é perigoso para o adversário. Muito difícil de marcar. Estou satisfeito, mas quero continuar evoluindo. Estamos vendo um nível de qualidade de saída de bola dos zagueiros como talvez nunca vimos. Estou impressionado com a qualidade dos meus jogadores"
No início do ano, jogadores se queixaram de gramado duro no Maracanã. A situação do piso melhorou? "Se eu tivesse jogado, essa resposta seria muito mais fácil. Não consigo mais avaliar da mesma forma. Sei que os jogadores sofrem com a bola, e o gramado baixo faz ela ficar mais viva ainda. O bom desse gramado é que a gente dá o feedback e eles tentam ajudar, melhorar e ajustar dentro das capacidades que a empresa tem de gerir esse estádio, essa grama. Perfeita, tapete, ela não está. Mas acredito que está em uma forma razoável para praticar um bom futebol"
Momento de Gerson e Arrascaeta em 2025 e capacidade de criação do Flamengo : "Acredito que sempre podemos evoluir, sempre. Nunca vou me conformar com uma atuação, sempre vou achar detalhes que podemos melhorar individualmente e também como equipe. São jogadores grandes, totalmente consolidados. É um meio de campo (ainda com Pulgar e De la Cruz) que já jogou junto muitas vezes, eles se conhecem e se procuram. Para o adversário, é muito difícil marcar esse meio. Tô satisfeito, mas é claro que quero continuar evoluindo. Hoje, o plano de jogo passava muito pelos zagueiros. Estamos vendo um nível, uma qualidade na saída de bola com os zagueiros (do Flamengo ) talvez nunca antes visto no Brasil"
Jogador sem intensidade: ""Eu assisto muito jogo. Muito jogo mesmo. E hoje um jogador sem intensidade não joga nas grandes ligas. Além de qualidade técnica, o jogador tem que ter resistência. É um novo tipo de atleta. O jogo moderno pede essa intensidade. Eu peço isso. Os jogadores de frente são os que mais correm no time. Com certeza acredito que podemos manter a intensidade. Correndo certo se corre menos. Mais intenso, mas menos. Podemos evoluir, mas o nível de intensidade hoje é o sonhado quando eu cheguei aqui antes de assumir. Isso se constrói desde os treinamentos. Os jogadores dão a vida em cada treino"
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