A equipe principal do Flamengo fez sua estreia oficial em 2025 neste domingo, empatando sem gols com o São Paulo em um amistoso realizado nos Estados Unidos, válido pela FC Series. Apesar do placar, o técnico Filipe Luís destacou o desempenho da equipe como positivo. Em sua entrevista coletiva após o confronto, ele ressaltou a importância dos ajustes feitos ao longo dos 90 minutos, já pensando na final da Supercopa do Brasil contra o Botafogo, marcada para o dia 2 de fevereiro.
— Pudemos fazer esse teste para nos guiar. Ver onde temos que atacar nas deficiências e onde explorar as nossas fortalezas. Temos duas semanas até a final. Temos semana que vem para usar como pré-temporada e chegar na final o melhor possível fisicamente.
O elenco rubro-negro retorna ao Rio de Janeiro nesta segunda-feira e seguirá a preparação no Ninho do Urubu, concluindo a pré-temporada. Para esta nova fase, Filipe Luís contará com o primeiro reforço do ano, o atacante Juninho, vindo do Qarabag, do Azerbaijão. O treinador fez elogios à contratação e demonstrou otimismo com a integração do jogador ao elenco.
— Temos a chegada do Juninho. É o nosso atacante. Atacante com as características que o modelo de jogo pede. Ele vai nos ajudar e elevar o nível do elenco. Ele tem muita ambição.
Após a folga programada para segunda-feira, o time se reapresenta na terça-feira no CT para continuar os treinos. O planejamento inclui o primeiro compromisso no Campeonato Carioca, contra o Volta Redonda, no próximo sábado, no estádio Mané Garrincha.
Veja outras respostas de Filipe Luís:
Pré-temporada nos EUA
— A pré-temporada foi muito boa. Foram oito dias de treino (ou sessões) e obviamente as pré-temporadas duram mais, não acabou ainda para gente. Os jogadores não estão em plena forma física, ainda não estão preparados para jogar 90 minutos. Mas foi muito boa. Eu acredito muito que juntar o grupo e fechar eles em um lugar isolado, criam-se relações novas, relações socioafetivas. Dentro do campo eles vão se conhecendo mais. Estou feliz pela oportunidade de vir aqui e usar essa estrutura e poder jogar um amistoso desse tamanho com o São Paulo, um time bem treinado.
Pulgar e chutes de fora da área
— Eu peço que exploremos as melhores característica dos jogadores. Ele tem chute forte e potente. Mas tem jogadores que não chutam tanto, não gostam e preferem passar. Temos que explorar. Tem jogadores de velocidade. Eu tento encorajá-los a explorar essas características. Fico feliz que ele tenha arriscado. Mas obviamente precisamos melhorar no terço final. E tenho certeza que vamos melhorar até a final.
Substituições no 2º tempo
— A questão do Matheus é simples. O Arrascaeta não poderia jogar, vem de uma cirurgia e está evoluindo e recuperando a forma física. Falta um jogador de ataque. Eu aproveitei para fazer alguns testes. Eu testei o Alcaraz de atacante, ele já fez em outros clubes, mas não tinha feito comigo. Coloquei o Bruno Henrique aberto. E nos treinos coloquei o Gonçalves por dentro e ele foi muito bem. Aproveitei para continuar com essa relação do Wesley com Gerson pela direita.
— No segundo tempo, o certo e ideal seria tirar todo mundo. Mas, como eu falei, não tínhamos um jogador de ataque. O Pablo Lúcio foi meu jogador no sub-17,e eu sei a qualidade que ele tem, mas ele é volante. Eu fiquei com peso na consciência de colocá-lo por 45 minutos fora da posição e ainda sendo sua estreia no profissional. O Diogo, preparador físico, falou para mim que eu poderia ir com o Gonçalves até 60 minutos. Eu segurei. E acabou que o Pablo fez um grande jogo. Fiz testes, colocando o Michael por dentro e o Plata de atacante. Mas a pré-temporada é para isso. Testes, criar relações e ver como o time se sai diante de dificuldades.
Relação com a Flórida
— Sabemos que em Orlando tem muitos brasileiros. Mas repito o que eu falei: nos deram uma estrutura espetacular na Universidade, nos receberam muito bem. Nos deram um campo muito bom, uma academia, um ambiente. Estrutura e facilidade para ter uma boa pré-temporada. Foi uma experiencia muito bom e é um prazer jogar para os nossos torcedores.
Dúvida sobre o ataque
— Não tenho dúvidas do ataque. Temos a chegada do Juninho. É o nosso atacante. Atacante com as características que o modelo de jogo pede. Ele vai nos ajudar e elevar o nível do elenco. Ele tem muita ambição. Tem outros jogadores que podem jogar de atacante até o Pedro poder voltar. A gente sabe o talento, a qualidade e a importância que ele tem para o nosso time. Tem o Bruno Henrique para jogar aí também. Já fez essa função muitas vezes.
— Podemos jogar com dois atacantes. Ataque de variação tática: Gerson aberto, Luiz Araújo aberto, Plata aberto e Matheus Gonçalves. Eu tenho quatro jogadores de pé esquerdo que podem jogar aberto pela direita, podem jogar por dentro. Com essas peças eu vou ajustando e fazendo o plano de jogo em cima do adversário.Eu não tenho dúvida do que eu quero e espero para cada função e posição para a equipe.
Posicionamento de Bruno Henrique
— O Bruno não é falso 9. É um jogador rápido e de ataque ao espaço. Eu penso que a posição ideal é aberto, e é como ele se sente mais confortável. Mas é um jogador que joga também por dentro e rendeu muito assim em 2019. Ele jogava assim, com dois atacantes. Explorar essa características que ele tem de ataque ao espaço, finalização e gol. Ele é de suma importância para nossa equipe.
Dois jogos ao mesmo tempo
— Eu penso no que é melhor para equipe sempre. Eu não vivo pensando em tudo. Eu faço um planejamento: vejo meus jogadores, a tática, o sistema e penso em ganhar o jogo que vem na frente. Nós sabemos a importância de cada competição e o que temos que fazer para chegar bem nelas. O Carioca é importante porque basicamente não tem importância até que você não ganhe. Se não ganha, a cadeira aqui pode ficar vazia, e eu sei disso como treinador. Mas eu não vou "hipotecar" a minha equipe por causa do estadual.
— É importante que a equipe do sub-20 possa começar a competição e a gente pega depois até para completar a pré-temporada. Mas tem clássicos para frente. Eu tenho um elenco qualificado o suficiente para poder ir chegando nas fases do Carioca sem "hipotecar" a temporada toda, já que vamos ter 80 jogos nessa temporada.
Jovens na pré-temporada
— Eu conheço todos os meninos da base, do sub-15 ao sub-20. Eu conheço todos eles. É um pouco mais delicado colocar um zagueiro, como foi o caso do Carbone e do João. Eles não podem cometer erros porque qualquer erro é fatal. Eu estava apreensivo com isso. Tivemos que liberar o Léo Pereira. Pedimos para o Cleiton voltar, mas ele também é jovem e precisa ganhar minutos para se desenvolver. Eu estava mais tenso pela zaga porque não é fácil um zagueiro estrear no profissional, como foi o caso do João hoje.
— Da mesma forma que o Abel Ferreira falou do Vitor Reis, disse que falou demais dele. Eu também não quero falar demais porque eu sei que o João não vai durar muito no Brasil. Ele é daqueles diferentes que passaram na base do Flamengo. Plena confiança nele e no que ele é capaz. Vai se desenvolver muito ainda.
Busca por reforços
— (A base) tem jogadores que podem ajudar o nosso elenco. Mas óbvio que um campeonato tão complicado e de alto nível como o Brasileiro e Libertadores, nós vamos ter que ir ao mercado atrás do nosso zagueiro para repor a perda do David Luiz e do Fabrício Bruno. Vindo um zagueiro, o elenco será altamente qualificado para brigar nas competições.