Filipe Luís se diz orgulhoso com vitória do Flamengo: "Após o erro, o time não parou de jogar"

O Flamengo venceu o Chelsea por 3 a 1, de virada, em duelo válido pela segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes. Ao deixar a partida, Filipe Luís afirmou que estava com o "coração aquecido" pela forma como o clube jogou contra o clube inglês.

— Estou muito feliz pelo jogo. Desde o começo do jogo, nós sempre acreditamos que tínhamos chances. Estou muito orgulhoso, porque, depois do erro do Wesley, o time não parou de jogar. Continuamos jogando da mesma forma como sempre jogamos. Meu coração está quente por causa disso - comentou ainda no gramado o técnico, que completou a análise durante a coletiva:

— Conheço a qualidade dos clubes europeus, especialmente a elite do futebol. São 12 clubes no mundo que fazem parte da elite. Estou surpreso por esses resultados. Eles não estão muito acostumados com o clima. Os sul-americanos são muito competitivos, na Libertadores é muito difícil vencer, mas nem sempre o melhor vence - e continuou:

— Nós temos paciência nos jogos, estamos acostumados com o clima. Eu fiquei quatro dias sem dormir bem porque eu vi o time do Chelsea e acho que é o time mais tático da Europa. Os jogadores entenderam muito bem o modo de jogar, é difícil jogar contra o Chelsea. Foi uma enorme vitória para nós. Eu estou muito feliz. Qualquer um pode ganhar essa competição, isso é o futebol.

Filipe Luís no jogo entre Flamengo e Chelsea — Foto: David Ramos/Getty Images

O treinador enalteceu a postura de Wesley mesmo após o erro no gol do Chelsea. Filipe Luís continuou a análise da atuação em cima do time inglês e revelou certo incômodo quando o time desacelerou mesmo com um a mais em campo. Nicolas Jackson foi expulso aos 22 minutos do segundo tempo.

— O que mais me deixou orgulhoso hoje é que meu lateral-direito cometeu um erro, mas o time não sentiu a pressão. Continuou jogando, não abandonou posição, tentou jogar por conta própria, seguiu jogando do mesmo jeito. Sabíamos que teríamos chances, porque tínhamos um jeito de jogar e seguir o caminho. Quando fiz as mudanças, o time começou a acreditar, a ter pequenas chances antes do gol. Sabíamos que estávamos bem no jogo, mantivemos a pressão alta e o Chelsea sentiu. Marcamos o primeiro gol. É difícil ganhar do Chelsea. Bola parada, que é parte importante do jogo, nos deu o segundo gol. Muito feliz pelo jogo, mas é só uma vitória. Agora é pensar no próximo jogo, porque não é fácil. Quando ficamos com um a mais, isso acontece, mas desaceleramos e isso me incomodou. Ficamos tocando de lado, isso me deixou louco. Com um a mais, chamamos o Chelsea para o nosso campo. Mas deu certo, é um dia especial para mim e para o nosso clube.

Filipe Luís escalou o Flamengo com três mudanças em relação à estreia contra o Espérance. Wesley, Danilo e Plata entraram nas vagas de Varela, Léo Ortiz e Pedro. O treinador justificou as mudanças.

— Tenho todos à disposição e tento escolher os que acredito que são os melhores dependendo do plano de jogo em função do adversário. Vão ser uns ou outros dependendo disso, das características que o jogo pede. Algumas delas vão surpreender vocês, mas eu tenho muito mais informações que vocês, do dia a dia, de como estão os detalhes, em função da técnica e da tática. Hoje, por exemplo, eu já tinha decidido que o Danilo ia jogar, mas estava em dúvida entre os dois Léos. Decidi seguir com o Pereira que vive uma grande fase. É uma linha fina e as decisões são tomadas em função do que eu acho que vai acontecer no jogo. Nem sempre acerto, mas as convicções têm que ser seguidas.

Além disso, Filipe Luís aproveitou para explicar a utilização de Bruno Henrique. O treinador revelou que pensou em utilizar o atacante como titular contra o Chelsea.

— Primeiro o Bruno é o jogador que é. Com mais títulos na história do clube. Todos nós sabemos que cresce em jogos grandes. Pensei muito em começar com ele. Por mais que ele venha sendo cobrado e criticado, é um atacante que não se resume a gols e assistências. O que ele vem fazendo em campo, os detalhes... Às vezes outro companheiro joga melhor pelo Bruno estar em campo - e completou:

— Ele sempre é importante, sempre foi, sempre será. É um jogador que tem todas as valências em que eu acredito em um jogador de elite, por mais que tenha uma idade avançada. Não tinha dúvida de que ele iria melhorar nosso ataque, porque o jogo estava pedindo velocidade. Era um momento em que o Chelsea estava conseguindo ter mais a bola porque nossa pressão estava atrasada. Sabia que o Bruno iria dar esse avanço no território e a partir daí a qualidade do Plata, do Gerson prevaleceria - finalizou.

Bruno Henrique comemora gol do Flamengo contra o Chelsea — Foto: REUTERS/Lee Smith

O Flamengo volta a campo na terça-feira, às 22h (de Brasília), contra o Los Angeles FC pela terceira e última rodada da fase de grupos. O jogo acontece no Camping World Stadium, em Orlando. O Rubro-Negro é o líder do Grupo D com seis pontos e pode se classificar ainda nesta sexta-feira.

Confira outras respostas

Jorge Jesus

— Ele me ensinou muito taticamente falando, especialmente na defesa. Me ensinou um jeito diferente de ver o jogo. De fazer uma pressão muito alta. Claro que eu tento copiar. Sempre que eu vejo algo bom, tento copiar e fazer meu time jogar do jeito que eu gosto.

Wallace Yan

— Nos conhecemos muito bem. Conheço do Sub-20. Foi meu 9 no título mundial sub-20. Tem uma paixão, uma vontade de vencer absurda. Compete, entra em qualquer lugar como se estivesse jogando uma pelada. Esse é o grande diferencial dele. Além disso, tem estrela. Às vezes nem preciso falar, só de colocar ele em campo, vai causar um furor que vai deixar a defesa desorientada.

Futebol brasileiro

— Acredito que todos os clubes brasileiros que estão aqui não estão pensando em reivindicar o bom futebol para o Brasil. Estamos pensando em ganhar. Se isso ajudar o futebol brasileiro, melhor, mas eu não penso nisso. Estou aqui pensando simplesmente no Flamengo. Uma das razões por que os brasileiros estão indo bem é o nível de competitividade. Notamos perfeitamente os sul-americanos como se fosse uma final a cada jogo. Isso faz muita diferença.

Benefício ao futebol brasileiro

— Por isso é tão especial. Podemos nos comparar com todos os países do mundo. Qualquer coisa pode acontecer nesse Mundial. No Brasil estamos sempre nos comparando com os outros. Isso para mim é um grande erro, porque o europeu não faz isso. Montam os times e pensam em ganhar os campeonatos deles. Não ficam perdendo tempo com coisas que não levam a nada. O Brasil fazer um grande Mundial é importante, claro. Estamos passando por uma transição muito grande, contratamos um treinador muito grande que vem para mudar a Seleção e já deu uma mudança grande no que é o ambiente. Precisamos evoluir. Não tenho problema em dizer que sou um grande copiador de conceitos do que o Maresca faz em campo. Para mim, onde está a elite estão os melhores. O que eles vão aprender da gente, com certeza temos coisas que eles não fazem.

Europa e América do Sul

— Acredito que existe uma elite no futebol, oito ou dez times do mundo fazem parte dela. Eles são muito superiores. Tirando essa elite, acho que os brasileiros estão no mesmo nível desse segundo escalão. Pela forma de competir, se adaptar, jogar em todos os tipos de gramado, altitude, climas adversos. Isso gerou uma competitividade que não nos coloca para baixo contra nenhum clube no mundo. Evidentemente que o elenco dessa elite é melhor. Dentro do campo, qualquer um pode ganhar. O maior exemplo é que hoje ganhamos do Chelsea, mas o Central Córdoba ganhou da gente em casa, quase perdemos para o Táchira. Nunca é fácil, o futebol é assim e por isso é tão lindo.

União do elenco

— É a melhor parte para o técnico. Fazer substituições que entram, fazem gols e mudam a partida. O que me faz mais orgulhoso é que o Wesley fez um erro, algo que eu pedi que ele fizesse, que controlasse todas as bolas longas. Ele cometeu um erro e continuou jogando. Isso me faz muito orgulhoso. Como treinador, nada me faz mais feliz do que quando um jogador comete um erro e consegue continuar jogando mesmo com as tensões da partida.

Elogios a Bruno Henrique e Danilo

— Bruno é especial. Ele é o jogador com mais títulos na história do clube. Não importa se ele joga um minuto ou cinco ou 90, ele sempre deixa o coração em campo, estou muito feliz por ele. Danilo é enorme. Temos que aproveitar esses jogadores.

Expulsão de Jackson

— Eu amo o Chelsea. Passei uma temporada feliz lá, ganhamos títulos, fiz grandes amigos e joguei com alguns dos melhores do mundo. Sei como o clube é especial e como precisa ganhar títulos. Ele é tão bom, jovem e tem todo o potencial. Sei que ele vai superar esse pequeno erro. Eu não vi o replay, mas é um vermelho claro. Vi na minha frente. É apenas um pequeno detalhe para um jogador que tem tudo para ser um dos melhores atacantes do mundo.

Qualidade dos europeus

— Não tenho nada para falar. Existe uma competição maravilhosa e única para todos que estão aqui. Se algum clube não quer ganhar, azar o deles. Do que eu vi desde que começou o jogo, dos duelos, todo mundo quer ganhar. Que é uma competição diferente, em climas diferentes que podem prejudicá-los, não tenho dúvidas que sim. Também jogamos a Libertadores e temos que ir para a altitude, querendo ganhar. Futebol é assim. É para todos e ganha o melhor time, que quer mais ganhar.

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Fonte: Globo Esporte
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