Filipe Luís justifica escolhas na escalação do Flamengo: "A responsabilidade é minha"

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O Flamengo perdeu para o Central Córdoba por 2 a 1 em jogo válido pela segunda rodada da fase de grupos da Conmebol Libertadores 2025. O técnico Filipe Luís iniciou a partida com algumas peças de destaque da temporada, como Wesley, Gerson e Pulgar, no banco de reservas.

A decisão gerou questionamentos entre os torcedores, especialmente em relação à possibilidade de priorizar ou não alguma das quatro competições que o clube ainda disputa na temporada. O treinador rechaçou a ideia e justificou as escolhas que fez.

- A escolha dos jogadores que foram a campo foi porque acredito que eram os melhores para vencer a partida. Era um time muito sólido para vencer. Também havia um plano de jogo para enfrentar esse adversário. Claro que o Erick vem de uma sequência de intensidade muito alta. A intenção era quebrar essa sequência. O Gerson que vem de uma lesão também, assim como o Wesley. O Varela vinha de uma ótima partida na Venezuela e acreditava que, pela transição do adversário, era a melhor escolha - explicou o comandante.

Filipe assumiu a responsabilidade pela má atuação da equipe. Fez questão de afirmar que se os jogadores não estavam devidamente concentrados ou preparados para a partida, foi porque ele não os colocou nas condições ideais.

- Eu vou ser cobrado pelas minhas decisões e a responsabilidade é unicamente minha. Tomo as decisões com base no que eu sinto que é o melhor para a equipe. Futebol acontece isso, nem sempre a gente ganha e vão sempre falar dos jogadores que não estavam. Não é priorizar, a gente quer sempre ganhar. Se eu tivesse poupado os 11 jogadores como fiz ano passado e ganhado, ninguém teria falado nada. Virão as críticas pelas escolhas que eu tomei, e críticas justas.

Ele ainda elogiou o desempenho da equipe no começo da partida, mas destacou que a ansiedade para abrir o placar fez com que o time acelerasse demais o jogo e gerasse espaços. Ainda assim, puxou essa culpa para si por colocar "muitos jogadores de ataque em posições que muitas vezes não eram as melhores com o sistema de jogo".

A noite do Flamengo teve uma boa notícia, apesar do resultado negativo: a volta do centroavante Pedro aos gramados. Ele não jogava há sete meses por causa de uma lesão no joelho e entrou no segundo tempo.

- Muito feliz por tê-lo de volta, é um jogador super importante, e um diferencial para a gente. Espero que ele possa ter uma sequência de treinamentos, de minutos, para que ele possa voltar à forma ideal para conseguir jogar um jogo todo - comemorou Filipe.

O Rubro-Negro volta a campo no próximo domingo, às 17h30, para enfrentar o Grêmio em Porto Alegre no Brasileirão. A equipe tem quatro pontos em duas rodadas no torneio nacional. Veja outras respostas de Filipe Luís:

Filipe Luís dá instruções em jogo do Flamengo contra o Central Córdoba — Foto: André Durão/ge

- Se houve erros técnicos e de desconcentração, isso é responsabilidade minha, do treinador, porque não os coloquei concentrados da forma que deveria. Não acho que tenha sido isso. O que eu acredito é que até o gol estávamos fazendo um bom jogo, com algumas chances.

- Eles não tinham quase chegado à nossa área. O time estava sendo vertical, da forma que eu estava pedindo. Começamos a acelerar mais, ficar mais ansiosos, e isso é por vários motivos. Mas o principal é que são as minhas escolhas porque sou eu quem escolho a tática e os jogadores que entram em campo.

- Se em algum momento em campo eles não se sentiram confortáveis, ou não achavam soluções, dominando todos os espaços, isso é culpa do treinador. Eu isento eles de toda essa culpa porque se o time não estava concentrado, eu deveria ter feito isso melhor. Mas não acho que foi isso, todo mundo correu bem e não fizemos um bom jogo.

- Não soubemos lidar com um placar adverso e estar atrás do placar instaurou o caos, coisa que eu odeio. Agora vou tentar trabalhar para ter o time sólido como a gente vinha fazendo.

- Não costumo conversar pós-jogo. Temos um jogo domingo, isso é o bom do futebol que dá uma oportunidade nova de poder apagar essa derrota. Dura, meu primeiro jogo de Libertadores no Maracanã, uma festa bonita da torcida, Pedro de volta.

- Realmente é triste por esse lado. Mas são derrotas que acontecem. Não vamos ganhar sempre, infelizmente foi hoje. Espero que eles possam limpar a cabeça o mais rápido possível para poder fazer um grande jogo domingo, o que é muito importante.

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- Fui e fomos vaiados em outros jogos desde que sou o treinador. Com o Sampaio Corrêa, no Carioca, empatamos em 0 a 0 no primeiro tempo e as vaias vieram. E o Flamengo é isso, normal. Estamos acostumados, amamos estar aqui e escolhemos estar aqui.

- Tem um peso vestir essa camisa. É o clube que mais cobra do Brasil, mas os jogadores e eu estamos preparados para enfrentar. É uma pressão que me desafia, me faz crescer e ser melhor. Com certeza trabalharei mais, estudarei mais para fazer tudo para vencer. E conquistar o carinho da torcida no campo, não com palavras.

- Contra o Inter tivemos várias chances de gol, mas não concretizamos. Contra o Táchira, não foi um jogo bom, com certeza, concordo contigo. Contra o Vitória tivemos chances, no segundo tempo também. E hoje, até o gol, estávamos fazendo um bom jogo e criando chances de gol.

- Não era o nosso melhor jogo, talvez no controle, mas na construção estávamos sendo mais verticais porque eles nos ofertaram espaços, mas não conseguimos aproveitá-los. O que aconteceu é que perdemos o jogo, e quando isso acontece parece estar horrível, ruim e um caos, mas não é. Temos que separar o resultado e ver o que foi feito de bom e ruim. Meu trabalho é corrigir e trilhar o caminho para jogarmos do jeito que a gente quer.

- Cleiton foi opção técnica, não tem nada ver com contrato. Fui formatar o banco e tinha João e outros jogadores que podem fazer a zaga como Alex Sandro e Varela. Foi opção minha.

- Não tem troca imediata. Imaginei um jogo com força no meio em que precisava ter solidez posicional e parar as transições do Central Córdoba e achei que a melhor opção seria o Luiz porque eles usavam muito as bolas longas. E eu também penso na bola parada e infelizmente tomamos o gol dessa forma, mas a escolha do Everton no lugar do Erick foi por esse motivo. Não estavam fazendo mau jogo, nem ele, nem Varela, nem Juninho. Precisava fazer uma mudança e resolvi trocá-los.

- Isso não é verdade. A Libertadores é tão prioridade quanto o Brasileiro. Só que se poupou muito no Brasileiro nos últimos anos para jogar nas copas. Uma escolha minha, sou eu que escolho quem vai entrar em campo, pensando na fase de grupos da Libertadores que te permite fazer essas trocas, no adversário que vou enfrentar, na sequência de jogos de jogadores e no que vem pela frente.

- Eu tomo as decisões, quando perde é claro que eu vou ser cobrado. É normal. Isso também me faz crescer. Quando vence, tudo parece muito bonito nas escolhas que a gente faz. Quando perde vêm as perguntas. Nenhum jogador vai conseguir estar em todos os jogos da temporada. Posso garantir para vocês. A exaustão chega em algum momento. Tem que pensar na saúde deles.

- Se não me engano, foi a maior posse de bola que tivemos na temporada: 78%. Foi o time que menos teve a posse de bola do ano, não sei se da Libertadores. Eles tentaram jogar contra-atacando, em transição. Os dois pontas eram muito rápidos e ficavam esperando a perda da nossa bola para transitar. Eram perigosos, e assim foi.

- Eu sempre penso que é mais fácil destruir do que construir. Eles têm muito méritos. Eles tentaram fazer uma marcação mais agressiva e nos induziram ao erro muitas vezes porque os espaços estavam ali. Era como se fosse uma armadilha. A forma do adversário jogar foi muito válida, venceram com méritos, e agora é mastigar essa derrota.

- Luiz, quando entra comigo, normalmente joga na posição que o Gerson joga. A gente não joga com o ponta-direito aberto, sim como o esquerda, para liberar o corredor para os laterais. Em alguns momentos mudamos essa estrutura, como foi contra o Táchira.

- Luiz a meu ver tem qualidade e condições para performar na meia, por dentro. Ele é determinante, tem bom último passe e finalização. Treinou a temporada toda nessa posição e vem evoluindo. Virão dias melhores. É um jogador muito importante, polivalente que pode jogar também pela esquerda. Importante ter esses jogadores que podem atuar em várias posições.

- Concordo com o que você falou sobre chutar pouco, temos muitas chances de chutar e cruzar, mas priorizamos circular. E quando chuta, sempre acontece alguma coisa, mas vai do perfil do jogador. Venho insistindo muito nisso. Sobre mudar, meu trabalho é dar uma estrutura para encontrar os espaços e chegar à área do adversário de forma limpa. E, lá, dar outros recursos e mecanismos para que eles possam decidir. Eu não posso decidir por eles. O gol vai ter momentos que estaremos mais próximos, sem criar, e em outros momentos vamos criar e não vamos fazer. Com a volta do Pedro, tenho certeza de que ele vai elevar o nível das nossas finalizações.

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Fonte: Globo Esporte