O Flamengo encerrou a preparação para o duelo de oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes contra o Bayern de Munique, neste domingo, às 17h, no Estádio de Miami. A partida promete se uma das mais difíceis da competição.
Apesar da dificuldade imposta pelo confronto, o treinador garante que não mudará a forma como pretende que o time se porte. Ele ainda destacou a evolução do futebol nos últimos anos, que equilibrou os confrontos como o deste domingo.
- O Flamengo tem uma forma de jogar, um DNA, e o torcedor se sente identificado com essa forma, então a gente não abre mão disso. A única mensagem que passei para os jogadores desde que eu estou como treinador é que esse é o jeito. Depois, a qualidade do adversário e a forma como eles se impõem dentro de campo vão determinar em que altura vai acontecer o jogo.
A possibilidade de enfrentar um time tão forte abre um leque de alternativas, tanto de forma de jogo, quanto de escalação. O treinador tratou de explicar as possibilidades e disse que já sabe como vai colocar o equipe em campo.
- Sempre é uma possibilidade, tendo três zagueiros desse nível. De altíssimo nível, como são Léo Ortiz, Pereira e Danilo. Muda muitas dinâmicas na fase defensiva, mas na ofensiva se converte em 3-4-3, 3-5-2, então não mudaria tanto. Já decidi [escalação]. Já sei e eles [jogadores] não.
Filipe Luís concede coletiva antes do jogo do Flamengo contra o Bayern — Foto: Thiago Lima
Filipe ressalva que o DNA não muda, mas a estratégia, sim. Tudo vai depender de como o adversário se portar, principalmente na marcação.
- A forma como a equipe vai jogar depende muito de como o adversário vai defender. Sabemos da pressão esmagadora que o Bayern tenta fazer, muitas das vezes até individualizando perseguições dentro do campo. E um time muito organizado dentro dessa pressão, o que é muito difícil para um time marcando individual.
- É um time extremamente organizando, com gatilhos muito claros para pressionar. Precisamos de velocidade, mas precisamos também ter a bola. Não adianta a gente achar que nós vamos jogar nas costas e ganhar na velocidade. Os zagueiros do Bayern estão lá porque sabem jogar em profundidade e defender esse tipo de jogada. Por isso eu falo que temos que ser Flamengo.
Flamengo e Bayern decidem a vaga nas quartas de final em jogo único. Quem vencer avança. Em caso de igualdade, o jogo vai para a prorrogação. Se o empate se mantiver, a disputa de pênaltis será o recurso. Veja outras respostas de Filipe Luís:
- O futebol mudou muito. Quando falei aquilo [ que o Santos seria goleado se fosse para cima do Barcelona ] em 2011, foi muito fácil falar da posição em que eu estava. Acabou dando certo o que eu falei, mas poderia ter sido diferente. Eu não comparo nenhum time que eu enfrentei com aquele Barça do Guardiola e do Messi. Aquele time era absurdo, que entrava em campo e seu único objetivo era não tomar goleada.
- Os tempos, os treinadores e os jogadores mudaram. As redes sociais modificaram a forma como os jogadores e os torcedores se comportam. Estamos ainda nesse período de transformação do futebol. Houve uma evolução muito grande tática desde então e a gente vê o difícil que é enfrentar qualquer time hoje. Seja um jogo na Libertadores, ou os europeus enfrentarem a gente.
De la Cruz treina no Flamengo antes de jogo contra o Bayern — Foto: Gilvan de Souza/CRF
- O gramado está incrível. O estádio é lindo. Sabemos onde estamos e como eles cuidam do produto nos Estados Unidos. É uma honra jogar um jogo desse patamar aqui. Para o Bayern, eles já sabem como jogar aqui porque já vieram. Mas estamos acostumados a jogar em diferentes estádios e gramados. Estamos empolgados com esse desafio à nossa frente. Bayern é um dos maiores times do mundo e temos que estar no nosso melhor para vencer o jogo.
- Cada um tem sua forma de liderar, de ser. Nós, treinadores, transmitimos diariamente nossa filosofia para os jogadores. Para eles entenderem nossa visão, não só tática, mas de vida. Ele tem a dele e eu, a minha. Nunca joguei com ele, não conheço, mas sei da carreira, da grande pessoa e do caráter que tem. Eu estudei muito o time dele porque já no Burnley ano passado tinham coisas muito interessantes.
- O começo dele no Bayern eu vi vários jogos porque tem ideias e conceitos interessantes. Eu tento sempre pegar coisas dos melhores e o Bayern foi uma referência para nós, treinadores. É um time que está muito bem assimilado ao modelo de jogo pelos jogadores e, sem dúvida, um dos adversários mais poderosos que poderíamos enfrentar. Esse tipo de duelo é o que todo jogador e treinador gosta de participar. É um privilégio estar disputando essa posição.
- É um debate eterno. Desde que eu cheguei no Flamengo, em 2019, sempre nos programas de televisão falavam: "o Flamengo ganharia a Champions? A Premier League?" Nunca vai jogar a Premier League ou a Champions. Está jogando o Mundial de Clubes e tem um enfrentamento contra esses times da Champions em um contexto completamente diferente. Não jogamos na casa deles, eles não jogam na nossa, o clima é diferente, o gramado também.
- Evito sempre as discussões e comparações que não levam a absolutamente nada. Não tem sentido eu falar se meu time disputaria a Champions League ou não. O que eu posso falar é que tem muitos jogadores do meu elenco que, sim, disputaram a Champions e seleções. Tenho um time altamente qualificado. Dentro das nossas capacidades, acredito com muita convicção que nossos jogadores são capazes de fazer frente a esse Bayern de Munique. Com todo respeito a eles, mas podemos sim fazer frente e um grande jogo. Vamos ter chances de fazer um grande jogo para poder passar. É o único objetivo que passa pela minha cabeça amanhã.
- O jogador brasileiro é muito competitivo e adaptado a uma pressão externa extrema. Tanto da imprensa quanto, principalmente, do torcedor. São todos times de Série A que têm uma torcida exigente. Os jogadores que chegam a esse nível tiveram que passar por fases que foram muito cobrados além das expectativas. Isso levou o jogador brasileiro a ser altamente competitivo. Por isso, vemos muitas vezes em competições sul-americanas os melhores não ganharem.
- Sempre se falava dos argentinos, mas hoje o brasileiro está nesse nível. Vimos nesse campeonato a dificuldade que conseguimos impor. Claro que a qualidade manda, se você não tiver, não consegue jogar no campo do adversário tanto tempo. Mas essa mentalidade faz com que a gente consiga igualar essa diferença de qualidade com uma competitividade extrema. Por quê? Para o europeu ganhar esse campeonato não vai mudar a vida deles. Porém, para os sul-americanos com certeza vai mudar as nossas vidas.
- Eu sempre tento dar soluções para os jogadores em função de como o adversário pressiona a nossa equipe. Existem adversários que pressionam com um atacante, outros com dois, outros que não pressionam.
- O Bayern é uma das pressões mais agressivas e fortes individuais. Vai depender muito da nossa qualidade individual de tirar o adversário da frente por uma vantagem qualitativa que ele possa ter dentro do campo. É termos recursos e mecanismos para sair dessa pressão. Se eles individualizarem como vêm fazendo durante a temporada, deixarão outro tipo de espaço para atacarmos. Tento indicar para os jogadores os espaços que eles podem ter e depois dentro de campo eles têm que tomar as decisões e identificar esses espaços deixados.
- É possível ter ele ou não ter. Temos elenco com jogadores polivalentes que podem jogar em posições diferentes e nos dar características de que o jogo precisa. O Arrascaeta está apto, vem crescendo a cada jogo e nos dando muito trabalho e sacrifício. A qualidade dele é inquestionável e está disputando uma vaga no time como todos os outros.
- Sempre soube o patamar que nosso time está porque joguei com a maioria dos meus ex-companheiros do elenco. Competi com eles por muitos anos e os vejo competindo diariamente nos treinos e jogos. Claro que esse tipo de enfrentamento contra times europeus valendo alguma coisa só se dará nesses jogos de Mundial porque, por mais que façamos um amistoso, nunca é com o mesmo nível de intensidade e competitividade. Mas claro que sei o nível em que estamos.
- Existem times que estão em uma elite e o Bayern é um deles. A qualidade individual desses 10, 12 times da elite supera todas as outras. Isso quer dizer que individualmente, sim, podem ser melhores que nós. Coletivamente é o que vai marcar. Quem é a melhor equipe, não o individual.
- Eu também joguei contra o Bayern (risos). Eliminamos na semifinal. Eu procuro sempre estudar muito. A parte tática é uma coisa que me gerou muita curiosidade quando eu era jogador e que traça meu caminho agora. É tático até certo ponto.
- Dentro do jogo existe um momento do caos em que se perdem essas partes e aí depende dos jogadores. Não tenho dúvida de que vai ser um enfrentamento muito tático em todas as partes. Tem um time muito poderoso do outro lado que vamos ter que estar taticamente perfeito para anulá-los.
- Acho sempre que o time mais difícil de jogar é o que tem os jogadores de maior qualidade. Então, o Chelsea tem muita qualidade nos atletas, o que é muito difícil, porque nunca perdem a bola. Mesmo que pressione, é muito difícil tirar a bola deles. Especialmente o nível tático do Maresca é muito alto. Foi o jogo mais difícil até agora.
- Sinceramente, é uma coisa que nunca nos preocupou: o clima. No Brasil, não lembro de ter um jogo cancelado. Na Supercopa choveu muito e parou o jogo por 30 ou 40 minutos. É uma coisa que é nova para a gente. Aconteceu no treinamento, tivemos que interromper bem no começo. Não preparamos o jogo em função do clima, mas em função do adversário. Queremos que o jogo seja limpo e decidido pelos jogadores. Que tenha ou não chuva, mas que vença o melhor.
- É o tipo do jogo que não precisa motivar de nenhuma forma. Todos eles estão bastante motivados. É algo que pode acontecer, o excesso de preparação e ansiedade, que gera a tensão inicial durante o jogo. Tem que achar equilíbrio.
- Eu diria que cada jogador tem a sua forma de preparar um jogo, de se concentrar e chegar na partida. O treinador não controla isso, com quem falam no telefone, se estão se preparando. O que eu posso fazer é tentar passar tudo que vai acontecer, dar soluções e alertas. A partir daí que possam identificar e se sentir melhor do que se não tivessem nenhuma informação. É o meu trabalho e o que eu acredito.
- Continuo achando que os times da elite europeia são superiores e têm os melhores jogadores. O melhor exemplo é: por que o Vinicius Jr não está aqui? Foi revelado no Flamengo, mas foi para a Europa jogar em um dos melhores times do mundo, com maior salário, prestígio e jogar as melhores competições.
- Estamos competindo bem e podemos até vencer, nada é impossível no futebol. Vencemos um jogo e as comparações existem, mas acho totalmente desnecessário. Uma realidade que não precisa ganhar um jogo para dizer que somos melhores. É só olhar como são formados os elencos, que tipo de jogadores estão em cada equipe. Nossos times estão crescendo, mas ainda muito longe de equiparar com o futebol europeu.
- Me desculpa, não vou falar exatamente quais aspectos eu copiei. Se você olhar a minha equipe jogar, fazemos alguns movimentos que eles fazem. Não só do Bayern, mas de outras equipes. São aspectos que encaixam com as características dos jogadores que temos.
- Algumas soluções que o Bayern cria e causam dificuldade aos adversários e que não só o Flamengo mas outras equipes também tomam como referência. Principalmente, a pressão do Bayern é uma referência mundial para times que querem jogar com a pressão alta. Posso chegar até aí só para você.
- Eliminamos o Bayern na seminal ( da Champions, em 2016, quando Filipe era jogador ), foi o maior banho de bola que tomei na carreira. Essa foi a verdade. O Bayern do Guardiola. Ganhamos em casa de 1 a 0, mas o segundo jogo o Bayern foi muito superior. Conseguimos fazer um gol e a vantagem do gol fora nos levou à final. Depois do jogo fui para o doping e fiquei pensando muito.
- A sensação que eu tive dentro do campo foi uma das coisas que mais me inspiraram a montar um modelo de jogo. A sensação eu tinha é que aquele Bayern no Guardiola tinha mais jogadores dentro de campo do que 11 e que o campo era maior. Sempre imaginava que se um dia fosse treinador, gostaria que os adversários se sentissem da forma como eu me senti. A partir daí tentei estudar muito essa forma de jogo.
- Em princípio (está apto a jogar), sim. Treinou, teve uma evolução muito boa e vai ser uma opção para amanhã.
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