Técnico do Flamengo, Filipe Luís encarou abordou dois assuntos que marcaram a véspera e o dia da goleada desta quarta-feira por 6 a 0 sobre o Juventude, no Maracanã, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro: o indiciamento do atacante Bruno Henrique pela Polícia Federal, sob acusação de fraude em cartão amarelo para benefício de apostadores, e o protesto dos torcedores rubro-negros quanto ao preço dos ingressos no Maraca.
Sobre Bruno Henrique, Filipe defendeu a presunção de inocência, em linha com a nota oficial divulgada pelo clube na terça-feira. O Fla optou por manter o atacante no elenco, que entrou em campo no segundo tempo da goleada.
— Conversei com ele. Está absolutamente normal, se apresentou como todos os companheiros. Como eu falei na outra entrevista, a única coisa que pedimos é a presunção de inocência. É uma pessoa que tem o direito de se defender das acusações. Tem a presunção de inocência. Como eu falei, está com a postura de uma pessoa totalmente tranquila, hoje entrou em campo, foi companheiro dos companheiros, amigo dos amigos e absolutamente normal. Enquanto ele estiver disponível, é um jogador muito importante.
— Sobre casas de apostas, hoje o Diego Ribas colocou um vídeo que para mim foi... o que eu queria falar, o Diego falou. Quando eu era novo, assistia Fórmula 1 com meu pai e todos os carros tinham propaganda de cigarro. Hoje já não pode mais. Já recebi várias ofertas para fazer propaganda de casas de apostas e não faço porque eu sei o dano que é pras pessoas que aposta, o vício que é. É uma droga. Daqui a 20 anos, vamos estar olhando e falando 'caramba, todos os times, os lugares, anunciavam casas de apostas'. Mas o dano que está fazendo às pessoas a gente ainda não tem a real noção. Hoje, os jogadores estão cada vez mais instruídos pelo próprio clube, o Flamengo deu uma palestra sobre esse assunto, sobre o que eles podem e não podem. Desde que eu estava na Espanha, 2015 ou 2016, falavam todos os anos sobre nossa conduta. E o Flamengo fez isso esse ano. Os jogadores estão cada vez mais instruídos para não serem nunca abordados.
Ingressos
Quanto ao preço dos ingressos, Filipe atribuiu o assunto à diretoria. O treinador, porém, ressaltou a importância de ter a torcida em peso no estádio:
— O que eu mais quero é que o torcedor nos leve, nos empurre e lote o Maracanã. É um assunto que não é meu, é da diretoria. Não tenho nada a ver com isso. É claro que eu e todos os jogadores trabalhamos sempre pelo torcedor. É o que nos move. Além do amor (ao jogo), o que mais nos motiva é fazer um gol e ver o estádio cantando seu nome. A única coisa que peço é que a torcida nos apoie. Eles sabem bem como o Maraca sabe fazer festa. Sou um eterno torcedor, mas nunca pisei no Maracanã antigo. Queria muito ter vivido isso como um torcedor do Flamengo. Que o torcedor nos acompanhe. Precisamos muito dele no estádio para poder performar melhor. Os jogadores se motivam muito mais quando a festa é linda na torcida.
O treinador ainda comemorou a goleada e observou que tem detalhes ainda a corrigir em sua equipe:
— Estou muito feliz pela vitória, pelo resultado e pela eficácia que vocês cobram tanto. Tem dias que a bola vai entrar de um jeito que ninguém espera e tem dias que não vai entrar, mas o futebol é isso. Os jogadores têm esse poder ofensivo. Mas não me iludo com o resultado, com nada disso. Sempre quando analiso, tento colocar o resultado de lado, independente da derrota ou da vitória. Hoje, os gols que fizemos cedo nos deram esse poder, essa confiança. São muitas coisas que sei que fizemos bem e que não fizemos bem. Um resultado elástico é maravilhoso para o torcedor e para os jogadores ganharem confiança, mas o treinador tem muitas coisas a corrigir desse jogo. Principalmente no primeiro tempo. Fizemos coisas que temos que melhorar.