É claro que a expulsão de Bruno Henrique logo aos primeiros 30 minutos de primeiro tempo não foi algo planejado pelo Flamengo ou pelo seu treinador, Filipe Luís. Ainda assim, é fato também que o comandante estava preparado para tal eventualidade. Assim que o árbitro Anderson Daronco levantou o cartão vermelho, Filipe, com apenas quatro partidas como técnico profissional, foi rápido e logo chamou Fabrício Bruno para entrar no lugar de Gabigol.
A escolha por um zagueiro para formar uma eventual linha de cinco passou longe de ser unanimidade. Na Neo Química Arena e nas redes sociais, muito se falou na entrada de Michael na equipe, para tentar dar uma válvula de escape ao Flamengo. De todo modo, pode-se dizer que a estratégia de Filipe Luís deu certo. Por mais que o rubro-negro não tenha tido grandes chances de gol, o time também não sofreu muito perigo com as investidas do Corinthians e, com o 0 a 0 no placar, avançou para a semifinal. Após a partida, o técnico do time carioca explicou o que pensou no momento da troca.
— Plano de jogo. É uma estratégia. Não vou abrir muito, mas o meu pensamento primeiro era proteger a defesa, entregar a bola para o Corinthians e saber que eles teriam que criar. Muitas vezes vamos pressionar e correr riscos, porque eles têm jogadores muito rápidos. Sabíamos da capacidade de jogadores como Arrascaeta, Gerson e Erick (Pulgar) que não perdem a bola e conseguem fazer o time avançar. A partir do momento que eles iam forçar jogadas, nós teríamos jogadores para tirar o time de trás e, eventualmente, ter chances de gol — falou Filipe Luís.
Com as escolhas, o Flamengo ficou com uma espécie de 5-3-1 no desenho tático, com Arrascaeta como homem mais avançado. Segundo Filipe Luís, que valorizou a característica de ataque ao espaço de Gabigol, a escolha pela saída do camisa 99 foi "estratégica", e não levou em consideração o momento ruim vivido pelo centroavante.
— O atacante, o nove, tem essa função no meu modelo de jogo (de atacar os espaços). O Pedro está machucado e o Carlinhos não pode jogar. Que outro jogador ataca melhor o espaço que o Gabriel? Está no melhor momento dele? Não. Mas não teve nada a fazer com o jogo que ele estava fazendo. Era a minha estratégia para o time naquele momento. A primeira opção é sempre tirar o atacante e deixar em campo os jogadores que podem ser mais resilientes na parte física. Ele, que tem uma função estratégica de buscar o fundo e atacar os espaços, obviamente que eu precisava deixar o Arrascaeta ali, porque ele é meia e cobre mais o campo que o Gabriel. Questão especificamente estratégica — disse.