Filipe Luís elogia time reserva do Flamengo: "Que concorram pela vaga e quem quebra a cabeça sou eu"

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Arrascaeta e Luiz Araujo, que tiveram lesões no fim da última temporada e estão voltando a jogar agora, foram os destaques do jogo. Marcaram um gol cada um e participaram de outros. Os outros três gols foram anotados por Juninho, Matheus Gonçalves e Wallace Yan. A boa atuação do time reserva, nomenclatura que ele evita, criou um "problema" dos bons para o treinador.

- Para um treinador é sempre importante ter opções, ter concorrência entre eles, que eles possam concorrer pela vaga no time, que eles falem no campo e quem quebra a cabeça sou eu. A gestão quem vai fazer sou eu, os problemas quem vai resolver sou eu, mas é muito bom ter essas opções - disse Filipe Luís em entrevista após a goleada.

- Não faz sentido falar de time alternativo. Não vejo como reservas, estou usando todos, eles estão me dando dor de cabeça. Como vou falar de time reserva com Arrascaeta, Juninho, Cebola...? Serve para me deixar com dor de cabeça - acrescentou o comandante.

Um dos jogadores que vão brigar por vaga no time titular é Danilo, reforço recém-contratado. O zagueiro foi titular pela primeira vez nesta quarta e jogou a partida inteira. Ainda está em busca de ritmo, mas tem o respaldo de Filipe Luís:

- Ele estava treinando em separado na Juventus, mas até dezembro estava jogando como titular e tinha condições. É importante que ele volte a ter minutos, que ele se reencontre e que entenda o que eu quero sobre a linha defensiva, o que eu penso para o zagueiro, todos os conceitos. Que ele vá conhecendo cada vez mais e possa ir se ambientando e se adaptando à equipe. Um jogador que eleva muito o nível.

O Flamengo informou na noite de terça-feira que celebrou um acordo com os pais do goleiro Christian Esmério, única família das 10 vítimas fatais do incêndio no Ninho do Urubu em 2019 que ainda não tinha sido indenizada e processava o clube na Justiça. Até hoje, nenhuma pessoa foi punida criminalmente pelo ocorrido. O assunto foi tema da entrevista de Filipe Luís.

- Eu tenho um conexão forte com esses meninos. Tem um memorial no Ninho e eu sempre vou lá. Não estava aqui (na tragédia), mas eu sou pai. E eu me sinto como pai de um desses dez meninos. Entregar esses meninos para jogar futebol com sonho e pegar num caixão... Nenhum dinheiro e acordo vai fazer a dor dos pais passar, mas o que podemos fazer é dar carinho e suporte e dizer que também sentimos essa dor. Tenho filhos, sei da dificuldade que pode ser isso. Ninguém deseja passar por isso. Meu apoio a todas as famílias, vou estar sempre lembrando lá. Vai ter uma missa, estarei lá vendo os pais. Sinto que eles estão comigo, não sei como explicar. Comecei na base e deu tudo certo na base. Tenho essa crença. Espero que possam ter os corações confortados.

Com a vitória, o Flamengo chegou a 13 pontos e é o vice-líder do Carioca, mas ainda pode ser ultrapassado na rodada. O time tem um jogo a menos, contra o Botafogo, que será disputado na quarta-feira que vem. A próxima partida é o clássico contra o Fluminense, às 16h30 de sábado, no Maracanã.

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Outras declarações de Filipe Luís:

Luiz Araújo

- Tipo de jogador que cada vez que você precisa dele ele está disponível, eleva o nível do time cada vez que entra. Esses jogadores é que fazem chegar o momento que o treinador precisa tomar decisão. Cada vez que joga é assistência, gol, é decisivo e eleva o nível do time, então com certeza eu fico feliz de ter essa dor de cabeça.

Importância de dar minutagem aos jogadores que estão voltando de lesão

- Na minha opinião o jogador é uma máquina de adaptação. Esses atletas estavam de férias, começaram a treinar, alguns vieram de lesões graves e estão somando minutos novamente para o corpo deles se adaptar ao que é o jogo, ao ritmo, à intensidade que o nosso time quer impor, com uma pressão muito forte e aguentar esse jogo de transição... Só no treino a gente não consegue. Esses jogos são importantes para que eles possam somar minutos e, somando as adversidades que existem no jogo com viagem, gramado e com todo tipo de complicação, é melhor ainda para que esses jogadores possam somar minutos e entrarem fisicamente no mesmo ritmo dos que já estão um pouco mais à frente.

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Allan

- Vou repetir o que falei no Maracanã: todo mundo sabe do talento dele. O Sampaoli pediu a contratação porque sabe o que pode render. Chegou lesionado, não conseguiu jogar, não estava num bom momento ano passado muito pela cabeça. O jogador precisa estar leve, com a mente forte, e ele veio assim esse ano. Os volantes são os que eu mais exijo dentro de campo, são os que mais têm funções e os que mais levam bronca. Ele aceita tudo, faz tudo o que peço... Tem coisas a corrigir como todos os outros, mas é uma das opções do elenco.

Pré-temporada

- Ainda estamos em pré-temporada, tivemos que nos adaptar para a Supercopa. Mas os jogadores não deixam de estar em processo de adaptação ao alto rendimento. Decidi junto com a comissão dar minutos, mas com segurança. Esses jogos são importantes. Poderia usar todos que joguei na final, mas não faz sentido, durante o ano tem 80 jogos. Não faz sentido falar de time alternativo. Não vejo como reservas, estou usando todos, eles estão me dando dor de cabeça. Como vou falar de time reserva com Arrascaeta, Juninho, Cebola...? Serve para me deixar com dor de cabeça.

Estilo de jogo

- É o grande sonho que tinha quando estava na base, que todas as categorias jogassem ao modo Flamengo , esse modelo que a torcida exige. Todas as torcidas querem ganhar, mas no Flamengo vai além. Tem que propor jogo, pressionar o adversário, e isso é um modelo de jogo. Os meninos que eu coloquei hoje trabalharam comigo na base no sub-17 e no sub-20, sabem como eu trabalho. Já treinaram e trabalharam comigo. Sabem quando tem que atacar espaço, quando tem que ir no pé... Eles beberam da água do conteúdo. Fico feliz de ver os meninos, como o Matheus Gonçalves também. Fui muito bem recebido na base. O sonho do presidente é o meu sonho, desde o sub-8 jogando do mesmo jeito, como é no Barcelona. Temos conversado com o treinador do sub-20. Ainda não integramos tudo, mas, conforme for passando o tempo e tivermos mais tempo, vamos conversar sobre a metodologia de trabalho.

Gol de Juninho e homenagem a Varela

- Foi muito legal que todos prestaram homenagem ao Varela. É um líder silencioso no elenco, sempre apoia os colegas. Dá tudo o que tem mesmo se jogar pouco. A gente gosta muito dele, é um cara que eu adoro trabalhar. O Juninho fez o gol, e eu penso que os atacantes vivam de gol, que sejam egoístas algumas vezes. Por mais que façam tudo o que eu quero, gosto que vivam de gols. Tirei um pouco antes porque vou precisar no Fla-Flu. Que ele se sinta parte, que a torcida abrace porque vai dar muito para a gente.

Clássico contra o Fluminense

- Amanhã vou começar a estudar o Fluminense. Vi o jogo contra a Portuguesa, porque tinha que estudar a Portuguesa. Sei como o Mano joga e depois vou decidir o plano de jogo em função do Fluminense. As peças vou decidir perto do jogo, e vocês vão saber uma hora antes do jogo.

Sequência de clássicos

- Penso no Fluminense, mais nada que o Fluminense. Depois é Botafogo e Vasco. Esses que jogaram hoje vão ter folga amanhã e na sexta-feira se juntam ao elenco. Todos iguais, do zero. A maioria jogou 90 minutos. Vou decidir o que fazer e depois pensar no Botafogo. Quero ganhar, não vou entrar para perder ou empatar nunca. Os que vão jogar são os que eu achar que são os melhores para ganhar e se eu achar que não são os melhores não vão começar. Vou escolher o time que eu acho que é o mais competitivo para vencer, independentemente se vale títulos, três pontos ou se é um amistoso contra o São Paulo. Fugi da pergunta, não respondi nada, mas contra o Fluminense pode ter certeza de que vamos para vencer.

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