A emoção de Gabigol roubou a cena na despedida de Filipe Luis no Maracanã . O camisa 10 chorou compulsivamente no banco de reservas com as homenagens feitas ao agora ex-lateral antes de a bola rolar para Flamengo e Cuiabá .

Em entrevista ao Charla Podcast nesta sexta-feira (12), o defensor contou detalhes sobre a relação que tem com o atacante e admitiu que Gabi não costuma dar o braço a torcer nas discussões.

''Nossa relação é muito verdadeira, ele não consegue ser falso com uma pessoa. Ele é um cara de poucos amigos, porque ele é direto, não vai mentir que gosta de você e nas costas falar mal. Só que eu entendo isso dele perfeitamente. Ele fala as coisas na cara, às vezes te faz pensar, mas às vezes não. E muitas vezes no treino a gente teve embates. Primeiro porque somos muito competitivos, mas alguma palavra no treino, xingamento'', disse.

''Ele fala as verdades, eu falo as minhas, começa a se atacar, treinador separa, deixa esfriar, passa umas semanas, e eu tenho que falar com ele. Ele não pede desculpa nunca. Eu chego para ele e ele fala: ‘para mim passou, nem tem que pedir desculpas’. Mas quatro anos com ele foi maravilhoso. Claro, tem altos e baixos. Esse ano foi muito difícil, e nós nos apoiamos um no outro e no Rodrigo (Caio)'', completou.

Filipe Luis lembrou da reação de Gabigol quando ele anotou um gol contra no Brasileirão de 2020 diante do Atlético-MG .

“Nós zoamos muito. O limite da brincadeira extravasa tanto, que meu único gol contra no Flamengo, eu estava bem, o Diego Alves na hora pegou no meu pé, meu aniversário e ele: ‘que golaço, filho’. Time perdeu de 1 a 0 para o Atlético-MG, chegamos no vestiário, o time jogou bem, não merecemos perder esse jogo. O Gabi chega para mim: ‘caramba, que golaço, que aniversário. 1 a 0, gol contra seu, é motivo de festa, vamos comemorar’. Eu triste, mas tive que dar risada'', admitiu.

Por fim, o ex-lateral comentou sobre a má fase do amigo e o comparou até mesmo com Cristiano Ronaldo. Na temporada, Gabigol marcou 20 gols em 58 partidas disputadas e acabou perdendo a titularidade na reta final da competição, principalmente com a chegada de Tite.

“O Cristiano Ronaldo, se o time não estiver bem, vai te entregar 40 gols em um ano. O Messi vai criar, driblar. O Gabi precisa do time. E o time não foi bem, não criou tantas chances para ajudá-lo. O que o Gabi e todos precisam é de uma boa pré-temporada para eles. Porque isso vai dar o lastro para a temporada inteira. O time vai começar a se reencontrar e ele vai ter chances de gol. Com chances, o próprio nome dele diz'', declarou.

No Flamengo desde 2019, Filipe Luís acumulou inúmeras conquistas pelo time carioca. Dentre elas, o bicampeonato da CONMEBOL Libertadores (2019 e 2022).