Filipe Luís critica "ataque anárquico" após vitória por 3 a 0: "Um Flamengo de que não gosto"

Mesmo com apenas três titulares desde o início, o Flamengo venceu o Criciúma por 3 a 0 no Heriberto Hülse, nesta quarta-feira, e se manteve na terceira colocação do Campeonato Brasileiro. Ainda assim, o técnico Filipe Luís não ficou satisfeito com a atuação da equipe, como explicou em coletiva depois da partida.

- A proposta foi a mesma: de ser protagonista do jogo e tentar a todo momento agredir o adversário. É verdade que estávamos circulando de uma forma que eu não gosto, um pouco mais lenta a circulação. E acelerando o jogo quando não precisava acelerar. Isso levava o time a ter idas e voltas na bola. O bloco defensivo ficou descompactado nessas idas e voltas, perdas de bola que o time não costuma ter. Isso fez com que o time gerasse um espaço muito grande no meio.

- Acabou tendo as idas e voltas que eu não gosto e que eu não queria. O jogo foi planejado da mesma forma, mas nem todos os adversários são iguais, existia um certo nervosismo pela parte do Criciúma, um jogo vertical também. E, da nossa parte, jogadores que não vinham jogando tanto; então é natural, até eles se encontrarem em campo, alguns erros. A partir do momento em que o time se encontrou em campo, começaram a jogar um pouco mais. O que quero dizer com isso? O fato de a gente perder a bola não deixou a gente formar nossa estrutura de ataque. Os jogadores não estavam posicionados onde deveriam estar, acabou que o nosso ataque foi um pouco anárquico. Acabamos sendo um Flamengo que eu não gosto.

Perguntado sobre pedidos da torcida para entregar o jogo para prejudicar o Fluminense, Filipe Luís não quis nem entrar no assunto e afirmou que sempre pensou apenas em dar o seu melhor.

- Não influenciou absolutamente nada, não jogamos para o Fluminense, não jogamos para o Criciúma. Jogamos para a nossa torcida, por nós e pelos nossos valores. Um valor firme que tenho na minha vida é que no futebol você tem que entregar tudo o que você tem. Se você entrega, o futebol devolve. Quando você não entrega tudo o que tem para o futebol, você não colhe os frutos. Preparamos o jogo da mesma forma que preparamos todos os outros. Poderia estar falando aqui depois de uma derrota. E aí todo mundo teria falado: entregou o jogo. De forma nenhuma. Não entregamos o jogo, somos profissionais, mas muito acima de ser profissional são os nossos valores como pessoas. O que me fez chegar aqui e sentar nessa cadeira foi dar tudo pelo futebol. E jamais abriria mão disso.

Filipe Luís abraça Bruno Henrique em vitória do Flamengo contra o Criciúma — Foto: Leonardo Hubbe/AGIF

Após a eleição, pensa em pedir um esforço pela permanência de Gabigol ou já assimilou a saída dele?

- Gabi vai ter uma festa de despedida, mas acima da festa está a equipe, temos que tentar vencer o Vitória porque o Maracanã vai estar lotado. Acima de tudo está o jogo. Depois o Gabi vai ter uma grande festa merecida e uma homenagem, a torcida vai brindar a todo o carinho que ele recebeu. O próprio Gabi declarou que vai sair, não tem mais mistério. Ciclos se acabam. Filipe Luís foi embora, Pablo Marí foi embora, a geração de 81 se aposentou, a melhor geração e os melhores jogadores de todos os tempos se aposentaram.

- Daqui a alguns anos vão ser Arrascaeta, Bruno Henrique e Gerson. E novos jogadores virão, farão novas histórias e ganharão outros títulos com a camisa do Flamengo . O clube é que fica. Importante que o escudo que esteja acima de tudo, mas que sim: que a gente seja agradecido por um jogador que durante cinco anos foi superimportante na nossa história, deu tudo pela camisa do Flamengo . Nos deu muitas alegrias, essa é a verdade. Muitas alegrias do lado do Gabigol, e ele merece essa festa maravilhosa.

Autoavaliação do trabalho

- É o trabalho de vocês me avaliar. A única coisa que quero é que meus jogadores cresçam e aprendam o modelo e a forma de jogar que a gente quer jogar. Assimilaram muito rápido a forma que eu peço para eles jogarem. Conforme esses jogadores vão voltando, começa a ser uma loucura. É um absurdo o que esse time pode render, o que está rendendo e o que ainda pode crescer.

- Estou muito feliz com o que eu estou vivendo até agora, os números não enganam, o time está jogando muita bola, e a concorrência está aumentando. E eu amo que eles compitam entre eles, adoro isso, o jogador cresce. Adoro quando o jogador fica insatisfeito quando não joga e quer jogar. Isso eleva o nível, e nós estamos vendo um grupo extremamente competitivo; e todos estão voltando para poderem fazer o time crescer.

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Fonte: Globo Esporte