Filipe Luís cita vice do City para explicar dificuldade do Flamengo contra Táchira: "Dez na área"

Filipe Luís reconheceu dificuldades, mas classificou a vitória do Flamengo sobre o Deportivo Táchira, na noite desta quarta-feira, como "heroica". O triunfo por 1 a 0 com gol de Léo Pereira foi suficiente para o Rubro-Negro passar na 2ª colocação do Grupo C da Conmebol Libertadores.

O time sofreu para bater o lanterna do grupo e levou um susto nos minutos finais, quando Cano passou perto de marcar - o atacante teve chute defendido em grande defesa de Rossi. Filipe Luís viu a dificuldade como um ensinamento ao elenco.

— Aprendizado que não tem jogo fácil na Libertadores. Todos partem de cima da tabela ou são campeões de seus países. Isso que todos vimos, da dificuldade que é ganhar. Até as oitavas falta muito tempo. Em cada jogo a história diferente, até lá temos muito a percorrer - afirmou Filipe.

O treinador do Flamengo enxergou a dificuldade de criação da equipe como natural diante da estratégia do Táchira, que atuou com uma linha de cinco defensores. O comandante deu o exemplo da derrota do Manchester City na Copa da Inglaterra há duas semanas para provar seu ponto.

— É uma forma de defender que causa dificuldade a todos os times do mundo. Não existe um time que não tenha dificuldade de jogar contra um linha de cinco, seis, sete, às vezes os 10 na área. O Manchester City, que é um dos melhores do mundo, não conseguiu entrar contra o Crystal Palace. É um time que veio para se defender, mas também sabe jogar. Temos que criar os mecanismos, as soluções para dar aos jogadores as chances para conseguir jogar. No final, o objetivo era ganhar e conseguimos - analisou.

Filipe Luís, técnico do Flamengo, durante partida contra o Deportivo Táchira — Foto: André Durão

Apesar do sofrimento, Filipe classificou a vitória com tons de heroísmo por todo o contexto da dificuldade e de cansaço acumulado dos jogadores.

— Para mim, o sentimento é de vitória, de orgulho, heroico. Os dez (jogadores do Táchira) dentro da área defendendo, sabendo sofrer e o goleiro saindo mais uma vez saindo como herói. Sempre comemoro todas as vitórias da minha carreira. Não é fácil ganhar e eu dou muito valor a ganhar, a passar (de fase). Não podemos esquecer que esses jogadores jogaram domingo no campo sintético, às 16h, contra o Palmeiras, líder do Campeonato Brasileiro e hoje, três dias depois, estavam em campo, alguns no sacrifício. Então é uma vitória que temos que comemorar sim - declarou.

O adversário do Flamengo no mata-mata será decidido em sorteio na próxima segunda-feira na sede da Conmebol, no Paraguai. O Rubro-Negro terminou na segunda colocação do Grupo C e vai enfrentar um dos primeiros colocados de uma das oito chaves.

Segundo campeonato no mata-mata da Libertadores?
Minha cabeça está unicamente no Fortaleza. Jogo onde podemos continuar vivos no Brasileiro, lutando pela parte de cima. Sempre temos o que melhorar, todos os jogos dão pistas de onde podemos evoluir como equipe.

Ansiedade pesou?
— Claro que havia ansiedade. Sabíamos que tínhamos que ganhar para passar. Fazer um jogo onde conseguíssemos resultado. Ansiedade sempre vai existir, dentro da nossa casa, com a torcida que mais cobra. Eu como treinador posso tentar ao máximo tirar (ansiedade), mas dentro de campo os jogadores percebem. No futebol é mais fácil destruir que construir, eles (Táchira) destruíram bem as jogadas, não conseguimos criar chances claras. No intervalo tentei, nesse sentido, tranquilizar. No final, que time no mundo que não sofre finalizações. Tivemos a chance de tirar a bola, não tiramos, para isso está grande o momento do Rossi.

Tamanho do elenco
— Acredito que sim (é suficiente), para mim o elenco ideal tem que ter 25 jogadores. Com certeza, nessas janelas de transferências chegarão peças para reforçar, sairão outras, o que é absolutamente normal. O que nós temos que fazer é continuar aumentando a qualidade do elenco; o número de jogadores está suficiente.

Por que o time não finaliza de fora da área?
Porque, primeiro, não é característica dos jogadores. Luiz Araújo e Pedro têm essa característica, o resto é mais associativo, tem menos força no chute, não se sente confortável ou não teve chances claras para chutar. É escolha dos jogadores, nós treinamos chutes de fora, na área, treinamos tudo. Os jogadores dentro de campo é que tomam as decisões.

Retorno dos lesionados
O Erick (Pulgar) deve estar na reta final. O Viña ainda precisa mais de treinamentos. O Plata falta bastante, e o Nico (De la Cruz) teve uma lesão mais longa, é o médico que tem que explicar, mas não esperamos ele a curto prazo.

Estratégia do Táchira surpreendeu?
Não surpreendeu, imaginávamos um jogo fechado assim. Táchira mudou a estrutura para o jogo, normalmente não joga com linha de cinco, hoje jogou. Se defende bem, tem jogadores com qualidade defensiva. A chave foi tentar ter um pouco mais de paciência, circular mais a bola. A princípio estávamos verticalizando muito o jogo, gerar mais volume em área rival, corner, falta, chute de fora da área. E assim encontramos um gol e conseguimos desbloquear esse jogo tão complicado.

O time poderia ser mais ofensivo?
— O time tinha Léo Ortiz, Pereira e Allan que ficavam atrás. Wesley, Alex Sandro e Gerson que passavam para o ataque. Michael, Arrascaeta, Pedro e Luiz Araújo. Atacando com sete. Mais ofensivo do que com sete jogadores, é muito difícil. Muitas vezes, tínhamos seis e o lateral vinha por dentro. Muitas vezes, com o adversário que se fecha com dez na área, tentamos entrar de outras formas, com chute de fora, cruzamentos, bola parada, é o jeito de entrar em uma defesa tão bloqueada. Colocar mais jogadores para o ataque?

Condição física dos jogadores
— Gerson, com problema no joelho. Bruno Henrique chegou no jogo sem condições. Allan, que depois de três semanas parado, voltou hoje. Alex Sandro que teve que repetir o jogo não estava nas melhores condições. Varela teve que voltar de volante. Pedro também voltou. Tenho que exaltar meus jogadores, querem ganhar, jogar todos e me deixam orgulhoso.

Força mental do time
Não podemos esquecer que esse grupo foi campeão da Copa do Brasil com uma força mental muito grande. Vencendo com um a menos na casa do Corinthians. Ganhamos na casa do Atlético-MG, que era finalista da Libertadores. Esse grupo tem uma força mental grande, ganhou a Supercopa do Brasil este ano, o Carioca. Existem jogos que podem gerar ansiedade, principalmente pela forma com que o adversário se coloca dentro de campo, pelo ambiente gerando antes da partida e pelo o que é o jogo. Quando a pressão é muito grande, claro que a ansiedade joga junto. Pode ter certeza de que o Palmeiras passa por ansiedade, o Corinthians, o Atlético-MG, e todos os times passam por ansiedade e por altos e baixos durante o ano. No final, vence o melhor. Por isso, valorizo a vitória. Sei o esforço que fizeram domingo no campo do líder do Brasileiro. E hoje estavam aqui dando a vida outra vez para vencer. Comemoro a vitória.

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Fonte: Globo Esporte
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