Os titulares do Flamengo fizeram a estreia oficial na temporada neste sábado com uma atuação soberana diante do Volta Redonda, pelo Campeonato Carioca. A vitória por 2 a 0 sobre o atual vice-líder do estadual ficou até barata pelo que foi o jogo. Após a partida, o técnico Filipe Luís falou em "perfeição" no "jogo apoiado" que seu time produziu:
— Grande jogo, onde os jogadores tiveram uma atitude excepcional. A torcida de Brasília sempre nos recebe muito bem, e fiquei muito feliz pela obediência e consciência tática deles. Estamos em um momento de entender o jogo apoiado, eles fizeram isso com perfeição. As variações acontecem porque são jogadores muito versáteis e conseguem se adaptar a qualquer tipo de jogo e de pressão, e elas vão acontecendo durante o jogo. O Volta Redonda foi se adaptando durante o jogo e nós conseguimos atacar bem contra linha de quatro e contra linha de cinco. Foi um jogo bem sólido da nossa equipe.
Sobre a estreia de Juninho, que entrou no segundo tempo e teve uma cabeçada perigosa e uma chance clara perdida cara a cara, Filipe Luís elogiou o atacante:
— Sabemos o jogador que ele é, o que pode nos ajudar nesse modelo. Sabemos as características dele, o perigo que é nosso ataque para a defesa adversária quando ele joga. Ficamos felizes, os primeiros minutos com a camisa do Flamengo são sempre um momento especial. Lembro da minha estreia, o primeiro jogo é muito especial, o telefone fica cheio (risos). E ver ele com a camisa do Flamengo , dando a vida como os outros companheiros, eleva o nível desse grupo.
Veja outras respostas da coletiva:
— Estamos acabando a pré-temporada, foram duas semanas de treinos onde cinco jogadores tiveram que jogar 90 minutos, não é o ideal. Existe uma progressão de 45, 60, 90 minutos... Mas são jogadores que se cuidaram muito e não têm nenhum problema. Acredito que seja um jogo de nível bom, o adversário foi campeão da Série C. Conforme vierem os próximos jogos nós queremos assimiliar o modelo de jogo, para os jogadores entenderem a ideia para a gente evoluir cada vez mais e ser um time cada vez mais difícil de ser pressionado.
— Ele ficou no Rio, eu optei por trazer esses jogadores. Eles entraram de férias antes do tempo para jogar esses quatro jogos do Carioca, ele fez três gols nesses jogos. A gente sabe da qualidade que ele tem, agora vamos ver as decisões que vamos tomar.
— Falei com o Juninho por telefone e o que falei para ele eu digo para todos sempre que começo a trabalhar. Eu não tenho compromisso com ninguém e eu não prometo para ninguém que vão chegar aqui e serem titular. Todos têm que ser titulares a partir do rendimento. O Danilo não é jogador do Flamengo e eu não posso falar de um jogador que não é do Flamengo .
— Nós tivemos uma imposição muito grande, dominamos o jogo a todo momento e não paramos de tentar atacar o gol adversário. Pedi algumas coisas específicas essa semana, que precisava melhorar em decorrência ao jogo contra o São Paulo, foi nosso primeiro jogo, a perna pesada ainda, time misto... Hoje já vi muita coisa do que eu espero da equipe. Eles desfrutaram, conseguiram se divertir com a ideia. Eles compraram a ideia, a atitude deles foi excepcional, e isso levou o time a ter uma facilidade na saída de bola, nas progressões das jogadas. Tiveram paciência para abrir a defesa do Volta Redonda que estava muito fechada. E não paramos de atacar e pressionar. Temos coisas para evoluir ainda e vamos continuar em eterna evolução, nunca paramos de aprender.
— O Arrasca com a 10 ficou bonito, né? Jogador que merece, é o nosso craque, está aqui desde 2019, tem história no clube e merece. E tem o aval do Zico, o que é mais importante.
— Esse é um assunto exclusivamente da diretoria (propostas). Claro que eu tenho opinião, mas isso o (José) Boto (diretor de futebol) vai poder responder para vocês. Estou com o grupo que participou da pré-temporada inteira comigo, que bebeu da água do conteúdo que eu passei para eles, tiveram essa imersão nesses nove dias com treinos, vídeos e correções. Então é um grupo que partiu na frente nesse quesito tático que eu prezo muito. É inegociável que os jogadores cumpram as funções que eu peço. Os jogadores não estiveram comigo, e a diretoria vai se reunir com eles e comigo para a gente tomar a decisão do que vai ser deles. Eles são jogadores do Flamengo e enquanto forem têm todo direito de estar aqui e participar do grupo. Mas isso é assunto totalmente do Boto.
— Eu não diria perde-pressiona, eu diria um jogo pressionante. A gente tenta não perder (a bola). É ter o controle da bola e sempre pressionar o adversário, é um estilo de jogo que a torcida exige. O próprio torcedor não se identifica com um time que não pressiona, não tenta ser protagonista no jogo. Vai ser possível sempre? Provavelmente não, também vamos enfrentar adversários que vão estudar nosso time, tentar fazer grandes jogos contra a gente, têm jogadores de muita qualidade que são difíceis de serem pressionados. Mas eu tenho certeza, nenhuma dúvida que temos o melhor elenco da América. Volto a repetir: esse é o melhor elenco, eu tenho os melhores jogadores e eu falo isso para eles. Não falo para tentar puxar o saco de ninguém, é o que eu penso. Se esse time não jogar, é culpa minha. Não tenho medo nenhum de falar isso porque é o melhor time. Vamos ganhar sempre? Não vamos. Vamos conseguir pressionar todos os adversários? Não vamos. Mas a intenção é essa.
— Sou da opinião que o jogador quanto mais joga, melhor fica. O jogador que joga 90 (minutos) vai se adaptando e se sentindo melhor. O corpo deles vai se adaptando ao alto rendimento. Acredito que para a final estarão em um momento de forma ótimo, e conforme forem passando os jogos eles vão se sentindo melhor fisicamente. E com o grupo tão qualificado que temos, se algum jogador não se sentir bem nós podemos suprir à altura. Esse é o boobjetivo de ter um elenco tão completo. Nós temos que escolher jogadores com características para fazer o que eu quero: têm que ser fortes fisicamente, que aguentem o jogo de pressão e progressão... Temos que sempre olhar para esse tipo de jogador. Por sorte tenho esses jogadores na minha mão agora e espero que possam evoluir muito ainda.
— Uma das sortes que eu tenho é que eu conheço todos eles, sub-17 e sub-20, todos passaram na minha mão. Conheço os pontos fortes e os não tão fortes. Eles me deram muitas alegrias quando estive lá. Aqui eu tenho Pablo (Lúcio), o Léo (Nannetti) e o João (Victor). Sei da qualidade que eles têm, não tenho dúvida que a base vai ajudar muito. Ainda tem muito talento lá embaixo, o Teresa é um jogador que tem muito gol, finaliza muito bem; o Wallace (Yav) tem uma força e velocidade para atacar o espaço tremenda; tem o próprio Shola, o Guilherme, que tem muita qualidade... Vamos poder contar com eles durante o ano quando precisar.
— O que atrapalha é a bola. O clima estava bom, mas a bola é horrível. Gostaria que vocês perguntassem para os jogadores, para os jogadores de todos os times também. Essa bola da Penalty é horrível. Eu tive a oportunidade de jogar com ela e agora estou vendo eles sofrerem também com ela. O campo estava bom, o clima estava bom, a torcida boa, só a bola que era ruim. Mas é sempre muito agradável vir aqui em Brasília, torcida sempre faz uma festa bonita no estádio. Tenho lembranças muito felizes aqui, até títulos conquistados.
— Ficamos fechados em um lugar, sei que as famílias podem odiar o treinador... Sei que ficar nove, 10 dias fechados no mesmo lugar não é bom para as famílias, mas para o desenvolvimento do conteúdo tático é fundamental porque o jogador não tem o que fazer. Ele não tem distrações, não tem o filho chorando em casa de madrugada, não tem parente chegando, só tem o futebol. Ali é onde existe a imersão, existem novas relações socioafetivas, novas lideranças surgiram no grupo. Jogadores que não estavam tão bem ano passado começaram muito bem a pré-temporada. O importante é que eles assimilaram a ideia e vêm evoluindo. Eles acreditaram na fiolosfia de treinamento e estaremos em um momento ótimo para a final. São 80 jogos na temporada, é claro que em um momento poderemos oscilar, mas eu acredito muito no meu trabalho.
— Planejamento é que eles estejam à nossa disposição (quinta). O Cebolinha teve uma lesão muito grave, muitos médicos dizem que a lesão do tendão de Aquiles é a pior do futebol, mas a recuperação dele foi muito boa. Queremos dar minutos para ele para poder estar à disposição na final. Quero levá-lo para o jogo quinta-feira. Luiz Araújo também fez uma lesão sério ano passado, conseguiu fazer toda a pré-temporada, mas a gente tem que ter cuidado com jogadores como ele e Arrascaeta, que veio de uma lesão que não era simples, uma operação. Vamos levar esses jogadores entre algodões para eles não sofrerem. Pouco a pouco, passo a passo, vão evoluindo e estarem definitivamente com o time. Agora foi o Luiz mas em outro momento pode ser o Arrascaeta e assim por diante. Esperamos que eles estejam disponíveis contra o Botafogo em Belém.
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